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segunda-feira, 31 de julho de 2017

SEM OPOSIÇÃO E SEM POVO NA RUA,TEMER VAI FICANDO

Por ipuemfoco   Postado  segunda-feira, julho 31, 2017   Sem Comentários

A traição dos aliados é o grande temor dos governistas, não a oposição.


Era o último protesto antes da votação da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara, prevista para esta quarta-feira.

Pelas imagens que vi, não havia mais de 100 elegantes manifestantes na avenida Paulista, um público de missa de domingo nos Jardins, no ato convocado pelo "Movimento Quero um Brasil Ético".

Entre as lideranças que subiram no enorme carro de som, estavam os advogados Hélio Bicudo, um dos autores do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, e Modesto Carvalhosa, que se lançou como candidato independente numa possível sucessão indireta de Temer, se a denúncia for aprovada _ o que no momento parece tão improvável como ganhar sozinho na mega-sena.

Por aí se pode ter uma ideia do tamanho da oposição ao governo que restou nas ruas desde que veio a público a delação da JBS.Com a bancada oficial da oposição na Câmara reduzida a 93 dos 513 deputados, Temer só precisa de 172 votos para enterrar de vez a denúncia.

Para aprová-la, e levar o presidente a um julgamento por corrupção passiva no Supremo Tribunal Federal, a oposição precisaria contar com o apoio de 342 deputados.

À primeira vista, pode parecer que será um passeio para o presidente, mas ainda há sérias dúvidas se haverá quórum para que o julgamento aconteça mesmo na quarta-feira.

A fragilizada oposição começa a semana dividida, sem saber se vai obstruir ou comparecer à sessão.Para que a votação comece, é necessária a presença de pelo menos 342 deputados, e aí começam os problemas dos articuladores políticos do governo e sua insaciável base aliada.

No placar do Estadão desta segunda-feira, apenas 110 parlamentares declararam voto a favor de Temer contra a denúncia, bem menos do que os 188 que se declararam a favor da abertura do processo do STF _ quase o dobro do que a oposição tem oficialmente.

Ou seja, a traição dos aliados é o grande temor dos governistas, não a oposição.Pior do que isso: 159 se recusaram a responder à enquete e 54 se declararam indecisos.

Entre os indecisos, estão 21 dos 29 deputados do aliado DEM, 72,4% da bancada do partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o primeiro na linha sucessória.
Alguém pode acreditar que, a esta altura do campeonato, ainda tenha alguém sem saber como votar sobre a denúncia que veio a público em maio?

Ou a turma do Centrão ampliado, formado por Eduardo Cunha e que ainda domina o plenário, está apenas querendo valorizar o passe para arrancar mais alguma coisa do governo antes da votação?

Eles já levaram mais de R$ 4 bilhões em emendas parlamentares nos últimos dois meses, mas querem mais.Na bancada do PSDB, os que defendem o desembarque do governo anunciam ter 30 dos 47 deputados. Os tucanos governistas calculam ter 23 votos, a metade da bancada rachada.

Para completar a encrenca, os principais operadores governistas estão disputando um campeonato de tiro no pé, em que se destaca o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.

No domingo, ele deu uma entrevista para desdenhar dos tucanos, ao afirmar que "é perfeitamente possível governar sem o PSDB".

Aprovado por apenas 5% da população, Michel Temer joga tudo esta semana para mostrar que continua com uma ampla base parlamentar capaz de tocar as reformas.

Passou as últimas semanas em frenéticas reuniões, almoços, jantares e conversas ao pé do ouvido para garantir votos, mas chega aos momentos decisivos sem saber se conseguirá quórum, e assim vai ficando.

Fora de Brasília, a população assustada a tudo apenas assiste.

Vida que segue.
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