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domingo, 24 de fevereiro de 2013

JOVENS EM BUSCA DA ESPIRITUALIDADE E PAZ

Por .   Postado  domingo, fevereiro 24, 2013   Sem Comentários


Atrás das grades dos mosteiros, monjas mostram que a vida contemplativa e de oração oferece felicidade. "Cristo me conquistou", diz Kátia de Oliveira (centro) no Convento das Carmelitas
 


O olhar sereno e o sorriso fácil não denotam, mas Kátia de Oliveira, 23 anos, apresenta uma firmeza incomum em jovens de sua idade. "Resolvi abraçar o caminho da espiritualidade para, através da oração, dar a vida pela Igreja, pela salvação humana e santificação do sacerdócio", diz, com humildade. 

Há dois meses, a noviça ingressou no Convento Carmelo Santa Teresina, localizado na Avenida Alberto Craveiro, no bairro Dias Macedo, em Fortaleza. "Cristo me conquistou", resume para explicar sua decisão de viver na clausura.


Após o noviciado, ela fará os primeiros votos: de castidade, pobreza e obediência. Depois, seguirá para a formação religiosa, que envolverá estudos litúrgicos e da Bíblia. No fim de três anos, não havendo desistência, será consagrada monja de uma ordem contemplativa.

Hoje, somente no mosteiro das Carmelitas, quatro jovens encontram-se na fase do noviciado. "Há três anos, não tínhamos novas vocações", informa a superiora do convento, a irmã priora Maria Bernadete Pandoljo Ramos, explicando que em 2011 o número de religiosas nessa unidade da Ordem era 12, mas hoje chega a 16.

A priora admite que o Ceará, mesmo timidamente, segue a tendência nacional de crescimento de vocações religiosa em clausura. "A vida religiosa tenta ser uma resposta de Deus aos apelos do mundo na época atual", cita, reiterando que muitas pessoas têm sede de interiorização. 


"Buscam o infinito, o silêncio, o conhecimento próprio. Somos realmente obra do acaso? Vale a pena nascer, crescer e morrer? E, nessas reflexões, as pessoas se aproximam de Deus".

Crescimento
Atualmente, o número de monjas no País é o maior desde o registrado no século XVIII, período em que a Igreja Católica alcançava grande projeção social no mundo, cita notícia veiculada na imprensa nacional. Nunca a Ordem das Carmelitas Descalças teve tantas mulheres "atrás das grades", registra a publicação.

A ordem, que se instalou no Brasil por volta dos anos 1700, está com quase mil monjas. Há dez anos, eram 700. Tida como uma das ordens religiosas femininas mais rigorosas, as Carmelitas Descalças nasceram da reforma defendida por Santa Teresa de Ávila. 


Suas monjas madrugam todos os dias do ano, jejuam frequentemente e não costumam ouvir rádio ou ver televisão. Já as religiosas clarissas (a Ordem que tem como referência Santa Clara) reúne hoje cerca de 300 mulheres, em 30 mosteiros (um deles no município cearense de Canindé). Mas, em 1955, eram 59 monjas e três casas.

Considerado por religiosos e fiéis como "tesouro da Igreja", o regime de clausura chegou ao Brasil no século XVIII. Contrariando o senso comum de que no interior dos mosteiros predominam a reza e o sofrimento, a vida monástica atrai novas vocações, segundo a revista Arautos do Evangelho, publicada pela Associação Internacional de Direito Pontifício.

No Brasil, informa irmã Maria Bernadete Ramos, há 56 carmelos, onde o recolhimento permite maior aproximação de Deus e vivência do Evangelho. Cada um deles tem, em média, 12 mulheres. "É preciso citar, ainda, os diversos outros conventos com freiras que atuam em hospitais e orfanatos, em contato constante com a comunidade", diz a irmã.

Vida monástica
O bispo auxiliar de Fortaleza, dom José Luiz Gomes Vasconcelos, crê que a busca pela paz interior e a espiritualidade direciona as pessoas para religiosidade. Mas explica que uma coisa é a vida monástica e outra é a prática religiosa. "A vida monástica é de clausura, na qual o sentido principal é rezar para que a Igreja cumpra sua missão. Essa escolha envolve uma consagração total a Deus, de corpo e alma", comenta o bispo.

Optar pela vida de clausura representa atender a um chamado especial, "que só é feito para quem tem carisma com Deus", ressaltou. Para dom José Luiz Gomes Vasconcelos, há, sim, um aumento do número de monjas tanto no Brasil como no Ceará, mesmo que de forma tímida.

Embora não existam no Ceará estudos sobre o assunto, também o bispo auxiliar de Fortaleza, dom Rosalvo Cordeiro de Lima, observa que as vocações religiosas vêm atraindo mais as mulheres e os jovens. 


Frisa que isso ocorre desde o início da realização da Jornada Mundial da Juventude, em 1984, evento incentivado pelo papa João Paulo II e, mais recentemente, por seu sucessor, Bento XVI. "As jornadas acontecem a cada dois anos, a última foi em Madri, e têm conseguido sensibilizar muito os jovens e estimular o encontro com Deus", observa.

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