ALCKMIN COMEÇA A FAZER DE SÃO PAULO UMA TRINCHEIRA PARA AÉCIO NEVES

O presidenciável Aécio Neves já sabe o destino, uma vez a cada semana,
de sua agenda de corpo a corpo eleitoral: o Estado de São Paulo. 

Apresentado por uma comissão de frente com o governador Geraldo Alckmin e o ex José Serra, candidato a senador, o candidato do PSDB fez uma longa caminhada, na manhã deste sábado 19, pela populosa zona sul da capital paulista.

Considerada um ninho de votos do PT, a região é formada por trabalhadores na indústria e comércio, mas tem dedicado altos índices de rejeição, segundo as pesquisas, à presidente Dilma Rousseff. 

Na véspera de seu passeio a pé, Aécio afirmou que Dilma “não tem condições” de realizar uma caminhada pelas grandes cidades do País. Ele caminhou por ruas do bairro do M'Boi Mirim onde, por sinal, o prefeito Fernando Haddad acabou de inaugurar um grande hospital. Existem ali problemas crônicos no sistema de transporte coletivo.

"Há hoje no Brasil um cansaço em relação à má condução da economia, que tem nos levando à inflação alta e crescimento extremamente baixo, o abandono de obras fundamentais e estruturantes por todo o Brasil e muitas delas com sobrepreço, é uma marca infelizmente perversa desse governo, que preferiu o aparelhamento da máquina pública ao investimento na meritocracia", afirmou Aécio.

O governador Alckmin se comprometeu a fazer de São Paulo uma trincheira para Aécio. Com 54% de intenções de voto no Datafolha, ele se mostra pronto a vencer a eleição em primeiro turno. 

Seu opositor no PMDB, Paulo Skaf, perdeu folêgo nas pesquisas, enquanto o candidato do PT, Alexandre Padilha, não decola, patinando até aqui com 4% de intenções. O quadro parece tranquilo para Alckmin, que ainda viu o ex-prefeito Gilberto Kassab recusar seus chamados de composição para escolher participar da chapa, como senador, de Skaf.

Durante a caminhada, Alckmin aproveitou para responder o ex-presidente Lula, que, ontem, ao comentar a crise hídrica em São Paulo perguntou quantos banhos o governador paulista tomaria por dia. 

"Disputa política se faz com respeito e educação. É isso o que quer a sociedade. É isso o que quer São Paulo. Os líderes políticos deveriam dar o exemplo", disse ele. 

Com o ex-governador José Serra finalmente tranquilizado, garantido em uma candidatura ao Senado que tem tudo para ser vitoriosa, o PSDB experimenta um momento de paz numa hora estratégica. 

A felicidade deve durar até o final da eleição, tais as condições favoráveis projetadas para a jornada até outubro. Com Alckmin consolidando-se como favorito, Aécio ganha um abre-alas sólido no maior eleitorado do País. Ele não poderia querer um presente melhor.