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domingo, 21 de janeiro de 2018

JULGAMENTO DIA 24; MOBILIZAÇÕES E AMEAÇAS

Por ipuemfoco   Postado  domingo, janeiro 21, 2018   Sem Comentários

As intimidações contra desembargadores que julgarão recurso de Lula e a criação de um clima de confronto na frente do fórum de Porto Alegre mostram que PT só quer cumprir a lei quando a decisão lhe convém

Os petistas criaram um clima de intimidações, numa tentativa desesperada de desqualificar uma provável decisão desfavorável ao ex-presidente Lula no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre. 

Assim, o que era para ser uma disputa jurídica, virou palco para batalha política, numa atmosfera de terror e medo – que envolveu até ameaças às famílias dos magistrados. Temerosos pela segurança de seus familiares, os três desembargadores da 8ª turma do Tribunal Regional Federal, João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Laus, chegaram a retirar esposas e filhos de Porto Alegre. 

Uma pessoa do Mato Grosso do Sul enviou uma carta ao tribunal prometendo invadir o fórum no dia 24. Os atos de violência passaram a ser investigados pela Procuradoria-Geral da República e pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido do presidente do tribunal Carlos Eduardo Thompson Flores.

A beligerância do PT fez com que a Secretaria Estadual de Segurança preparasse um forte esquema de segurança isolando o local onde o julgamento será realizado. A Brigada Militar gaúcha cancelou férias. Contingentes do interior e do litoral foram deslocados para Porto Alegre. 

As ruas próximas ao TRF-4 bloqueadas, o tráfego desviado, e não haverá expediente nos órgãos públicos das redondezas. Em seu lugar, patrulhas, helicópteros e batalhão de choque com seu aparato completo de escudos, gás lacrimogêneo, spray de pimenta, balas de borracha, cães e cavalaria. 

Os petistas prometem fazer uma vigília na noite anterior ao dia do julgamento, numa praça defronte ao tribunal. Lula deverá estar presente. O ex-presidente não descarta até mesmo comparecer à sessão que selará o seu destino.

Os militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) falam em “grande batalha” a ser realizada na capital gaúcha. Seu coordenador, Guilherme Boulos, divulgou vídeo afirmando que os sem-teto usarão “todo o peso da militância e da mobilização de nossas ocupações”. 

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) quer força máxima em todas as capitais antes e durante o julgamento – ainda que não arrisque estimar quantos irão para sua maior mobilização, prevista para a Avenida Paulista. “Vamos mostrar aos desembargadores o que [eles] estão fazendo”, afirmou o líder regional do MST, Adelar Pretto. 

Ele antecipa que os sem-terra empunharão enxadas e foices roçadeiras. Para a capital gaúcha irão os principais dirigentes e os militantes regionais. A União Nacional dos Estudantes (UNE) vai participar de mobilizações no Rio Grande do Sul, em São Paulo e no Rio. Cerca de 500 universitários de outros estados devem se juntar aos militantes gaúchos da entidade. 

“A intenção é demonstrar resistência”, disse a presidente Marianna Dias. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) divulgou vídeo na quarta-feira 17 acirrando ainda mais os ânimos. 

“A gente tem que ter outra esquerda mais preparada para o enfrentamento, para as lutas de rua. Chega. Não é hora de uma esquerda frouxa, burocratizada e acomodada”, disse. 

A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) tentou resumir o espírito que deseja insuflar: “Nosso lugar é a resistência, tanto parlamentar, quanto jurídica, quanto nas ruas.”

Enquanto as ameaças estão sob investigação e a segurança é reforçada, o discurso dos petistas, por incrível que pareça, é de vitimização, desconsiderando tudo o que levou à condenação de Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ou seja, para os petistas a Justiça só vale se for a favor. A estratégia é usar esse argumento para aglutinar forças para a eleição de outubro. 

Criado em torno da Frente Brasil Popular, que reúne também organizações políticas a ela subordinadas, o movimento foi concebido para continuar em atividade qualquer que seja o resultado do julgamento. “Se Lula for condenado, essa sentença e nada é a mesma coisa do ponto de vista político”, afirmou a senadora e presidente do partido Gleisi Hoffmann, no sábado 13, em Porto Alegre. A declaração soa como claro desrespeito às leis. 

O propósito é alongar a batalha jurídica e apostar no aumento da força eleitoral de Lula até as semanas que antecederão à votação, quando o clamor popular reduziria o risco de um revés definitivo. É uma aposta messiânica que exigiria adesão em larga escala da população. 

Algo que o eleitor repudia diante de tantos escândalos, investigações, processos e condenações envolvendo membros do partido.
Um caso exemplar foi a repercussão da ida de Gleisi e do senador aliado Roberto Requião (PMDB-PR) a um evento político em Maringá, no Paraná, em 13 de janeiro. Houve reação na terra natal do juiz Sergio Moro e uma manifestação marcada anteriormente contra Lula acabou por atrair milhares de pessoas. 

Dias antes, um ato pró-Lula, na sede de um diretório, contou com uns 20 militantes em clima de velório. Sabendo do fracasso da mobilização petista, Gleisi e Requião desistiram da viagem quase ao embarcar no avião.

A capacidade de mobilização dos 180 comitês municipais e de bairro criados pelo partido em São Paulo só conseguiu reunir gatos pingados. A tentativa de organizar paralisações relâmpago não haviam resultado em nada até a semana passada. Mesmo assim, o presidente do PT na capital gaúcha, Rodrigo Dilelio, estima que serão recebidos em Porto Alegre 50 mil apoiadores.

Grupos contrários a Lula pretendem demonstrar mais força. No final do dia do julgamento, o MBL, de Kim Kataguiri, quer promover o CarnaLula num parque de Porto Alegre, distante do tribunal. 

A intenção é comemorar a derrubada do recurso do ex-presidente, que deve torná-lo inelegível e condená-lo à cadeia. Um dia antes, o Vem Pra Rua, em oposição a Lula, organizará atos em 41 cidades pedindo a confirmação da condenação.

Em uma reunião com políticos petistas na sede do TRF-4, na sexta-feira 12, o desembargador Thompson Flores demonstrou preocupação o clima de conflito criado pelos filiados do partido e entidades que lhes dão apoio, como MST, MTST, CUT e UNE – todas beneficiadas com fartos recursos recebidos durante os governos petistas. 

Sem corar a face, os deputados juram que não estimularão tumultos. Todavia, o deputado Marco Maia (PT-RS) reconheceu ser “difícil controlar as massas”, como se responsabilizasse antecipadamente os radicais de sua legenda por uma eventual tragédia no dia do julgamento. É a cara do PT.* Especial de Porto Alegre para ISTOÉ

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