Com o título “O ódio na ponta dos dedos”, eis artigo de Gal Kury, professora universitária e consultora de marketing. Ela aborda tema do momento e que merece reflexões: anônimos que usam a internet para atacar reputações.
Confira:
O que os olhos não veem o coração não sente. Esta máxima vem perdendo toda a lógica quando vertemos o foco para as redes sociais. Muitos usuários optam, de forma voluntária, a acompanhar pessoas e temas que não gostam.
As pessoas seguem perfis de outras pessoas somente para criticar e, por vezes, de forma exacerbada. Xingamentos com palavrões, ameaças, o vale-tudo nas redes sociais toma proporções assustadoras.
Em tempos de polarização de opiniões, as pessoas tomam partidos de causas ou são simpatizantes de uma determinada posição e as defendem com garras afiadas, mostrando os dentes a cada postagem. São os chamados haters, termo originário da palavra hate (ódio em inglês).
A possibilidade de navegar de forma quase anônima, escondendo-se por trás de um perfil falso, oferece para muita gente um porto seguro para soltar petardos contra “inimigos virtuais”. E mesmo que a pessoa se identifique pode estar a milhares de quilômetros dos seus alvos de injúrias, diminuindo assim a possibilidade de algum contato físico.
Assisti, esta semana, um comercial de um refrigerante que mostrava uma dessas pessoas, um valentão virtual, um hater famoso no Twitter, posto cara a cara com as pessoas que ele enfrentava. Cada uma destas pessoas estava com uma camiseta que tinha escrito o xingamento proferido por ele e falavam em voz alta. No fim, todos fazem uma roda e o abraçam que fica emocionado e se mostra arrependido.
Fora que ainda temos o cyberbullying, conceito definido como o ato de usar o espaço virtual para intimidar, hostilizar, ameaçar alguém. E isso ocorre, muitas vezes, direcionado para uma pessoa pública (atores, cantores, jornalistas), obrigando a mesma a sair de alguma rede social momentânea ou definitivamente por não aguentar a pressão.
Fico imaginando o porquê de alguém que destila todo o seu veneno e agressividade através de uma rede social ao buscar essa sensação catártica tão agressiva.
Vale uma reflexão: será que esses mesmos valentões do mundo virtual teriam tanta coragem para enfrentar as adversidades no mundo real?
*Gal Kury,
Professora universitária e consultora de marketing.
FONTE;ELIOMARDELIMA
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