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sábado, 3 de janeiro de 2015

O MILAGRE DA GLOBO; AUDIÊNCIA CAI, FATURAMENTO SOBE

Por ipuemfoco   Postado  sábado, janeiro 03, 2015   Sem Comentários

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Acabam de sair os números de faturamento da Globo, em 2014.
Segundo o colunista Lauro Jardim, a receita anual da emissora dos Marinho em 2014 foi de R$ 16 bilhões, o que representa ganho de 9,7% sobre o ano anterior.

O crescimento, acima da inflação, surpreende por uma razão básica. Há vários anos a Globo vem sofrendo queda contínua de audiência, mas isso não tem afetado seu desempenho publicitários – especialmente junto ao setor público.

Levantamento recente apontou que dos R$ 15,7 bilhões investidos pelo governo federal e por empresas estatais nos últimos dez anos, nada menos que R$ 5,3 bilhões, mais de um terço foram abocanhados pela Globo (leia mais aqui). O mesmo fenômeno aconteceu em governos estaduais, como, por exemplo, Minas Gerais.

Recentemente, Lauro Jardim publicou uma nota mais extensa sobre a audiência da Globo em 2014, que caiu mais 5% e ficou no menor nível desde que a emissora se tornou líder de audiência, há 45 anos. Leia abaixo:

A TV Globo perdeu 5% de audiência em 2014, caindo de 14,3 pontos, em 2013, para 13,5 pontos, no ano passado, entre 7h e meia-noite. Os dados do Ibope são da medição na Grande São Paulo. É o pior desempenho anual, desde que virou líder de audiência, há 45 anos.

Na contramão, cresceu a participação da TV paga e dos pequenos canais regionais, que cresceram de 6,7 pontos em 2013 para 8,6 em 2014.

Os números repetem a tendência dos últimos dez anos. Enquanto, de 2004 para cá, a Globo registrou uma queda de 38% na audiência, caindo de 21,7 para 13,5, a TV paga e os canais regionais cresceram 260%, saltando de 2,4 pontos para 8,6 na Grande São Paulo.

Em 2014, o crescimento da Record foi tímido, subindo de 6,1 para 6,2, número que a emissora tinha em 2012. O SBT fechou o ano com 5,6, frente a 5,3 em 2013. Já a Band caiu de 2,5 pontos em 2014 para 2,4 pontos em 2013.

A Record teve crescimento de 50% de 2004 para cá, saindo de 4,2 para 6,2. O pico da emissora do bispo Edir Macedo foi em 2008, com 8,3 pontos.

Nesses dez anos, o SBT perdeu 33% de sua audiência, numa queda de 8,4 para 5,6 pontos.

Graças à concentração midiática no Brasil, os Marinho se tornaram a família mais rica do setor no mundo, com patrimônio superior a US$ 21 bilhões.

Nesta semana, o jornal O Globo, da família, publicou editorial contra a ideia de taxação das grandes fortunas. Leia abaixo:

Taxar as chamadas grandes fortunas é desejo cultivado por qualquer governante em busca de dinheiro aparentemente fácil. E com a vantagem de poder apresentar o novo imposto como um ato de “justiça social”, bandeira sempre simpática, capaz de encobrir qualquer aberração de política econômica.

A história desse imposto começou no século XIX, quando foi criado por socialistas ingleses. Caiu em desuso pelas dificuldades que cercam o gravame, e há pouco voltou ao noticiário por meio do best-seller “O capital no Século XXI”, de Thomas Piketty, economista francês.

Baseado em ampla compilação de estatísticas de vários países, Piketty se propõe a provar que a renda do capital derivado de herança e patrimônio próprio supera, e jamais deixará de ser assim, a renda do trabalho. Ato contínuo, Piketty propõe um imposto sobre patrimônio para reduzir as desigualdades sociais no mundo.

Ideias como esta são tentadoras desde sempre. Por esse motivo, e considerando a atmosfera ideológica na qual trabalhou a Constituinte de 1987, a Constituição brasileira, promulgada no ano seguinte, prevê este imposto em um dos artigos. Jamais foi regulamentado. O então senador Fernando Henrique Cardoso apresentou projeto com este fim, e só.

Mais de uma década de governos do PT, partido de esquerda, já seria tempo de o dispositivo constitucional ser aplicado. Na base aliada, houve pelo menos uma tentativa. Sem sucesso. Pode-se entender que a base do Planalto é tão heterogênea que não conseguirá se unir em torno deste imposto.

Mas o ponto central nesta discussão é que se trata de ilusória a vantagem da taxação de fortunas. Um primeiro ponto é o custo de arrecadação do imposto, muito alto. Como se trata de um gravame declaratório — ele é arrecadado sobre o que é declarado pelo contribuinte —, a coleta tende a ser baixa, devido à previsível substimativa da base a ser taxada.

Logo, é imprescindível montar-se uma estrutura de fiscalização para combater a evasão. No final das contas, a conclusão sempre é que o custo da estrutura não compensa o resultado da arrecadação. Entende-se por que muitos países suprimiram este imposto, inclusive a Inglaterra.

Outro problema: tão logo se torne uma possibilidade concreta o imposto sobre fortunas, as famílias abastadas transferirão todo ou parte do patrimônio para países sem o tributo. E sua riqueza crescerá apenas no exterior. Os empregos e a renda gerados por grandes patrimônios familiares migrarão para o exterior, portanto. Péssimo negócio, certeiro tiro no pé do próprio país.

Há, ainda, grandes riscos de se praticar injustiças: quando herdeiros de patrimônios imobiliários não têm dinheiro para arcar com a taxação. O imposto sobre fortunas é uma daquelas invenções aparentemente simples, mas que não funcionam. Por uma razão: o tema é mais complexo do que parece.

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