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sexta-feira, 9 de outubro de 2015

VÍDEO DO MÉDICOS SEM FRONTEIRAS MOSTRA HOSPITAL BOMBARDEADO

Por ipuemfoco   Postado  sexta-feira, outubro 09, 2015   Sem Comentários

A primeira bomba caiu às 2h08. A partir daquele momento, pacientes e voluntários da ONG Médicos sem Fronteiras que estavam no hospital da organização em Kunduz, norte
doAfeganistão, passaram por uma hora e sete minutos de pânico, com ataques sistemáticos a cada quinze minutos, feitos por um avião AC-130 da Força Aérea americana. Havia 105 pessoas sob tratamento e 80 voluntários, entre médicos, enfermeiros e assistentes. 

Vinte e duas pessoas morreram. Três eram crianças; 12, voluntários. Outras 37 pessoas ficaram feridas, entre elas19 do Médicos Sem Fronteiras. Ainda há nove pacientes e 24 funcionários da entidade desaparecidos.

Os motivos do ataque a uma instituição civil ainda não estão claros, mas levaram o presidente Barack Obama, ganhador do prêmio Nobel da Paz em 2009, a pedir desculpas ao Médicos Sem Fronteiras, entidade que recebeu o mesmo prêmio em 1999. 

O grupo quer que o presidente seja responsabilizado por crime de guerra e pediu a abertura de uma investigação independente da Comissão Internacional Humanitária para a Apuração dos Fatos. O órgão foi criado em 1991 para apurar violações aos direitos internacionais humanitários, estabelecidos pela Convenção de Genebra, mas jamais funcionou. 

Pelos termos da convenção, um hospital em zona de conflito não pode ser bombardeado. Para trabalhar, a comissão precisa ser acionada formalmente por um dos 76 países signatários do tratado que a criou —o Brasil é um deles. Precisa ainda que os países sob acusação aceitem serem investigados. São poucas as chances de que isso aconteça.


Vídeo divulgado pelo Médicos Sem Fronteiras mostra o hospital em funcionamento, em anos anteriores, e imagens de como ficou após o bombardeio. Aberto em 2011, é uma instalação grande, bem equipada. Em tempos de guerra, tornou-se o único hospital de trauma na região de Kunduz, cidade de 300 mil habitantes. 

Em 2014, tratou cerca de 22 mil pessoas. Atendia indiscriminadamente todos os que precisassem de cuidados, sem se importar com etnia ou filiação política, como informava uma placa em sua entrada. 

O fato de atender a todos —inclusive talibãs— desagradava o governo afegão, que em julho tentou invadir a unidade em busca de desafetos, sem sucesso. De 28 de setembro, quando os talibãs iniciaram uma série de ataques para retomar o controle de Kunduz, até o dia do bombardeio, 390 feridos tinham sido atendidos no hospital.

Sobreviventes, transferidos para um hospital em Puli Khumri, a duas horas de carro por estradas perigosas, relatam o horror. Um enfermeiro contou ter visto seis pacientes morrerem queimados em suas camas, no CTI da unidade. A mesa de um escritório virou cama cirúrgica, onde médicos tentaram salvar um de seus colegas. Sem sucesso.

Por causa do ataque, o Médicos Sem Fronteiras retirou de Kunduz as cerca de 400 pessoas que trabalhavam lá. O hospital está fechado. E os 300 mil moradores da cidade estão entregues à própria (má) sorte.epoca

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