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quinta-feira, 14 de maio de 2015

SAÚDE PÚBLICA; HÁ ALGO DE PODRE NO SISTEMA

Por ipuemfoco   Postado  quinta-feira, maio 14, 2015   Sem Comentários

Nos últimos dois dias, a gravidade dos problemas verificados na saúde pública levou os dois principais governantes do Estado a assumir pessoalmente a busca de soluções emergenciais para o drama que estrangula os hospitais e leva cidadãos, inclusive bebês, a serem “internados” nos corredores das unidades de saúde.

As chocantes imagens de pacientes atendidos no chão de um corredor do Instituto José Frota levaram o prefeito Roberto Cláudio a visitar o mais importante hospital de emergência do Município. Fez bem. É o mínimo que um governante pode fazer em situações como a verificada.

Já é um absurdo um cidadão ser “internado” em uma maca. Imaginem quando isso ocorre no piso do hospital. Na visita, o prefeito se reuniu com o comando do IJF e concluiu que o problema não se deu por falta de macas, mas sim pela ausência do equipamento no local adequado. Lá, se não há problema de maca, há, pelo visto, problema de gestão de maca.

Notem bem. No IJF, mesmo que as macas estivessem no local adequado, persistiria um problema. No caso, a “internação” apenas deixaria de ocorrer no chão, mas passaria a ser na maca. Continuaria errado. Porém, é relevante um fato: o prefeito não dourou a pílula e assumiu a gravidade do problema.

Ontem, o governador Camilo Santana manteve uma longa reunião, a portas fechadas, com os diretores dos 10 hospitais da rede pública estadual. São oito unidades em Fortaleza e dois do Interior. O chefe do Executivo estadual também não reproduziu um comportamento omisso bastante usual na gestão pública brasileira.

No entanto, o governador deu ênfase à falta de verbas como a principal causa pela crise no sistema de saúde do Ceará. “Há alguns anos, a cada real recebido do Governo Federal, gastávamos um real. Hoje, o Estado gasta quatro reais pela mesma quantia recebida. É um problema que precisa abrir discussão nacional”, disse.

Na mesma entrevista, Camilo ressaltou a providência das ações emergenciais do Governo para repor materiais hospitalares e remédios que faltaram em algumas unidades de saúde, como o Hospital Geral. Ou seja, medidas para controlar a hemorragia.

A crise de financiamento na saúde parece ser um argumento que ninguém discorda. Acaba de sair novo estudo da Organização Mundial da Saúde. Conclusão: o governo brasileiro destina por ano à saúde de cada cidadão menos do que a média mundial.

Porém, a OMS constatou também que, no Brasil, 47,5% da conta final da saúde é arcada pelo poder público. Os 52,5% restantes são pagos pelo cidadão por meio de planos de saúde ou gastos privados. Percebem? 

Grande parcela dos contribuintes nem sequer usa o sistema público, embora pague impostos para tal.

Nos últimos anos, o Brasil só aumentou seus gastos com saúde. Isso ocorreu mesmo com o fim da CPMF. Então, por qual motivo os problemas só pioraram? Seria saudável se os gestores apostassem também na provável crise de gestão que afeta o setor.

Atentem: no auge da arrecadação da CPMF os mesmos problemas verificados hoje já persistiam com maior ou menor grau. Então há algo de podre no sistema gerencial. Culpar somente a crise de financiamento talvez apenas retire parte da responsabilidade dos gestores. É a hora de olhar para dentro do sistema.

Nada é perfeito na administração pública brasileira. Por que a gestão de saúde seria?O POVO

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