Escritor José de Alencar, Pai do Romantismo e autor de um dos clássicos da literatura regionalista, "Iracema" -cujo enredo principal envolve a paixão da índia Iracema por Martins Soares Moreno lá para as bandas da Bica do Ipu e outras regiões-, deixou uma frase genial sobre a temporalidade humana:
"Tudo passa sobre a Terra".
Da temporalidade de que tudo passa, de que tudo acaba, nasceu a pergunta acima a respeito do possível fim do ciclo político liderado e chefiado pelo ex prefeito de Tamboril e atual secretário de Esportes do Ceará [deputado estadual licenciado], Jeová Souto Mota, tanto na política de Tamboril como na política regional.
E, como todo ciclo, para não ser diferente, nasce, cresce e morre, o do Jeová Mota tem os mesmo sentidos.
Ciclo político Jeová Mota já teve seu auge e está proximo do seu declínio.
Passou pela ascensão e vai ter sua queda.
Assim acontece nos ciclos da vida humana.
Não seria diferente com o ciclo político de Jeová Mota em Tamboril, governando aquele município desde 2004, quando derrotou uma liderança bizarra da política tamborilense chamada Roque, com uma diferença de apenas 17 votos.
Reeleito em 2008, graças ao Lulismo-petismo de Guimarães, Jeová Mota derrotou o ex prefeito Chico Timbó com uma diferença de mais 2.500 votos.
Foi o auge de crescimento do modelo Jeová Mota de governar Tamboril, quando teve uma expressiva votação na eleição municipal.
Mas quatro anos depois [2012], apoiando o então candidato Ramiro, que acabou eleito, o prestígio de Jeová Mota não era mais o mesmo. Vitória de Ramiro Júnior sobre o principal candidato das oposições, Pedro Calixto (PMDB), com a vice da família Timbó, foi muito apertada, com uma diferença de pouco mais de 700 e poucos votos.
Dizem os analistas que, se a campanha eleitoral fosse mais longa um pouco, Pedro Calixto teria derrotado o atual prefeito Ramiro Júnior nas urnas.
Mostrando que o modelo político e administrativo de Jeová Mota está debilitado e bastante enfraquecido.
Enfraquecimento político e crise profunda do ciclo Jeová Mota já é uma realidade, basta ver a situação na Câmara dos Vereadores de Tamboril. Dos 11 vereadores de Tamboril, a oposição política conta com a maioria simples de 6 vereadores.
A presidente da Câmara, vereadora Rozeângela -importante e destacada liderança feminina da política tamborilense-, que foi eleita pelo então PSB de Jeová Mota, rompeu com ele e se elegeu presidente.
Hoje Rozeângela comanda o Poder Legislativo com ética na oposição política a Jeová e Ramiro.
Apenas porque ser presidente da Câmara dos Vereadores sempre seu maior sonho, seu maior desejo subjetivo, e que Jeová Mota não entendeu ao tentar impor de maneira autoritária o nome do vereador Venceslau, que acabou derrotado.
Fruto de um governo fechado, sectário e isolacionista que faz Jeová Mota na política tamborilense de governar apenas com os aliados.
De não permitir que as várias facções da política local participem do seu governo.
Isso acaba em rompimentos e redução da base do governo. Raimundo do PT, sempre fiel aliado de Jeová Mota e duas vezes vice prefeito, preterido na escolha para ser candidato a prefeito de Tamboril, cujo escolhido foi Ramiro Júnior, hoje é um dos principais adversários do modelo Jeová Mota.
Pior. Raimundo do PT e o vereador Bibi, que tem grande força política e eleitoral no distrito de Sucesso [principal base de Jeová Mota], são pré-candidato a prefeito de Tamboril, podendo a escolha recair sobre um dos dois petistas.
Tanto a candidatura de Raimundo do PT quanto de Bibi, que será definida na convenção do PT, tira votos do prefeito Ramiro ou do candidato que Jeová Mota vai colocar para disputar a Prefeitura de Tamboril em 2016, podendo ser ele mesmo ou alguém bem próximo a ele.
Outra coisa. Se Jeová Mota acha que o vereador Geovani vai puder seu em seu palanque e pedir votos, está enganado. Se o PT tiver candidato próprio a prefeito, e terá certamente, Giovani, por causa do princípio da fidelidade partidária, fica impedido de subir no palanque de Jeová Mota, pois ele é do PDT.
Sem o PT, agora num discurso radical de oposição, Jeová Mota perdeu sua principal referência no Congresso Nacional. Por causa da traição de Jeová Mota, que votou em Nenen do Cazuza para deputado federal, o deputado Guimarães [Líder do governo Dilma na Câmara], não quer nem saber mais de Jeová Mota.
Tem raiva da simples menção do nome de Jeová Mota.
Deputado Guimarães, que manda no PT do Ceará, está firme para derrubar Jeová Mota do poder político em Tamboril, decidindo, portanto, que o PT local terá candidatura própria à Prefeitura de Tamboril, goste ou não o secretário de Esportes do governo Camilo.
Para quem não sabe, por ex., foi com a ajuda do deputado Guimarães que muitas obras importantes de Tamboril foram conseguidas. Mas Jeová Mota não soube agradecer. Preferiu trair Guimarães e votar num federal que não foi eleito, caso do Nenen do Cazuza.
Não foram apenas obras. Muitos dos grandes shows e do próprio Tamboril Fest, evento que consagrou Jeová Mota na região, foram feitos com recursos da Petrobras -conseguidos graças ao prestígio do deputado Guimarães com a presidente Dilma e com o ex presidente Lula.
Mostrando que muitas das obras dos governos Jeová Mota foram de recursos federais e do governo estadual, todas conseguidas graças à força política do deputado Guimarães. Mas hoje não virão mais tais obras e nem os grandes shows.
Basta ver que, enquanto Monsenhor Tabosa trouxe Aviões do Forró para seus eventos do Padroeiro [São Sebastião], Tamboril teve que se contentar com Conde do Forró e Pé de Ouro nos festejos religiosos de Santo Anastácio -padroeiro tamborilense.
Sem Guimarães, não terão mais obras e nem grandes eventos musicais para Tamboril.
Fruto dos erros políticos de Jeová Mota, que não foi grato a Guimarães.
Outro erro político dele foi ter assumido a fraquíssima Secretaria de Esportes do governo Camilo, com pouca verba e pequena dotação orçamentária para investimentos esportivos.
Ao se licenciar do mandato de deputado estadual e assumir a Secretaria de Esportes do governo Camilo, Jeová Mota traiu o povo de Tamboril e os eleitores da região.
Jeová Mota, é bom que se diga, foi eleito para ser deputado estadual e não secretário de Esportes.
Eleitores de Tamboril, de Nova Russas da região elegeram Jeová Mota deputado estadual para que ele lutasse na Assembleia pelos interesses maiores das populações sertanejas dos Sertões de Crateús: IML, hospital regional moderno, segurança hídrica, novos açudes e adutoras; juízes para as comarcas, aparelhamentos das polícias, mais segurança; fábricas e gerações de novos empregos, cidadania legal, novas escolas profissionalizantes, entre outros avanços.
Fez o diferente. Preferiu ser secretário do que deputado estadual. Preferiu a burocracia do que o parlamento. Fez opção errada de ser um mero secretário estadual a usar a tribuna da Assembleia para defender os projetos e o progresso regional.
Razões para que o nome de Jeová Mota esteja queimado dentro e fora de Tamboril. Sem força política regional. Vivendo um ostracismo na classe política tamborilense e da região. Perdendo suas bases eleitorais e políticas para outros deputados.
E muitos dos seus prefeitos na região, exemplos de Gonçalo Diogo [Nova Russas], de Valterlin [Independência], de Fabiano Lobo [Santa Quitéria], entre outros, são queimados e com dificuldades em suas reeleições.
Isso não quer dizer que ele não tem sua popularidade. Tem! todo mundo tem os seus! Mas dentro de Tamboril a onda Anti-Jeová começa a ganhar força de fenômeno de massas. Há mais gente contra do que a favor de Jeová em Tamboril.
Basta ver que grande parte do eleitorado não votaria mais em Jeová Mota de forma alguma. Os principais partidos políticos de Tamboril [PSDB, PMDB e PT] são radicalmente contrários ao modelo político centralizador de Jeová Mota.
Trata-se de um fato político existente nas Oliveiras, na Holanda, no Carvalho, entre outros distritos e comunidades de Tamboril.
Tem mais. A imprensa estadual, quando à questão da ética e da moralidade pública, sempre publica denúncias contra Jeová Mota.
O Diário do Nordeste, por meio da jornalista Lorena Alves, publicou matéria acusando Jeová Mota, com base em vários processo judiciais na Justiça Federal, de vários crimes contra a administração pública, inclusive, contra a Lei de Licitações:8.666.
Denúncias que precisam ser respondidas por Jeová Mota, informando, até pela questão de que hoje os políticos precisam ser fichas limpa, sobre como se encontram seus processos na Justiça estadual e na justiça federal.
Deve responder se seus processos já foram arquivados, se estão tramitando, se estão com trânsito em julgado.
Explicar ao povo sua reação situação judicial e processual perante seus eleitores.
Algo a mais. Jeová Mota tem que informar se foi candidato a deputado estadual por meio de liminar ou sem liminar.
Informar bem para tirar todas as dúvidas.
Até porque Jeová Mota exerce atividade pública e é preciso que suas atividades públicas sejam as mais corretas e as mais transparentes possíveis.
Algo que cobra sempre a midia, a sociedade civil organizada e os setores mais politizados de Tamboril e da região.
Mostrando que a aura de mito político e administrativo de Jeová Mota em Tamboril e na região começa a ser desconstruída, entrando na sua fase de total decadência. Mitologia do político do pão e do circo da Era Jeová parece está chegando ao fim.
Mais circo do que pão.
E como todo ciclo tem começo, início e fim, assim vai acontecer com Jeová Mota.
E o ciclo de Jeová Mota na política de Tamboril e da região está cada vez mais perto do fim.
Espero ter respondido bem a pergunta acima!
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Autor do artigo: Professor Tim é cientista político e blogueiro.
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