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segunda-feira, 29 de outubro de 2018

LI E GOSTEI; O BRASIL CONSERVADOR E O VELÓRIO DA ESQUERDA

Por ipuemfoco   Postado  segunda-feira, outubro 29, 2018   Sem Comentários


No instante seguinte ao resultado do pleito eleitoral, seguimos sendo brasileiros. No momento oportuno fizemos a nossa voz mais forte, mais firme, mais ousada.
Combatemos aqueles que precisavam ser combatidos não apenas pela sua incapacidade de governança, mas principalmente devido à estrutura que os projetava como representantes de uma doutrina destruidora e potencialmente corruptora, desde a corrupção pelo desvio de verbas públicas até a corrupção da própria alma. 

Combatemos a ideologia que grassa nas universidades, profusas em cativos pensadores debilitados, carcomidos pelas traças do tempo que não perdoa aqueles que se abstiveram de pensar para além do século que passou. 

O intelectual acadêmico, que fechou os olhos para a transformação social real enquanto agitava-se tentando transformar a sociedade a partir de suas teorias esdrúxulas abismou-se com a vitória do pensamento político que se lhe afigura como algo mau, cruel, facínora. Será? 

Será que esse povo novamente vivo politicamente, novamente entusiasmado e vibrante está comemorando a chegada de um fanático ou, como costumam dizer, de um fascista ao poder? 

Ou será que comemoram a estranha vitória do senso de moralidade, a vitória do senso comum ainda não doutrinado, ainda não controlado ou amortizado pelas teorias de viés materialista, pelas políticas de cunho “progressista” que se propagandeiam a torto e a direito pelos meios diversos de comunicação e cultura? 

Será que não é a ideia do retorno de algo menos indigno no campo da política o que essas pessoas comemoram? 

Será que não comemoram o começo de um processo de reajuste necessário no campo político e social, ainda tão cheio de males e de perversões?

O brasileiro, nessas eleições, comemora, ainda que timidamente, o início de uma ruptura profunda com a ideologia nefasta do comunismo, do socialismo, do materialismo, do marxismo em todas as suas vertentes, posicionando-se frontalmente contra o partido que se adonou do país e que tentou impor essas ideias aqui. 

O candidato vitorioso apenas conseguiu canalizar as forças de resistência contrarrevolucionárias que estavam difusas na sociedade. Nessas eleições não tratamos, portanto, apenas de política, mas de cosmovisões distintas. 

Tratamos de uma luta autêntica por justiça contra a demagogia daqueles que se pavoneiam de justos; tratamos de uma batalha entre o sentimento de dever de consciências mais retas e mais afeitas ao trabalho contra o desregramento moral que se quer impor sob o disfarce de um suposto progresso. 

Ninguém quer sustentar esse nível de tensão política ao qual chegamos a não ser aqueles que se viram desterritorializados, desnorteados por perderem a bússola do seu próprio destino, uma vez que o puseram nas mãos do materialismo dialético e da luta de classes. 

Se tivessem ouvido mais a própria consciência e menos o projeto totalitário que os insuflava ao combate pelo poder teriam percebido que esse país que habitam é mais do que uma terra de ninguém a ser cooptada por partidos de ideólogos: é uma pátria de gente sã e disposta ao bom combate e à verdadeira política. 

Não essa política que denigre, difama, detrata e menospreza o adversário, mas a política que se alça para os cumes da justiça na luta pelo bem comum. 

Esse é um dia histórico, divisor de águas pois – não obstante haja claros limites na capacidade daquele que se elegeu – não há que se duvidar que sua figura representa para o povo a nova consciência que não mais se deixa capturar pelas palavras ornadas, retóricas e falaciosas daqueles que saquearam o Brasil. 

Doravante o trabalho será o de limar arestas entre liberais, conservadores, social-democratas etc. que tomarão a seu encargo os desafios de conduzir esse país que hoje – e a cada dia um pouco mais – haverá de se distanciar das outras denominações políticas menos afeitas à liberdade. 

Nem comunismo, nem fascismo, nem retrocesso, nem “progresso” no mal, mas contumácia na ordem, na reorganização do que já foi desorganizado, na recuperação de uma mentalidade e no reequilíbrio das novas gerações. O trabalho político que nos espera é longo, árduo, contínuo e inadiável.

Não convém mais tecer considerações pormenorizadas sobre o que ficou pra trás, apenas atestar com o olhar lúcido de quem vislumbra o futuro que a demagogia cedeu lugar ao bom senso e que o ímpeto de mudança prevaleceu sobre as tentativas deletérias de doutrinação e massificação da juventude

O período é efetivamente de transformações, mas é preciso notar que tais transformações superam as projeções teóricas dos expertos que tentaram liquidar a história com suas teses mal acabadas. 

Há um elemento que sequer foi cogitado pelo pensamento político contemporâneo: o senso de pertencimento a uma realidade ordenadora e transcendente que pede àqueles que habitam essa terra que modulem seus discursos, suas leis e sua política de modo a tangenciar, no limite de suas forças, o ideal de verdade e de justiça. 

O fenômeno político que se desdobra no Brasil pode ser compreendido, portanto, em certo sentido, pela recusa às ideologias, embora também haja ranços ideológicos no espectro político que ora chega ao poder pelo voto do povo. 

O que há de significativo nessa vitória não se resume à figura particular e individual do presidente eleito, mas estende-se ao simbolismo da sua candidatura, que resgata o apelo a algo maior do que aquilo que pode ser alcançado pela simples mudança social e política. 

Temos, depois de longo tempo, um presidente que se declara temente a Deus e pronto para cumprir sua missão de representar um povo sedento de justiça e segurança. Se logrará êxito, não o sabemos. 

Mas sabemos que se curvar ao criador como alguém que dá fé de seus limites é mais auspicioso para um país do que achar que o tecido social pode ser reconfigurado em seus valores por meio de planos de governo estabelecidos e concebidos por uma mentalidade eivada de falsas concepções acerca do real. 

É óbvio que não lidamos aqui no Brasil com um comunismo ou com um socialismo stricto senso, mas tratamos claramente com uma mentalidade transgressora e socialmente pautada, com uma visão política que, em vez de assentar a constituição nos valores eternos e sublimes que deveriam nortear a conduta humana, reavaliam a constituição a partir da conduta humana já desajustada e perdida nos seus aspectos mais elementares. 

Pode-se dizer, portanto, que o conservadorismo que nesse dia 28 de outubro de 2018 falou nas urnas foi a resposta de um povo cujo íntimo já renegava aquela visão de mundo totalitária, liberticida e segregadora que tentou separar negros, homossexuais, índios, transexuais, etc. a fim de manipular as minorias como se os indivíduos que nelas se enquadram devessem obediência e servidão a algum espectro político.

O conservadorismo que falou nas urnas responde também à tendência belicosa que se esconde na demagogia populista das falsas promessas e dos deploráveis discursos. 

Deploráveis porque conotam algo que não se sustenta concretamente, como quando se diz que se defende os Direitos Humanos ao mesmo tempo em que se financia ditaduras; 

Como quando se diz ser a favor da liberdade ao mesmo tempo em que se tenta cercar a expressão da dissidência por meio de patrulhamento e abuso de poder; 

Como quando se diz tolerante ao mesmo tempo em que não se tolera quem não se curva às suas pautas; como quando se diz pacífico e semeia a discórdia; 

Como quando se diz democrático e não aceita a escolha do povo no candidato que representa mais a recusa ao projeto que defendem do que a própria força das propostas dele.

Todos esses aspectos, juntos, transformaram esse país em uma arena para o enfrentamento ideológico durante anos. Por mais que queiramos agora a pacificação e a concórdia, sabemos que isso só será possível quando nós que estivemos ausentes da política quando a política era um bloco homogêneo de ideias de esquerda formos respeitados como sujeitos de fala digna de escuta, como seres pensantes e com posições políticas claras e bem definidas. 

Enquanto nós – que elegemos Jair Messias Bolsonaro como contrapeso ao projeto totalitário da esquerda – formos desfigurados e desqualificados sob a alcunha de fascistas, nazistas ou coisa que o valha não haverá progresso político no sentido de elaboração de projetos de melhorias para o país, já que estaremos ocupados em defender nossa honra e em fazer ouvir nossa voz sem desvirtuamentos. 

Cabe agora aos derrotados pela vontade do povo reavaliar suas práticas e reajustar suas teses de modo a poder fazer surgir uma nova esquerda mais digna e mais capaz de levar adiante aquilo que nesse espectro político há de nobre e digno de atenção. 

Cabe à nova direita saudar o novo presidente e o aclamar com os votos fervorosos de sucesso e êxito para aquelas de suas propostas que vierem para o bem Brasil.

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