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sexta-feira, 13 de maio de 2016

SÓ DILMA TIRA TEMER DO SÉRIO

Por ipuemfoco   Postado  sexta-feira, maio 13, 2016   Sem Comentários

O então vice-presidente Michel Temer interrompeu um de seus convescotes políticos com aliados paulistas para atender a um telefonema do Palácio do Planalto no ano passado. 

Percebeu que não se tratava de uma conversa cordial assim que ouviu a voz da presidente Dilma Rousseff. Àquela altura, a relação entre eles, que nunca fora próxima, estava perto de azedar. Sem delongas, Dilma acusou Temer de ter vazado informações sobre uma reunião entre eles e o presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB. 

Das ocorrências normais da rotina do poder, o vazamento de informações sempre foi, entre centenas, um motivo para as frequentes explosões de raiva de Dilma. Naquela manhã, no conforto de seu escritório no Itaim Bibi, Temer teve um raro arroubo: “A senhora vai me desculpar, mas estou acostumado a lidar com presidentes e não vou admitir esse tratamento desrespeitoso”, disse Temer. E desligou o telefone na cara de Dilma.

Michel Temer, o advogado que assume a Presidência da República interinamente, é formal e diplomático até quando explode.Cerimonioso, apresenta-se sempre em trajes impecáveis. 

Temporão e caçula de oito irmãos, Michel Miguel Elias Temer Lulia nasceu em Tietê, interior de São Paulo, em 23 de setembro de 1940, com uma diferença de mais de 20 anos em relação aos irmãos. Foi no pátio da Faculdade de Direito do Largo São Francisco que Temer se embrenhou na política. Como advogado e professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC), Temer escreveu sua mais conhecida obra jurídica, “Elementos de Direito Constitucional" (Malheiros Editores) – publicado em 1982, o livro está na 24ª edição, com mais de 200 mil cópias vendidas, e é referência na academia –, e conheceu Franco Montoro. 

Eleito governador de São Paulo, em 1982, Montoro convidou Temer a chefiar a Procuradoria-Geral do Estado. Pulou de lá para a Secretaria de Segurança, um cargo delicado na tarefa de lidar com a polícia no final do regime militar. Voltou a ser secretário de segurança em 1992, no governo de Luiz Antônio Fleury Filho, logo após o massacre do Carandiru, quando 111 presos foram assassinados pela Polícia Militar na invasão do maior presídio do estado.

Temer foi eleito deputado federal pela primeira vez com votos próprios em 1995. Rapidamente se destacou nas negociações e chegou a líder do PMDB na Câmara dos Deputados. Chegou à presidência da Câmara em 1997 e reelegeu-se 1999 no governo Fernando Henrique. No fim do governo Lula, mais uma vez foi presidente da Câmara entre 2009 e 2010. 

Foi nesta passagem que Temer fez uma das mais significativas mudanças no processo legislativo nos últimos anos. Em 2009, ele desatou o que era considerado um nó górdio institucional, pelo qual as Medidas Provisórias deixaram de travar a pauta da Câmara. Livrou o parlamento de viver sob o jugo do Executivo. O apoio dado pelo PMDB ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o mensalão levou Temer a ser vice de Dilma em 2010. 

Formal, Temer sempre teve uma vida pessoal discretíssima. Aos 75 anos, pai de cinco filhos, Temer mede 1,70m, é magro e daquelas pessoas naturalmente empertigadas. O que ele fazia fora da política só despertou atenção em 2003, quando, aos 63 anos, casou-se no papel pela segunda vez (no total teve quatro casamentos) com Marcela Tedeschi Araújo, uma modelo loira e alta, então com 19 anos, ex-miss Paulínia. 

Os dois se aproximaram por intermédio do pai de Marcela, o economista Carlos Antonio Araújo. Numa visita recente à casa de Temer, no Alto de Pinheiros, em São Paulo, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, brincou com o vice: “segundo casamento faz bem, né?”. “Já estou no quarto”, disse Temer.

A primeira demonstração pública do rompimento de Temer com a então presidente Dilma Rousseff se deu em 5 de agosto do ano passado, depois de o governo sofrer mais uma derrota na Câmara com a aprovação de projetos de leis que oneravam os gastos públicos, a chamada “pauta-bomba”. 

Numa entrevista, Temer não conseguiu esconder a ansiedade. “Como articulador político do governo, quero fazer esse apelo. Ao longo do tempo tivemos sucesso na articulação política, mas hoje quando se inaugura o segundo semestre agrava-se uma possível crise. Precisamos evitar isso.” 

Ao mesmo tempo em que despontava como beneficiário direto da força do PMDB no Congresso, Temer amargava a pecha de conspirador por não ser enfático na defesa de Dilma dentro do partido e para os entusiastas de seu impeachment. “É preciso que alguém tenha a capacidade de reunificar a todos. Caso contrário, podemos entrar em uma crise desagradável para o país”.

Nos últimos meses, em que o rompimento com Dilma ficou claro e a conjuntura ficou a seu favor, Temer cometeu diversos erros de condução política. Escreveu uma carta pública, na qual reclamou por ser tratado como um “vice decorativo”, que soou mais como esperneio do que como denúncia. 

Deixou vazar um ensaio de discurso que faria após a votação do impeachment na Câmara. Voltou atrás duas vezes na ideia de formação de seu ministério, anunciado nesta quinta-feira. O estilo conciliador faz com que Temer demore a tomar decisões. Negociar muito é essencial no Congresso, mas o poder Executivo exige mais agilidade.

Temer já foi mencionado por dois delatores da Operação Lava Jato, como envolvido no petrolão. No mês passado, ÉPOCA revelouque José Antunes Sobrinho, sócio da empreiteira Engevix, falou em sua delação premiada à Força Tarefa da Operação Lava Jato sobre um amigo de Temer, o ex-coronel João Baptista Lima Filho. 

Os dois se conheceram na década de 1980, no governo de Franco Montoro. Antunes afirmou aos procuradores que pagou pelo menos R$ 1 milhão a Lima Filho para ajudar em campanhas de Temer. O empresário informou que Lima Filho exercia influência no comando da Eletronuclear, a mando de Temer, o que permitiu que o coronel e a Engevix faturassem um contrato de R$ 164 milhões na estatal. 

Com ministros investigados, e ele mesmo mencionado, Temer terá a Lava Jato à espreita.ÉPOCA

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