Às vésperas do Processo de Eleição Direta (PED) do PT, marcado para este domingo (6), a deputada federal e ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), avalia que o
partido passa por um momento delicado ao criticar a recente onda de filiações no Ceará e projeta cenário de indefinição após a eleição interna."Ninguém sabe o que vai sobrar desse processo todo... que PT vai sair das urnas do PED", reflete.
A fala ocorre após o fim da Campanha Nacional de Filiação, que, de dezembro até fevereiro, somou 341 mil novos filiados em todo o Brasil. O Ceará foi o segundo estado com maior número de adesões, com 39.373 registros, atrás apenas do Rio de Janeiro. Só em Fortaleza, segundo a deputada, foram mais de 15 mil filiações em apenas quatro meses — número semelhante ao que o partido levou oito anos para alcançar durante sua gestão como prefeita.
Para Luizianne, o volume atípico de novas filiações no Ceará não reflete crescimento orgânico, mas uma manobra de disputa interna. “Isso solapa o PT como instrumento de luta da classe trabalhadora. Passa a ser um partido como outro qualquer, usado para interesses imediatos”, criticou. A deputada afirma que houve uma “filiação fora do normal”, supostamente articulada por atores com acesso a estruturas de governo.
“Uma coisa é você brigar com petista. Outra é lidar com seres estranhos ao partido, que fizeram filiações estranhas, prestando conta com pessoas estranhas ao partido para poder fazer maioria. Isso precisa ser dito. E se tiver que ser eu a dizer, estou dizendo”, afirmou a deputada.
Segundo a petista, o movimento teria sido uma ação orquestrada, com múltiplos envolvidos, e não um ato isolado.
Apesar das críticas, ela diz que o PT tem histórico de superação de divergências. “É sempre possível brigar, é sempre possível fazer acordo. Mas não dá pra fingir que não está acontecendo nada”, pontuou.
Além da renovação das direções municipais, estaduais e nacional, o Processo de Eleições Diretas (PED) de 2025 será decisivo para traçar os rumos internos da legenda com foco nas disputas eleitorais de 2026. Só no interior do Ceará, o PT registrou um avanço significativo no número de novas filiações, com destaque para Maracanaú, Itapipoca e Tamboril.
ENTREVISTA COM LUIZIANNE LINS
'Projeto político'
O comando do partido em Fortaleza, no entanto, tem dito que o crescimento da legenda é parte do projeto político do grupo, liderado por nomes como o ministro Camilo Santana e o governador Elmano de Freitas (PT).
Ao PontoPoder, em declarações em março deste ano, o presidente do PT Fortaleza, Guilherme Sampaio, afirmava que o cenário de expansão pode ser explicado pelo fato do Ceará ser o único estado do país em que o PT governa o Estado e a Capital, com o governador Elmano de Freitas e o prefeito Evandro Leitão, respectivamente.
"Pessoas e lideranças que sempre votaram no Lula ou no PT, mas que não eram filiadas, viram a importância de fortalecerem o PT como instrumento político de defesa da democracia, e para participarem de forma mais direta da vida política do país, diante das ameaças representadas pelo Bolsonarismo. Além disso, a liderança exercida por nossos prefeitos e vereadores eleitos em 2024 também estimulou uma grande adesão ao nosso projeto político no estado", explicou.
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