Cândido Albuquerque é alvo de críticas após ter sido escolhido reitor da universidade pelo presidente Jair Bolsonaro a partir de uma lista tríplice feita pela comunidade acadêmica, da qual ele foi o menos votado
Estudantes da Universidade Federal do Ceará (UFC) ocuparam, na manhã desta sexta-feira (23), a reitoria da instituição em protesto à nomeação do advogado e professor Cândido Albuquerque para o cargo de reitor. Desde às 7h, alunos e servidores se mobilizam com bandeiras, faixas e instrumentos de percussão. Todos os acessos foram bloqueados, com o objetivo é impedir o acesso do novo gestor.
Por volta das 9h30, ele realizaram no local um debate sobre a motivação do movimento, que também protesta contra a política para a Educação do governo federal, incluindo os cortes orçamentários.
De acordo a diretora de universidades públicas da União Nacional dos Estudantes (UNE), Natália Aguiar, apenas um dos cinco acessos à reitoria está livre. O objetivo do ato, segundo ela, é fazer com que o novo reitor entregue o cargo. "Não reconhecemos ele como nosso reitor, é uma ação de indignação, a gente quer dar através de pressão que ele não ocupe mais o cargo, que ele entregue o cargo", disse. Ainda segundo a estudante, será feito um acampamento permanente no local, sem data prevista para encerrar, e os professores estão sendo convidados para ministrarem aulas aos universitários no local do protesto.
A assessoria de imprensa da UFC informou ao Diário do Nordeste que está reunida com o atual reitor Henry Campos, para se posicionar sobre a manifestação. O atual gestor está deixando o cargo para que Cândido Albuquerque o assuma na próxima segunda-feira (26).
A nomeação de Albuquerque aconteceu na última segunda-feira (19), quando foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). Ele é alvo de críticas porque por ter sido escolhido reitor da universidade pelo presidente Jair Bolsonaro a partir de uma lista tríplice feita pela comunidade acadêmica, da qual ele foi o menos votado
O professor Custódio Luís Silva de Almeida, o mais votado na consulta pública, lamentou “profundamente” a decisão do presidente Jair Bolsonaro de nomear o advogado e professor Cândido Albuquerque.
“A minha lamentação não é pessoal, é pela UFC. A minha candidatura foi pelo público e pelo coletivo. É triste porque a voz da universidade não foi respeitada”, afirmou o docente, que nesta semana finaliza os trabalhos no gabinete da vice-reitoria.DN
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