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sábado, 14 de março de 2015

O QUE A EX-ALIANÇA REVELA SOBRE TANTO UM QUANTO OUTRO

Por ipuemfoco   Postado  sábado, março 14, 2015   Sem Comentários

O senador Eunício Oliveira, líder do PMDB no Senado, explicitou tese comentadíssima nas rodas de bastidores. Afirmou que o problema de saúde alegado pelo ministro Cid Gomes ( Pros) foi uma manobra para não atender à convocação dos deputados e deixar de comparecer à Câmara. “Ele fez essa manobra hoje, mas o prazo é inexorável.


Pela Constituição Federal, ele tem até 30 dias após a convocação para comparecer ao Congresso Nacional. Agora, se ele não comparecer, é crime de responsabilidade. Dá cassação de mandato e dá cadeia para aquele que for condenado por crime de responsabilidade”, afirmou ao site de notícias G1.

A suspeita é tal que o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), propôs a criação de uma comissão externa, composta por deputados médicos, para avaliar se o ex-governador cearense estava mesmo incapacitado de comparecer ou se teria mentido. Se a própria e inusitada convocação já foi uma demonstração de hostilidade do Legislativo, esse possível segundo gesto seria uma declaração de guerra e um atestado inequívoco de descrédito.

Como escrevi ontem, não tenho elementos que indiquem que o problema de saúde de Cid teria sido forjado. O que vi foi muita suposição e especulação a respeito por aí afora. Até elementos sólidos em contrário, ainda mais em assunto tão sério quanto a saúde alheia, dou crédito ao que afirma. Se Eunício tem elementos para fundamentar tão grave acusação – a de que um ministro de Estado mentiu para enganar a Câmara e deixar de atender à convocação – isso eu não sei. Não as apresentou, pelo menos. De toda maneira, não é o fundamental para esse comentário.

Quero chamar atenção para o que o episódio revela sobre a aliança que governou o Ceará durante oito anos, e que tinha em Cid e Eunício os protagonistas, ao lado do PT. De um lado, o senador peemedebista não apenas ajudou a eleger e a reeleger governador o atual ministro. 

Na condição de candidato ao Palácio da Abolição no ano passado, ele tentou também, até o limite, obter o apoio do então chefe do Poder Executivo estadual à sua postulação. Buscava, portanto, o respaldo de alguém que julga capaz de se fingir doente para ludibriar o Poder Legislativo e fugir a suas responsabilidades.

De outro lado, se Eunício estiver errado em sua declaração, significa que Cid manteve como aliado estratégico, entregou espaços de poder e ajudou a eleger senador alguém que seria capaz de inventar calúnia de tamanha gravidade contra um ministro de Estado, em função de desavenças políticas.

A situação é ainda mais grave considerando-se que Cid e Eunício tiveram longa convivência na partilha do poder. O rompimento foi motivado quando o peemedebista tentou ser o candidato governista à sucessão estadual no Executivo, no ano passado.

Como o então governador não aceitou apoiá-lo, o senador foi para a disputa aliado à oposição. O embate com Camilo Santana (PT), escolhido candidato oficial, representou uma das mais agressivas campanhas estaduais que o Ceará já presenciou. Antes, porém, houve quase uma década de parceria, acordos, negociações e articulações. Conhecem muito bem um ao outro – os métodos e a forma de atuação – para saberem do que são mutuamente capazes.ÉRICO FIRMO/OPOVO

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