“Acho que houve uma má interpretação, de certa forma, do próprio secretário. Ele é uma pessoa jovem, é um professor de Direito Penal, então jamais poderia interpretar dessa
maneira”. A avaliação do governador Camilo Santana (PT), feita ontem durante a posse da nova presidência do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), foi referente à declaração do titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa, na qual ele destacou que só há dois caminhos para criminosos: a Justiça ou o cemitério.
A fala do secretário ocorreu sábado, 28, numa coletiva, quando duas pessoas foram presas suspeitas do assassinato do cabo Arlindo da Silva Vieira, um dia antes.
Camilo Santana destacou que a orientação de seu governo é de defesa da legalidade em qualquer circunstância. “Acho que houve um equívoco na interpretação da entrevista dele. Mas quero reforçar que não abriremos mão de combater a criminalidade, doa a quem doer”, reforçou.
Vontade de trabalhar, aproximação da tropa e das operações e experiência de 17 anos. Esses foram os atributos destacados pelo governador em relação a André Costa. “Acho que é isso que a gente está precisando no momento: alguém que possa passar para a sociedade a necessidade de mostrar que o Governo está agarrado com o problema, que não tem medido esforços”, disse Camilo, acrescentando que, apesar da redução do número de homicídios, não está satisfeito com os resultados.
A vice-governadora Izolda Cela, que gerencia o programa Ceará Pacífico, frisou que “bandido ou policial, a questão não é essa, a vida de um ou de outro”. Ela defendeu que a morte de um policial abala a instituição. A fala do secretário, então, teria se referido à necessidade de se preservar a institucionalidade.“Essa questão, para mim, não é pouca coisa, não é chavão, é um valor máximo de ética, de referência de vida”, ponderou.
Judiciário
Apesar do envolvimento direto entre o poder Judiciário e as ações de segurança pública no Estado, o novo presidente do TJCE, o desembargador Gladyson Pontes, disse que não comentaria as declarações do titular da SSPDS. “Eu só posso falar do poder judiciário. Cada um responde pelas suas declarações”, disse.(O POVO – Repórter Sara Oliveira)
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