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quinta-feira, 14 de abril de 2022

ELEIÇÕES 2022: PARA QUE SERVEM AS ALIANÇAS PARTIDÁRIAS

Por ipuemfoco   Postado  quinta-feira, abril 14, 2022   Sem Comentários


Finalizado o período da janela partidária, as próximas semanas serão decisivas para os acordos pré-eleitorais no

Ceará. O perfil das alianças deve dar o tom da eleição de outubro. 

Com o cenário mais consolidado do ponto de vista da representatividade legislativa, os partidos de maior capilaridade eleitoral, naturalmente, devem cobrar mais espaços nas chapas. 

Diário do Nordeste conversou com alguns dirigentes partidários do Estado para projetar os próximos passos para o ano eleitoral. 

A menos de seis meses da eleição, o Ceará tem ao menos dois palanques competitivos e que devem estar na preferência do eleitor para ocupar a cadeira do Executivo estadual. 

Capitão Wagner (União Brasil), líder da oposição, e o grupo do ex-governador Camilo Santana (PT) demonstraram, até o momento, maior capacidade para reunir força política e recursos financeiros para a campanha que se avizinha. 

E essa capacidade passa pela união de agrupamentos políticos em torno do mesmo projeto não apenas na disputa eleitoral, mas também na rotina da governabilidade. 

VICE

A queda de braço que se vê nos bastidores pós-janela é pela indicação da vaga de vice na chapa do PDT para a sucessão de Camilo Santana. 

Duas importantes forças partidárias do Ceará, PT e PSD, dialogam com os pedetistas para garantir a indicação. As duas legendas possuem a maiores quantidades de prefeituras do Ceará, atrás apenas do PDT. 

O presidente estadual do PT, Antônio Filho, o Conin, diz que o fortalecimento do partido na janela, com a segunda maior bancada na Assembleia Legislativa, e o crescimento no número de prefeituras, dá "autoridade política" ao PT para pleitear mais espaços no grupo. 

"Não vamos fazer exigências indevidas, mas apenas dimensionar o nosso tamanho real nesse processo", pontua o dirigente. 

Para Conin, a aliança partidária não deve ser apenas uma preocupação no período eleitoral, mas também vista sob o prisma da governabilidade. 

Ninguém governa só. Você tem que ter coerência com os compromissos, alianças que você faz para ganhar e para governar. Nesse momento do país a gente tem que distinguir bem quem está do lado da defesa da democracia e do enfrentamento ao negacionismo
CONIN
Presidente do PT Ceará

Quem também reivindica a indicação do posto de vice na base governista é o PSD de Domingos Filho. 

Para o ex-vice-governador, a "disputa é legítima" pelo tamanho da sigla no Estado. "O partido já tinha substância (mesmo antes da janela). O PSD nas eleições foi o que mais cresceu no Estado. Está presente em 75% dos municípios do Ceará como a primeira ou segunda força", diz.  

Domingos, que já colocou o nome para compor a chapa majoritária, avisou que não tem plano b caso as movimentações não se confirmem. "Quem trabalha com plano b é porque não tem plano a", disse.  

O presidente estadual do PDT, deputado federal André Figueiredo, aponta o protagonismo da legenda no Ceará, que tem o maior número de deputados estaduais, federais e de prefeituras. O pedetista, porém, reforça a importância dos aliados nesse processo que serão fundamentais para a eleição e governabilidade. “O PDT tem sempre dialogado com parceiros”, reforça. 

BANCADA

O MDB de Eunício Oliveira aumentou em uma cadeira a representação na Assembleia Legislativa. Agora, com seis deputados estaduais, o partido tem a terceira maior força no parlamento, e ainda negocia a postura que deve adotar nas eleições. 

O partido vem ocupando a base do Governo estadual por conta da aliança pessoal do então governador Camilo Santana com Eunício Oliveira. Durante a presidência do Senado, o emedebista se aproximou do petista em pautas administrativas. 

Com o fim do mandato de Camilo, as seis cadeiras na AL ficam indefinidas para o ano que vem. Caso se mantenham no governo, é mais um período de tranquilidade para a base com a extensa aliança. Porém, se for para a oposição pode dificultar a rotina administrativa da próxima gestão. 

"O meu candidato (à presidência da República) é o presidente Lula. Minha relação com o ex-governador é de amizade, pessoal, não apenas política. Quanto à decisão do futuro, repito, vou aguardar as federações", disse o dirigente. 

Assim como o MDB, o PT se fortaleceu na AL. Saiu de quatro para sete cadeiras no Legislativo. PSD e PP, ambos governistas, ficaram em posições intermediárias no parlamento. 

APOSTAS DA OPOSIÇÃO

Líder da oposição, Capitão Wagner (União Brasil) trabalha para atrair partidos com objetivo de fortalecer o grupo. Já fechado com o Podemos, do senador Eduardo Girão, o pré-candidato ao governo estadual ainda sonha com o apoio do PL, que é comandado pelo prefeito de Eusébio, Acilon Gonçalves. 

Com boa estrutura financeira, o Partido Liberal pode ajudar a consolidar a candidatura do militar reformado. A legenda, no entanto, ensaia o lançamento de uma candidatura própria que poderia fracionar os votos da direita no Estado. 

O senador Cid Gomes (PDT), porém, ainda acredita que pode reverter a situação antes das eleições, resgatando velhos aliados da legenda. O prefeito, inclusive, esteve recentemente em agenda com a governadora Izolda Cela (PDT).

Legenda: Encontro entre prefeito e governadora para anúncio de investimentos em Eusébio
Foto: Reprodução/Instagram Izolda Cela

Em meio a isso, Wagner espera que o União Brasil, sigla que preside, se fortaleça para a disputa eleitoral do Legislativo. Segundo o parlamentar, a expectativa é eleger cinco deputados federais e seis estaduais. 

O QUE É UMA ALIANÇA

Uma aliança política pode ocorrer de duas formas: legal ou informal. Os acordos são mais debatidos pela população nas campanhas eleitorais.  

Nesse período, a legalidade se impõe. Pelo menos dois partidos políticos podem se aliar oficialmente para disputar uma eleição majoritária. Ou seja, para o Executivo. 

Nessa modalidade, o acordo entre as partes vai seguir juridicamente até o fim da eleição. Nesse aspecto, as legendas se ajudam eleitoralmente. Ao término do pleito, a aliança toma outro sentido: a informalidade. 

Os grupos podem se alinhar politicamente sem a necessidade de um regramento jurídico se impor. É o processo da governabilidade.  

Partidos ajudam o(a) governante na administração pública no Legislativo, seja votando as matérias de interesse do governo ou aprovando leis em acordo com os projetos de gestão, e no Executivo, na administração de uma secretaria ou ministério. 

Essa aliança, porém, pode ser desfeita a qualquer momento, ao sabor das emoções de ambas as partes. 

O QUE FORTALECE

A aliança, seja qual for o modelo, vai atuar em várias frentes. Entre os pontos positivos para a união estão: 

  • Tempo de rádio e televisão 
  • Dinheiro para investir na campanha 
  • Apoio político para aprovar projetos 
  • Defesa da gestão no parlamento 
  • Quadros para compor a administração da gestão 

 

O QUE ENFRAQUECE

Apesar dos pontos que favorecem o agrupamento, há dificuldades que aparecem nessa relação. Entre os itens que podem enfraquecer as alianças estão:

  • Contradições ideológicas 
  • Fisiologismo 
  • Lideranças com imagens desgastadas 

 

ESPECIALISTA

Monalisa Torres, professora de Teoria Política da Universidade Estadual do Ceará 

QUAL O PAPEL DOS ACORDOS POLÍTICOS PARA A DISPUTA ELEITORAL? 

A gente vive em um regime democrático que exige que os atores dialoguem para incluir o maior número e segmentos e representantes políticos nas decisões do governo. Isso implica dizer que coalizão é algo normal na política, tendo em vista esse conjunto de atores sociais e partidos políticos que acordam em torno de um projeto com objetivo de chegar ao poder. Chegado a esse resultado, os atores dividem os espólios da conquista. O compartilhamento de funções e de espaços de poder para esses aliados dentro da coalizão. Dentro do regime democrático, isso é muito comum. 

Isso significa dizer que temos diferentes partidos e diferentes segmentos representados por esses partidos. O que impõe de alguma forma a adoção de grandes coalizões partidárias, não só do ponto de vista dessa inclusão de segmentos a fim de construir um programa que represente o maior número de pessoas num regime democrático, mas também para fins de governabilidade.  

E PARA A GOVERNABILIDADE? 

Na democracia temos a repartição de poderes entre Executivo e Legislativo e a repartição também de prerrogativas, mas é claro que na administração dos recursos públicos do ponto de vista de governo essa relação entre Executivo e Legislativo passa por esses acordos, principalmente quando a gente olha para esse arranjo político multipartidário de uma fragmentação partidária absurda. 

Esses acordos também passam por entendimento de que a partir de um diálogo e de uma convergência em torno desse projeto, essa repartição de poderes também incluiria o Legislativo e, claro, visando a questão da governabilidade. Quanto mais atores incluídos dentro desse projeto, isso facilitaria a questão da governabilidade.PONTO DO PODER 

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