GREVE; PARALISAÇÃO AFETA CINCO TERMINAIS DE ÔNIBUS

O dia foi de unir as pautas de reivindicação de diversas categorias em um momento de paralisação e atos nas ruas de Fortaleza por mais investimentos em áreas como saúde e educação. 

O Dia Estadual de Lutas, encabeçado pela Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), levou trabalhadores da construção civil, vigilantes e servidores municipais para concentração na Praça Portugal, na Aldeota. Professores também fizeram manifestação na Praça do Ferreira, no Centro.

Na Praça Portugal, o ato foi formado, principalmente, por operários da construção civil. Operários da área do shopping RioMar, no Papicu, seguiram em passeata e parte do percurso foi acompanhado por PMs do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate). Ainda no canteiro de obras, houve tensão entre operários e policiais, mas não houve confronto.

De cima de trios elétricos na Praça Portugal, representantes de diversos sindicatos e categorias realizaram falas sobre as pautas específicas e, principalmente, sobre os gastos com a Copa e as lacunas de investimento em áreas básicas como saúde, educação, segurança.

Durante todo o ato, os líderes sindicais reiteravam que as indicações a serem seguidas deveriam ser somente do carro de som e não de pessoas que estivessem entre os operários, como alguns mascarados. 

Um grupo de jovens, alguns com rostos parcialmente cobertos e indicados pelos operários como possíveis adeptos da estratégia black bloc, foi expulso do ato.

Caminhada

Ao sair do ponto de concentração do ato, o caminho dos manifestantes foi descer a avenida Desembargador Moreira e, depois, seguir pela avenida Abolição. Os trabalhadores foram até a esquina com a avenida Barão de Studart, via em que fica o Palácio da Abolição. 

Em um canteiro de obras na avenida Abolição, os manifestantes invadiram o espaço para mobilizar quem ainda trabalhava para participar do ato. Houve um princípio de tumulto. Segundo Laerte Santos, do Sindicato da Construção Civil, a polícia chegou atirando para dispersar os operários do canteiro de obras de um condomínio privado. Segundo ele, um operário saiu ferido.

Os manifestantes chegaram à esquina da Abolição com Barão de Studart sob o olhar da Polícia, que realizava bloqueio nas ruas próximas para proteger o acesso ao Palácio da Abolição. 

Os líderes do ato ressaltavam diversas vezes a necessidade de ter calma e não avançar. No local, os operários da construção civil fizeram assembleia e dispersaram o ato unificado.

A partir da assembleia, ficou decidido que uma paralisação setorial da construção civil ocorrerá hoje durante duas horas. Laerte Santos, do Sindicato da Construção Civil, apontou que as negociações não avançaram como a categoria esperava, uma vez que a proposta patronal atual é de aumento de 7,5% e cesta básica de R$ 80. 

A categoria pede 18% de reajuste e cesta básica de R$ 150. Plano de saúde, um ponto considerado imprescindível para a categoria, não está sendo aceito, explicou Laerte. “Os operários trabalham, se acidentam e ainda sofrem para ser atendidos”, lamentou Laerte. A categoria terá assembleia decisiva no dia 11 de junho.

As vans que circulam no Centro de Fortaleza fazendo o transporte alternativo não sofreram muitas alterações, segundo Valdênio Aguiar, presidente do Sindicato dos Empregados em Transporte (Sintraafor). 

Ele observa que, por causa da paralisação de motoristas e cobradores de ônibus e da manifestação de professores municipais, os usuários das vans e dos ônibus ficaram receosos em sair de casa ou contornaram a situação usando outras formas de transporte. 

“Temos 320 carros circulando normalmente. Não foi preciso reforçar a frota nem para o Centro nem para outros locais, porque não tinha tanto fluxo de gente”, diz. “Temos 320 carros circulando normalmente. Não foi preciso reforçar a frota”.o povo