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domingo, 21 de dezembro de 2014

GOVERNO DILMA; "OPOSIÇÃO SE ARRISCA COM GESTOS INÚTEIS"

Por ipuemfoco   Postado  domingo, dezembro 21, 2014   Sem Comentários

O ano novo que se aproxima será de grandes desafios para o mundo e para o Brasil.
A crise mundial, como avisou a despencada do preço do petróleo, está longe de acabar. 

O dilema brasileiro será fazer um ajuste fiscal sem comprometer o modelo de desenvolvimento exitoso nos últimos anos, baseado no fortalecimento do mercado interno com distribuição de renda e inclusão. 

Esta devia ser a preocupação prioritária, inclusive da oposição, que saiu fortalecida das urnas mas insiste nos gestos rasteiros e no acerto de contas, decepcionando possivelmente uma parte dos 51 milhões de brasileiros que votaram em Aécio Neves. Sinal disso, o aumento à aprovação de Dilma depois de reeleita.

Não que sejam desimportantes ou secundários os desdobramentos da operação de limpeza na Petrobrás, que atende pelo nome de Lava Jato – metáfora agora mais remissiva à pressão da água para obter delações premiadas do que à lavagem de dinheiro – mas eles não podem ser o alvo único e dourado da oposição, nem podem condicionar os passos do segundo governo Dilma, com todos os problemas que terá de enfrentar.

Em política, todo gesto inútil é um erro, já dizia um sábio político das antigas. Isso vale para todas as atitudes pueris que a oposição já adotou desde que, como criança que já levava o doce à boca, perdeu a eleição presidencial pela menor diferença desde a chegada do PT ao governo: 3,5 milhões de votos. 

Foi a menor mas não foi insignificante, como disse o PSDB na ação contra a diplomação de Dilma/Michel, pedindo a posse de Aécio Neves/Aloysio Nunes. Outros gestos inúteis foram o pedido de auditoria na apuração, a insuflação aos movimentos pró-impeachment, a guerra para evitar a aprovação do projeto que flexibilizou o cálculo do superávit primário, esta última ação junto ao TSE, com argumentos que chegam a ser ridículos, e a obsessão por encontrar fios desencapados que levem a Lula ou Dilma nas investigações sobre a Petrobrás. 

Será isso que esperam da oposição seus eleitores fieis? Não estarão seus líderes interpretando equivocadamente o voto de confiança que receberam e fazendo o próprio jogo, numa parceria preferencial com a mídia e não com sua base social? O PT passou por isso. Enquanto apenas estrilou, colocou obstáculos e isolou-se no gueto dos que já votavam nele, Lula não chegou lá. 

A partir da terceira derrota, em 1998, fez uma inflexão, ampliou as alianças, tanto na superestrutura partidária como na sociedade, deu exemplos de boa governança em estados e municípios e beijou a cruz da responsabilidade com a Carta ao Povo Brasileiro, passaporte para a vitória de Lula em 2002.

No caso do superávit, é verdade, o governo estourou as contas. Não seria mais produtivo, não teria soado mais responsável denunciar o erro mas dizendo que a punição não poderia ser ao país e seu povo, e por isso admitiriam a medida para enxugar o leite derramado? Impeachment e impedimento da posse foram esperneios de maus perdedores. 

Na justiça eleitoral, se o presidente do TSE, Dias Toffoli, aferiu mesmo a opinião de seus pares, o jogo acabou. O que está restando, nesta linha de oposição focada no ruído e nos efeitos midiáticos, e não na acumulação de forças para disputar 2018, é o uso das investigações como nova arma para tentar virar o jogo que já foi jogado.

As investigações vão continuar e ninguém tem dúvida de que o juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol são dois falcões do combate à corrupção. Fizeram do caso uma missão e vão levá-lo às últimas consequências. Como relatado pelo colunista Elio Gaspari, Moro já exaltava, há alguns anos, a Operação Mãos Limpas da Itália, sua clara inspiração. 

Excelente para o Brasil, onde a corrupção clama por um grande golpe nas raízes do conluio entre Estado, iniciativa privada e financiamento eleitoral (embora, sem a reforma no modo de financiar campanhas, ficarão as raízes que darão novos brotos). 

Excelente para o Brasil mas esta não pode ser a única agenda, nem para a oposição na ofensiva nem para o governo na defensiva. O país pede mais, precisa de mais que isso.

O ano está acabando e a presidente reeleita está atrasada com seu ministério, em parte porque a metralhadora da Lava Jato continua cuspindo acusações contra aliados do governo. O ano começa sem seu orçamento aprovado. 

E a oposição começará a legislatura tentando abrir uma nova CPI da Petrobrás para pegar políticos envolvidos, e quem sabe, encontrar a bala de prata contra Lula ou Dilma. 

Mas se ficar só nisso, e no voto contra tudo no plenário, continuará devendo ao país, e especialmente a seus eleitores, um gesto de maturidade e grandeza que ainda não fez depois do segundo turno eleitoral.

O partido de Aécio Neves e seus aliados devem conhecer uma frase de Tancredo Neves: “O Brasil de nossos dias não admite nem o exclusivismo do governo nem o da oposição. Governo e oposição, acima dos seus objetivos políticos, têm deveres inalienáveis com nosso povo.” Quando disse isso, Tancredo fazia oposição a uma ditadura e se opunha ao núcleo duro do PMDB.

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