Decorridos 27 dias de governo, o principal capital político de Michel Temer é o benefício da dúvida. Pesquisa CNT/MDA informa que 30,5% dos brasileiros entrevistados não souberam ou não quiseram avaliar governo interino. Um sinal de que ainda observam a Brasília de Temer com olhos de dúvida.
A gestão Temer obteve taxa de aprovação mixuruca: 11,3%. Praticamente igual aos 11,4% atribuídos ao governo Dilma. Porém, graças aos brasileiros que ainda concedem ao presidente interino o benefício da dúvida, a taxa de reprovação da administração Temer (28%) foi bem menor que a da gestão Dilma (62,4%).
Esses 30,5% de entrevistados que olham par a cena política à procura de elementos que lhes permitam assumir uma posição constituem um capital político volátil. O comportamento de Temer dirá se esse nicho da sociedade será contabilizado nas próximas pesquisas como um ativo do govenro ou um passivo.
De acordo com a mesma pesquisa, 62,4% dos entrevistados avaliam que o afastamento temporário de Dilma da cadeira de presidente foi correto. Mais: 68,2% avaliam que o Senado dirá adeus a Dilma no julgamento final, transformando a interinidade de Temer num governo definitivo.
A lógica indica que, para conquistar os patrícios que ainda olham seu governo de cima do muro, Temer deveria fazer o oposto do que Dilma fez. Numa pergunta mais direta, 54,5% dos entrevistados disseram considerar o desempenho do governo Temer igual ao de Dilma.
Apenas 20,1% dos entrevistados disseram que o governo melhorou. Para 14,9%, piorou. No campo ético, 46,6% acham que a corrupção no governo Temer será igual à praticada sob Dilma.
Temer talvez devesse adotar um lema para seu govenro: na dúvida, faça o contrário do que madame fez. Na economia, responsabilidade fiscal. Na política, honradez. Por ora, há certa distinção na economia. Mas, na política, o governo oferece mais do mesmo: fisiologismo, cinismo e desfaçatez.Blog do Josias de Souza
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