Em entrevista ao iG , o governador afirma que a “fadiga de material” petista diante da população é explicada pelos mais de dez anos de poder.
Jacques Wagner sublinha, no entanto, que, mesmo com o desgaste comprovado pela queda de 27 pontos na aprovação ao governo, a presidente Dilma Rousseff representa aquilo que os manifestantes têm pedido nas ruas: uma líder que se recusa a fazer a política pequena e a ceder a negociatas dos políticos tradicionais.
“Se nós não mudarmos o sistema político pode sonhar com quem quiser que ninguém vai conseguir fazer nada”, sugere.
Segundo ele, o desgaste do PT se deve sobretudo ao fato de que os mais jovens não viram o partido que se notabilizou pela voz de oposição e pela boa relação com os movimentos sociais.
“Na oposição você tem um microfone para protestar. Quando vira governo tem que executar aquilo que você disse e é claro que a execução não tem a rapidez e abrangência que a demanda das ruas exige. Então você vira vidraça”, afirma o governador.
Apoio a Campos em 2018
O tempo no poder e o desgaste daí decorrentes reforçam a tese que Wagner tem defendido na cúpula petista e nas conversas no Palácio do Planalto: o PT deve abrir mão da cabeça de chapa na sucessão presidencial em 2018 – isso se Dilma for reeleita em 2014.
“A alternância de poder é o que oxigena a democracia”, diz ele. “Sou a favor da renovação por dentro, que é melhor do que por fora”.
Para ele, a “renovação por dentro” tem nome: Eduardo Campos, do PSB. Segundo Jacques Wagner, o partido deveria apoiar o governador de Pernambuco como alternativa à sucessão da atual presidente.
Wagner acha, porém, que Campos errou ao se lançar já para 2014. As conversas sugerem, segundo ele, que o mal-estar gerado com os petistas pode ser revertido.
Carioca, ex-prefeito de Camaçari (BA), ex-deputado federal e ex-ministro do governo do presidente Lula (Trabalho e Relações Institucionais), o governador terminará seu segundo mandato no ano que vem. Mas promete não se candidatar.
“Vou até o fim”, assegura, candidatando-se desde já a um posto no ministério de um eventual segundo mandato de Dilma.
Wagner defende o plebiscito para a reforma política, proposto pelo governo. Mas sublinha que qualquer mudança só deve valer para 2018 ou 2022.IG
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