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domingo, 26 de outubro de 2014

LEMBRE-SE(OU ESQUEÇA) DESTA ELEIÇÃO

Por ipuemfoco   Postado  domingo, outubro 26, 2014   Sem Comentários

Nunca se viu uma campanha tão carregada de agressividade, ataques pessoais e contra-informações rasteiras - ou, pelo menos, desta vez foi tudo escancarado demais, de lado a lado. Fosse por estratégia do marqueteiro ou o “ódio” de fato ao adversário. 

Segundo o Datafolha, 71% dos eleitores rejeitaram o tom agressivo na reta final da campanha. Mas também há tempos o brasileiro não se mostra tão motivado em acompanhar a disputa por seu voto. 

O Instituto apurou que 50% se disseram “muito interessados” por este momento. Estimulados pelo civismo ou envolvidos pelo cenário de baixaria?

Do que se deva esquecer e o que fica de valoroso após 113 dias de campanha eleitoral em 2014, a lista de pecados e virtudes é extensa. “Fica claro que, no atual modelo, não é possível que nosso sistema democrático permaneça com esses gastos excessivos nas campanhas e com debates mais de ataques do que de propostas”, condena o procurador regional eleitoral, Rômulo Conrado.

Ele se diz “um pessimista”, por considerar que “não houve renovação significativa das práticas políticas” (“mudam os nomes, não as práticas”). Fiscal do pleito no Ceará, Conrado reprova o contexto eleitoral atual também por ter convivido com as mútuas e constantes acusações das candidaturas locais.

Mas o procurador concorda que o eleitor se mobilizou nesta campanha como em poucas vezes. “As eleições começaram apáticas, mas a população realmente se envolveu”. Mauro Paulino, diretor do Datafolha, afirma que a audiência dos debates, ainda no 1º turno e também no confronto Dilma x Aécio, “certamente é histórica”.

Gil Castello Branco, fundador da ONG Contas Abertas, em Brasília, que fiscaliza gastos públicos, critica o tempo de propaganda repartido para candidaturas de partidos nanicos ou fora das principais coligações. “Principalmente no primeiro turno, não é nada esclarecedor. Apenas suficiente para que digam nome e uma frase, isso não tem efeito pedagógico nenhum para o eleitor”.

Ele acredita que as interferências promovidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para conter os lances de baixo nível na disputa presidencial podem servir de novo parâmetro para a campanha de 2016. Na última semana, um acordo histórico entre a Corte e as coordenadorias das campanhas selou a retirada das ofensas pessoais da propaganda (http://bit.ly/1D8LJSm).

Mesmo no campo formal, as batalhas foram ferrenhas. Num levantamento a pedido do O POVO, a assessoria do TSE informou que, de 19 de agosto até a última terça-feira (21/10), foram apresentadas 113 representações no 1º turno e mais 107 no 2º turno, com as candidaturas cobrando direitos de resposta para rebater acusações. Briga direta entre os partidos ou contra rádios, jornais, revistas e até mesmo contra o Google.

Se para uns a divisão por 20 anos entre PT e PSDB pode parecer ruim, para o sociólogo Emanuel Freitas, do Núcleo de Estudos de Religião e Política da Universidade Federal do Ceará (Nerpo-UFC), essa polarização “ajudou a mostrar mais claramente para o eleitor o que está em jogo”.

Cássio Politi, especialista em marketing de conteúdo, considera que o engajamento nos debates pelas redes sociais foi bom, mas viu o nível como deprimente”. “É irônico ver pessoas instruídas, com formação universitária, defenderem a bandeira da Educação do candidato X ou Y, mas dizerem isso com um nível de Português precário e uma bagagem cultura pífia. Começo a concordar com quem diz que o baixíssimo nível da classe política é apenas reflexo do nível dos eleitores”.

FOI MAL

BAIXARIAS, agressões verbais e ataques pessoais foram, disparadamente, o pior elemento desta campanha eleitoral 

O PODER ECONÔMICO ainda foi preponderante nestes dias de campanha, principalmente na formação dos parlamentos estaduais e federal. A disputa financeira prevalece em relação ao debate de propostas 

O PARLAMENTO ganhou representatividade bem mais conservadora. Campeões de votos em diversos Estados se apoiaram principalmente no discurso do medo - ou da insegurança pública

O ACIRRAMENTO de ânimos do eleitorado, puxado pela polarização das candidaturas estabeleceu um convívio social danoso, tanto presencialmente como nas redes sociais. 

O FINANCIAMENTO de candidaturas por pessoas jurídicas ainda disfarça o nome de grandes doadores ocultos das campanhas. A obrigatoriedade da doação por pessoa física só deve ser obrigatório em 2016 

AS ESPECULAÇÕES do mercado financeiro, alimentando boatos e temores na economia nacional a partir de índices de pesquisas com o eleitor

A FRAGMENTAÇÃO partidária, usada para alimentar projetos pessoais e garantir tempo nas coligações

AS REDES SOCIAIS não tiveram um case de uso inteligente nesta campanha, nem local nem federal

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