Não anuncia o destino abertamente. Você entra sabendo que é por sua conta e risco. A outra opção é ficar na plataforma vendo a vida passar, na triste postura de dar adeus aos que vão. E depois voltar para casa. Retornando para o mais do mesmo.
Talvez a vida abra uns portais, eventualmente. E convide – vem? – desafiando, instigando, pagando para ver a capacidade de cada um. Então aguarda por certo tempo para que se tenha coragem de pular, se jogar. Se a gente resolver investir e embarcar, ela cobre a aposta e vai junto ao infinito – e além.
Se a gente fica na retranca, empaca, desiste, o portal se esfumaça e se desfaz. Aquela saída se fecha. Até uma próxima oportunidade… Ou não. Quem sabe?
A vida é jogo de aposta. Não se sabe o fim. Nem onde vai dar, nem os resultados de cada rodada. Viver é pular no escuro. Planejamentos, contas, mapas, tabelas, roteiros, tudo pode ajudar e até dar certo. Apenas pode. Então, a gente para, pensa, programa. Mas, na hora do vamos ver, é ir ou ficar, sabendo do risco.
De qualquer forma, sempre é preciso apostar em alguma coisa. Ficar de fora já é uma opção de aposta. Não esboçar atitude já é uma atitude. Quando você se omite e não faz a escolha já está fazendo sua escolha. À deriva, mal feito, mas está. Quando chega a sua vez da rodada, é a sua vez de agir. Vai jogar ou passar?
A vida se diverte assim e dá preferência às boas parcerias. Joga bem com quem aposta nela. Gosta de quem acredita que pode, e tenta ir em frente. Esses são, em geral, os melhores jogadores. Não que eles sejam privilegiados pela vida, que dela recebam mais vantagens ou coisa que o valha. Ao contrário, esses são os que, verdadeiramente, tratam a vida como prioridade. Essa é toda diferença.
Assim passa a vida por nós. Provocando, desequilibrando, instigando, sugerindo e rindo. E nós seguimos como equilibristas amadores que somos. Ela empurra, a gente faz que cai, mas não cai. Às vezes, faz que cai e cai mesmo, se estabacando no chão. Levanta meio doído, começa de novo. Faz parte. Tem que ser assim. Triste é ficar só na arquibancada, espectador da própria vida.
Um ano novo começa. Planos, sonhos, estamos cheios de bons propósitos. Como nova partida do jogo. Novas apostas! A esperança de que agora vai! Ano novo, todas as fichas na mesa.
Tempo de recomeçar? Sim, mas temos que saber que o tempo de recomeçar, na verdade, é cada instante. Porque vida é susto, é perder o prumo, perder o norte e sempre, a cada minuto. E recomeçar.fonte;parte do texto da psicologa Mônica El Bayeh.
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