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sexta-feira, 10 de abril de 2015

CAMILO;CEM DIAS NA SOLIDÃO DO PODER

Por ipuemfoco   Postado  sexta-feira, abril 10, 2015   Sem Comentários


Nesta sexta-feira, 10 de abril, o Governador Camilo Santana comemora 100 dias de gestão. Para enfrentar a máxima da "solidão" do poder, o governador tem conversado muito, com todos os setores e, em geral, está sendo reconhecido como um homem de diálogo.

Camilo Santana tomou posse no dia 1º de janeiro em solenidade bastante concorrida, no Palácio da Abolição, com ampla participação de setores populares e do mundo político. A montagem do governo não foi uma tarefa fácil e o secretariado só foi anunciado na véspera da posse, após intensas conversações para acomodar aliados a atender compromissos de campanha.

Entre os problemas emergenciais, o novo governo precisou resolver a greve dos professores das universidades estaduais, que já durava mais de cem dias, e o problema do abastecimento d' água de vários municípios, com a perspectiva de mais um ano de seca.

Na Assembleia Legislativa, o governador ainda não teve maiores problemas, a partir da formação de uma ampla maioria com os deputados dos partidos que apoiaram sua eleição. Quatro deputados foram chamados para o executivo, abrindo espaço para suplentes, cumprindo compromissos de campanha.

A indicação do líder, entretanto, foi uma surpresa, com a nomeação do deputado Evandro Leitão, do PDT, parlamentar de primeiro mandato, após especulações de que o comando seria do PT ou do Pros, principais partidos da aliança que elegeu o governador. 

O líder, é claro, faz uma avaliação positiva do início do governo. "Vejo esses 100 primeiros dias de forma positiva, ainda que precisemos fazer adequações nos gastos. Todo início de governo exige que o gestor faça ajustes para imprimir sua marca, mesmo neste caso em que o antecessor é um aliado. Sobretudo diante do cenário econômico nacional. 

Já demos passos importantes, cumprindo promessas de campanha, dando melhorias salariais para profissionais da saúde e educação, por exemplo. O governador está focado nas áreas estratégicas e prioritárias neste momento : saúde, recursos hídricos e segurança". 

Sobre a articulação parlamentar, o deputado Evandro Leitão afirmou que, "na Assembleia, ainda que haja uma oposição numerosa e ferrenha, estamos conseguindo aprovação unânime de todos os projetos encaminhados pelo Executivo".

A oposição é formada por 11 parlamentares, de um total de 46 deputados, mas não atua em bloco. O deputado Renato Roseno, do Psol, embora se declare oposição, não fecha com os demais. Os outros opositores estão distribuídos no PR, PV, Dem, PSDB, PMDB, PSDC e SD, mas com ímpeto oposicionista variável.

Já na relação com a base, duas únicas pequenas crises vieram a público: a renúncia do deputado David Duran do cargo de secretário de Esportes, com pouco mais de trinta dias de gestão, alegando esvaziamento da secretaria e a saída do PSD do bloco parlamentar, por pressão do presidente da legenda, Almircy Pinto, insatisfeito com a relação. Entretanto, os deputados do PSD reafirmaram a permanência na base de apoio e o fato não teve maiores consequências.

Do ponto de vista da política geral, dois fatos foram marcantes: o problema do Acquário Ceará e a desistência da Petrobrás em implantar a refinaria. Esses foram os maiores debates levantados pela oposição na Assembleia Legislativa. 

Na articulação política, o governador Camilo Santana tem sido reconhecido como um homem de diálogo, tendo aberto conversações com todos os setores organizados. Nesses primeiros cem dias, foram priorizados os problemas da seca e da segurança pública. 

Neste sentido, o governador já conversou com Fetraece, MST, Movimento dos Atingidos por Barragem e montou um grupo de trabalho para discutir as ações do "Ceará Pacífico", para o enfrentamento da questão da violência.

Na área da saúde, o governo tem enfrentado problemas com o funcionamento do Hospital Geral de Fortaleza. Por outro lado, avançou na regulamentação do piso salarial dos agentes de saúde. 

O governador tem também feito articulações nacionais discutindo o financiamento do setor, o maior gargalo dos gestores. No Ceará, onde houve grandes investimentos em equipamentos, com a construção de UPAs, CEOs, Policlínicas e hospitais regionais, o custeio está insustentável.

No decorrer da semana o Governo do Estado tem divulgado relatórios apontando as ações desenvolvidas ao longo deste período. O Ceará 247 ouviu lideranças de alguns setores para saber como eles avaliam os primeiros meses do governador.

Segurança

A área da Segurança Pública é estratégica para o governo e o próprio governador avocou para si a responsabilidade de enfrentar o problema. Entre as diretrizes do seu programa de campanha, ele defendeu o "Ceará Pacífico" e, logo após assumir, criou um grupo especial de debate, com representação da sociedade e de setores de governo para elaborar propostas para o setor. A relação do governo com a tropa era um dos principais gargalos a ser enfrentado pelo Governador Camilo Santana, uma vez que

na gestão do ex-governador Cid Gomes as relações com a tropa foram muito tensas.

Nesses primeiros cem dias, no entanto, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Ceará, Gustavo Simplício Moreira, avalia que o governo Camilo Santana tem tido outra postura na relação com os policiais. “O sindicato está muito confiante nesse novo governo. 

Estamos notando uma postura totalmente diferente do governo passado. O secretário de Segurança, Delci Teixeira, também é muito acessível”, disse. Gustavo Moreira afirmou ainda que esse governo será mais acessível e que irá priorizar o homem. Segundo ele "o governo passado investiu muito em equipamento e esqueceu o policial”.

Também o deputado estadual Capitão Wagner (PR), embora faça parte do bloco de oposição ao governador, tem uma avaliação relativamente positiva desse primeiro período da gestão de Camilo Santana. Ele destacou o decréscimo da violência nos primeiros meses de 2015. Para o Capitão Wagner "a segurança pública do Estado ainda não está melhor devido ao corte de recursos. 

A SSPDS teve 20% dos custos cortados. Isso aumenta a dificuldade de trabalho. É difícil o secretário de Segurança apresentar um número positivo”. Wagner disse ainda que espera que o Plano de Segurança do governo – Ceará Pacífico – estabeleça metas para as instituições que lidam com a segurança pública e em relação a estatísticas criminais. “Precisamos que o governo continue aberto ao diálogo e que as sugestões dadas sejam avaliadas e colocadas em prática”.

Educação

Se na segurança, o governador Camilo Santana herdou problemas graves, na educação, ao contrário, o legado de Cid Gomes foi muito positivo, no que se refere aos resultados do Ensino Fundamental, colocando a nova gestão diante da obrigação de conseguir avanços maiores. Para o presidente do sindicato Apeoc, Anísio Melo “a expectativa é que o governo apoie a educação pública. 

Visando a estrutura escolar, a valorização dos profissionais de educação. Queremos criar uma grande frente de defesa dos royalties do petróleo para captar recursos para os profissionais de educação como prioridade. Esperamos que Camilo articule com a bancada federal”.

A principais medidas adotada por Camilo no início do governo foram o compromisso com o piso nacional dos professores e a garantia do vale alimentação para os professores temporários. "O governador Camilo Santana atendeu uma reivindicação histórica para os professores temporários, que é a garantia do vale alimentação", disse Anísio Melo.

Já na área do ensino superior, Camilo Santana assumiu o governo enfrentando uma greve que já durava mais de cem dias nas universidades estaduais. Na opinião do presidente do Sindicato dos Docentes da Uece (Sinduece), Célio Coutinho, 100 dias ainda é um tempo muito curto para avaliar o Governo Camilo. 

No entanto, o professor destaca que a preocupação da categoria é a ameaça de cortes de verbas que as três universidade estaduais – Uece, Urca e UVA – podem sofrer. “Historicamente as universidade do Ceará têm sofrido com o abandono do governo. 

Nossa compreensão é que as instituições não podem sofrer nenhum percentual de corte. Estamos aguardando que o governo atual apresente uma política de estado pautada, sobretudo, no financiamento público estadual”. Segundo ele, nesses 100 dias ainda não aconteceu um convite, por parte do Governo do Estado, para que possa ser discutida a questão. 

“Houve inicialmente um compromisso em janeiro diretamente com o governador, houve avanço na pauta, mas o ponto fundamental que precisa de um acordo concreto é o financiamento”, disse.

Serviço Público

Sobre a relação com os servidores públicos, o diretor administrativo do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Ceará (Mova-se), Evaldo Ribeiro, entidade que representa trabalhadores dos poderes Judiciário, Executivo e Legislativo, avalia como negativo os 100 primeiros dias de governo, no que diz respeito a relação com os funcionários públicos do Estado. 

Segundo ele, o governo adotou a mesma metodologia de reconhecimento de salários e de condições de trabalho do governo anterior. Mas destacou que essa avaliação é preliminar e que entende que o governo ainda está montando a máquina do Estado.

Embora o governador Camilo Santana esteja sendo reconhecido pela abertura do diálogo com os vários setores, Evaldo Ribeiro critica os canais de conversação. "Nosso problema é que estamos dialogando com pessoas sem poder de decisão. Esperamos falar com alguém que decida, que bata o martelo”. 

Mesmo assim, destaca que se o governador mantiver a transparência e o diálogo com os movimentos, principalmente com os servidores públicos, isso impactará positivamente.24/7

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