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quinta-feira, 2 de abril de 2020

REFLEXÃO; PRA COMEÇAR UMA OUTRA HISTÓRIA

Por ipuemfoco   Postado  quinta-feira, abril 02, 2020   Sem Comentários


A humanidade e o planeta Terra nunca tiveram tantas condições para curtir uma vida plena de sentido, mas se defrontam hoje com o culto da morte.

A ameaça de extinção da humanidade e da natureza anunciada pela Crítica Radical, em decorrência da fronteira histórica do capitalismo, com seu limite interno (econômico) e externo (ecológico) já não está mais oculta. Apareceu e o que parecia oferecer infinitas possibilidades de consumo, conforto e oportunidades gerou o caos. 

Com sua barbárie pós-moderna parou a terra e nos faz lembrar Raul. Fizemos um enorme esforço para que a humanidade se antecipasse a esse colapso espetacular genocida e ecocida. Mas, agora, ficou ainda mais claro que há uma clara correlação entre coronavírus, desequilíbrio ecológico e o colapso do capitalismo global, como nos lembra outro Raoul.

A natureza irracional do capitalismo veio à tona. E se mostra como uma “louca seita suicida” (Robert Kurz), diante do esgotamento de sua lógica, de seu fundamento. O capitalismo quer se salvar, mesmo que morram milhões de pessoas. 

Alguns capitalistas e socialistas começaram a dimensionar que o sistema não tem futuro. Mas concordam em despejar de helicóptero trilhões para serem queimados na tentativa de sustentar um sistema destrutivo e irracional. A finalidade seria tentar estancar a crise e conter uma possível revolta dos seus servos ainda voluntários. 

Trabalhador(a) que for contemplado(a) pela doação do dinheiro, pegue o dinheiro, se for cobrado, não pague e se emancipe dele e do seu sistema!

Sem dúvida os donos do poder pressentiram o perigo. A problemática que se acumulou no decorrer dos anos frente às crises econômicas poderia vir a se somar à sucata financeira do inflacionado sistema financeiro global e aí seria o colapso total. 

Esse perigo, que já vinha se desenhando antes do coronavírus, tendo com ele assumido uma proporção inaudita, levaria para os céus a montanha da dívida global. Vale ressaltar que a elucidação dessa e de outras relevantes questões contou desde muito tempo com a colaboração destacada dos(as) críticos(as) radicais do valor-dissociação.

Nas crises cíclicas do moderno sistema fetichista patriarcal produtor de mercadorias os trabalhadores sempre foram chamados e colaboram para superar os impasses que o sistema apresentava. As crises cíclicas eram crises de expansão do capitalismo. 

E o capitalismo pôde, assim, contorná-las. Agora, estamos diante de uma crise completamente diferente. É a crise da fronteira histórica que se expressa na derrocada iminente do sistema.

Em razão disso, o apelo ao sacrifício, particularmente aos ex-trabalhadores e aos poucos trabalhadores que restam, procura evitar, de todo o jeito, que tomem consciência que podem se emancipar definitivamente do capital. Os discursos que afirmam que tudo vale a pena, inclusive a eliminação da vida de milhões, assumem abertamente o assassinato, o genocídio e o ecocídio da humanidade e do planeta. 

Não podemos e não devemos aceitar o sacrifício de nenhuma vida. Essa cantilena do sacrifício sempre acompanhou o capitalismo nos seus momentos de crise. Mas, a crise atual é muito maior, mais forte, mais abrangente e muito mais profunda que a de 2008. E apresenta, de maneira cristalina, o seu esgotamento histórico. 

O coronavírus tornou-se a revelação do fracasso do capitalismo, num desvio de Raoul Vaneigem. Em razão disso, virou de fato um gatilho que pode derrubar o sistema, num desvio de Tomasz Konicz.

O sistema, portanto, não tem perspectiva, não tem horizontes. Se os trabalhadores(as) quiserem continuar colaborando com a sua continuidade estarão contribuindo também com a barbárie, o genocídio e o ecocídio.

Em 25 de março lembramos a libertação dos escravos no Ceará. Nesses tempos de coronavírus, continuamos insistindo na nossa proclamação de que os novos escravos já têm que estar livres, conscientes e associados para se emanciparem.

.A natureza da crise expõe a eliminação do trabalho pela 3ª e 4ª revoluções tecnocientíficas. Ao retirar a substância do capital, desvaloriza o valor que juntamente com a dissociação sexual constitui o fundamento da produção burguesa. Com isso, além do trabalho, entram em crise todas as demais categorias fundantes do capitalismo. 

Quem não se fundamenta na crítica categorial, portanto, fica impossibilitado(a) de perceber a natureza da crise e de apresentar uma proposta à altura dos desafios do século XXI. Tornam-se administradores(as) da barbárie em todos os recantos da terra.

Afinal, não estamos diante de catástrofes como a queda de um asteroide, erupção de um vulcão ou tsunami. Trata-se do resultado de uma ação provocada pelo próprio ser humano que dá origem a essa pandemia global com suas graves conseqüências para a humanidade e o planeta.

Em alguma medida isso já ocorreu no passado. Antes, não foi suficiente para que se produzissem mudanças radicais no nosso viver, sentir e pensar. Isso que aí está nos levará à mudança drástica de atitude? 

O equilíbrio do capitalismo revelou-se frágil como um castelo de areia. Estamos diante do fracasso absoluto do moderno sistema fetichista patriarcal produtor de mercadorias, chamado civilização avançada. 

Diante da devastação humana e ambiental em curso, será que não chegou mais do que a hora de ultrapassarmos Bolsonaros, Trumps, patriarcado, feminicídio, racismo, devastação, genocídio, ecocídio e capitalismo, entre tantas outras mazelas?

Nós, do Crítica Radical, superamos obstáculos quase intransponíveis. Mas continuamos mantendo acesa a chama da esperança. Jamais a substituiremos pelo medo e pelo desespero. Estamos fundamentados num projeto cujo conteúdo é inovador. 

Temos propostas, novos horizontes, novas perspectivas. Estamos programando várias iniciativas. Uma delas será um encontro/debate on-line com nossos convidados(as) ao Seminário e Encontro Transnacionais.

Sem dúvida que a quarentena pode se transformar num momento de reflexão e ação para a maior façanha histórica do ser humano que é a conquista de uma sociedade humanamente diversa e desfetichizada, socialmente igual e criativa, ecologicamente exuberante e bela, prazerosa no ócio produtivo e completamente livre.

Amigos e amigas, outros alarmantes e prováveis acontecimentos podem arrastar o mundo para incontornáveis situações. Com essa dimensão, é fundamental pensarmos e agirmos conseqüentemente, neste momento em que a possibilidade da emancipação humana e ambiental se apresenta. 

Como metassujeitos estamos diante da oportunidade histórica para superarmos a segunda natureza plasmada pela forma moderna. Preparemo-nos para construirmos já, através de um novo movimento social transnacional emancipatório, uma nova história, uma nova relação social, uma nova sociedade fundamentada numa vida plena de sentido.

Os povos de todo o mundo, em particular nós, brasileiros, temos diante de nós a oportunidade histórica de acertarmos contas com toda a história de sofrimento, a história das relações fetichistas, até aqui imperante e inaugurarmos a conquista da emancipação humana e ambiental.
Jorge Paiva e Rosa Fonseca, integrantes do Crítica Radical

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