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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O APERREIO PARA CONSEGUIR ÁGUA

Por ipuemfoco   Postado  quinta-feira, fevereiro 05, 2015   Sem Comentários


Eram 13h30min quando a aposentada Rosilda Silva, 69, tratou de encher baldes e bacias. Hora de armazenar água para o serviço de casa pelo resto do dia. Depois das 14 horas, nada nas torneiras. 
A nova rotina começou na última segunda-feira, 2, com o começo do racionamento de água na zona urbana de Paracuru. Na cidade do Litoral Oeste, a 88 quilômetros de Fortaleza, o abastecimento sofre interrupção diária até as 4 horas da madrugada.

Trinta das 150 cidades abastecidas pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) enfrentam rodízio ou racionamento por causa da estiagem (ver Saiba Mais). De dezembro para cá, conforme dados da Cagece, mais quatro cidades passaram a ter restrições nas sedes: Pereiro, Pacujá, Graça e Mucambo.

Por enquanto, a fonte hídrica de Paracuru é a Lagoa Grande, um manancial que não costumava depender tanto das chuvas para suprir a demanda. Segundo explica o secretário municipal de Meio Ambiente, Edmundo Ferreira, aterramentos ilegais e falhas na contenção do avanço das dunas em direção à água já diminuíram em dez vezes a área da lagoa.

Com a estiagem prolongada, a situação preocupa. A diminuição do espelho d’água também facilita o avanço das dunas em direção à cidade. E como parte da lagoa já é lama, a água que chega às torneiras não agrada os moradores. Na residência de dona Rosilda, quem salva é a água do poço que dá na cozinha há 20 anos. “Essa aqui (da Cagece) não dá mais para beber. A do poço ainda é limpa”, conta o marido, Raimundo Silva, 74.

A casa de Ticiane Félix, 19, é das poucas no bairro Vila São José sem poço. “Quando a água acaba (às 14 horas), eu e minha mãe vamos pedir aos vizinhos com os baldes”, conta. A casa da avó também depende apenas da Cagece. Lá, a torneira ainda traz água à tarde. “Eu economizo, lavo pouca roupa e tomo banho rápido. Fica água na caixa”, ensina dona Maria Félix, 76.

Comércio

No Bairro das Carlotas, o comerciante Adalberto Monteiro já lista tambores de 120 litros entre os itens mais vendidos. “Já nem compram os de 60 litros desde que ouviram falar do racionamento na rádio. Estou vendendo muito. Infelizmente, é por causa da seca”, lamenta.


Em racionamento

Segundo a Cagece, 30 cidades têm racionamento ou rodízio no abastecimento devido à estiagem: Ararendá, Baixio, Capistrano, Caridade, Catunda, Crateús, Farias Brito, Graça, Hidrolândia, Ipaumirim, Iracema, Itatira, Jaguaretama, Martinópole, Mucambo, Mulungu, Novo Oriente, Pacoti, Pacujá, Palmácia, Paracuru, Parambu, Pentecoste, Pereiro, Quiterianópolis, São Luís do Curu, Senador Sá, Trairi, Umari e Uruoca. 

Alternativas

Em Paracuru, a esperança de driblar a seca passa pelo estudo de outros mananciais. Uma possibilidade é a Lagoa do Mocó, a cerca de um quilômetro da Lagoa Grande. Conforme Edmundo Ferreira, há estudos para uma adutora de engate rápido. 

Não existem açudes próximos à cidade. Conforme o secretário do Meio Ambiente, reivindica-se uma adutora trazendo água do Eixão das Águas, que já abastece o Complexo Portuário e Industrial do Pecém, em São Gonçalo do Amarante. 

Uma perfuratriz cedida pelo Governo do Estado deve cavar poços, neste mês, em áreas com bons volumes e qualidade de água subterrânea.

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