Assim como acontece em Limoeiro do Norte, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) analisa o suposto
sumiço do prefeito de Tianguá, na Serra da Ibiapaba, a 330 quilômetros de Fortaleza. O caso é apurado por meio da 7ª Promotoria de Justiça de Tianguá que recebeu uma notícia de fato sobre uma possível ausência chefe do Executivo do município, Luiz Menezes (PSD).O Ministério confirmou que apura o caso, mas não repassou informações adicionais até o momento. Isso porque a apuração ainda está em fase inicial, diferente do que ocorre em Limoeiro do Norte, onde já há parecer do MPCE e será realizada uma audiência entre as partes. Em ambos os municípios, a ausência dos gestores seria por motivos de saúde.
No início de março, a vereadora Nadir Nunes (PL) usou seu tempo no plenário para acusar que, sem o gestor, a Prefeitura estaria sendo gerida até pela primeira-dama
"Nós, oposição, nunca falamos que desejamos a morte do prefeito, mas é a própria situação que vem usar isso aqui se fazendo de vítima, não é o prefeito que é vítima. Eles ficam dizendo que nós desejamos que o prefeito estivesse morto, nunca utilizamos essa fala. Agora, cobramos sim 'cadê o gestor?' Porque a gestora é a primeira-dama que vai em todo evento e fala”, disse na época.
O suposto sumiço virou caso de polícia, além da apuração pela pelo órgão ministerial. No mesmo dia 1º de março, o vereador José Leôncio (PSB), à procura do prefeito, foi até a residência do gestor. Segundo ele, já teria havido a tentativa de entrar em contato com o Luiz Menezes por meio de ofício, protocolado no dia 14 de fevereiro, solicitando uma audiência. Sem retorno, ele foi até a casa do prefeito.
O vereador afirmou, na época, que foi convidado a entrar na residência com autorização de uma funcionária. Em um dos vídeos compartilhados, é possível escutar que a mulher afirma que o prefeito teria viajado para a casa do filho e não estaria no município.
O caso acabou com um boletim de ocorrência feito por pessoas próximas ao prefeito. Por meio de nota, a Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE) confirmou que apura “uma suposta violação de domicílio que teria ocorrido, no dia 1º de março, no bairro Córrego, no município de Tianguá”.
A Delegacia Regional de Tianguá, que é a unidade responsável por investigar as ações delituosas na região, segue apurando os fatos.
“Os rumores na cidade são que o prefeito está ausente por vários dias, passando a ser questionado por populares”, ressaltou o vereador algumas horas depois do caso.
A fala foi recebida com um coro de vaias de pessoas que estavam na Câmara e gerou uma bate-boca com o parlamentar, que pedia para ser escutado. Ele se defendeu das acusações de invasão e disse que "chamou no portão, apertou a campainha, buzinou, uma pessoa abriu e mandou subir".
O prefeito, no entanto, tem sido ativo nas redes sociais. Embora não haja como precisar data, há diversos vídeos e fotos do gestor assinando documentos e participando de reuniões.
O último registro foi publicado na quarta-feira, 15, em que o prefeito aparece dando aval à regulamentação das Ações e Serviços de Saneamento Básico nas localidades rurais e de pequeno porte em Tianguá. Na terça-feira, 14 de março, o gestor aparece do lado de secretários como da Administração e da Chefia de Gabinete.
Questionado por O POVO, o procurador geral de Tianguá, Leandro Lima Valencia, afirmou que o município desconhece a existência de denúncia junto ao MPCE e que não houve notificação por parte do órgão.
Valencia afirma ainda que a denúncia de suposta falsificação da assinatura de Luiz Menezes para os despachos da Prefeitura é "descabida e infundada".
"Tendo em vistas que o Prefeito atua diariamente nos atos administrativos emitidos por esta municipalidade, cumpre ressaltar que há a possibilidade inclusive de qualquer gestor público assinar todos os atos administrativos por via de assinatura digital, porém o Gestor assina pessoalmente e de próprio punho quase que todos os atos administrativos", complementa.O POVO

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