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sexta-feira, 27 de junho de 2014

COPA DO MUNDO DE FUTEBOL E O PESO DA JUVENTUDE

Por ipuemfoco   Postado  sexta-feira, junho 27, 2014   Sem Comentários


"Juventude é uma coisa maravilhosa. Que pena desperdiçá-la com jovens.” 
Ninguém definiu tão bem as duas faces da pouca idade quanto o dramaturgo irlandês Bernard Shaw. Aos 22 anos, Neymar é um sujeito impetuoso, ousado e criativo. 

Mas, tão jovem assim, terá maturidade suficiente para carregar o Brasil nos ombros até o título mundial? A história das Copas escancara o desafio que o maior craque brasileiro tem pela frente. À exceção de Pelé, ninguém conseguiu ser a estrela maior da seleção campeã com apenas 22 anos. 

O Rei do futebol tinha 17 em 1958, e mesmo assim ele só foi escalado na última partida da fase de grupos. As maiores lendas da história do esporte demoraram muito mais para atingir o auge. No Mundial do Chile, em 1962, Garrincha teve algumas das maiores atuações individuais da história das Copas. Tinha 29 anos. 

Nos Estados Unidos, em 1994, Romário exibiu seu imenso talento com 28 anos. Maradona ganhou sozinho o Mundial de 1986, no México, aos 25. Depois de Pelé, os mais jovens a ser estrela máxima de uma Copa foram o argentino Mario Kempes, em 1978, no campeonato disputado em seu próprio país, e o uruguaio Ghiggia, no Mundial de 1950, no Brasil. Contavam 23 anos. 

A favor de Neymar pesa o histórico impressionante de recordes. Depois do jogo contra Camarões, ele somou 35 gols com a camisa da Seleção. Superou, por um mês, o Rei Pelé. Zico precisou de 29 anos para chegar a essa marca. Romário, 30. Neymar já é o sexto maior artilheiro do Brasil, adiante de gente grande como Rivaldo, campeão mundial em 2002, na Copa da Ásia, Jairzinho, artilheiro brasileiro na Copa de 1970, no México, e Ronaldinho Gaúcho, eleito duas vezes o melhor jogador do mundo.

Neymar parece ter mesmo apenas Pelé à sua frente. Depois do maior craque de todos, é o camisa 10 mais novo do Brasil em Copas. Zico, um 10 clássico, tinha 29 anos no Mundial de 1982, quando ostentava o mítico número. Até no campo financeiro Neymar quebra marcas. Segundo a revista americana “Forbes”, o craque, que no Barcelona fatura US$ 20,5 milhões por ano, é o jovem esportista mais rico do planeta.
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Por mais que esteja acostumado a frequentar o topo, não é simples, com apenas 22 anos, conduzir uma seleção do tamanho do Brasil, ainda mais diante da própria torcida. “É sem dúvida um peso enorme, mas Neymar parece ser aquele tipo de jogador que não tem medo”, diz Carlos Alberto Torres, o capitão do tri. 

O técnico Luiz Felipe Scolari fica irritado quando perguntam sobre a maturidade – ou a falta dela – do principal jogador do Brasil. “Neymar é um menino que sempre assumiu suas responsabilidades”, diz Felipão. Para o lateral-direito Daniel Alves, colega do craque no Barcelona, o talento excepcional é suficiente para superar a falta de anos vividos. 

Ele nasceu para jogar futebol, é um cara que parece ser de outro mundo”, diz Daniel. Em entrevista recente, o zagueiro David Luiz disse que o que mais impressiona em Neymar é o fato de ele jamais se omitir. O craque pode estar até num dia ruim, mas jamais se esconde. “Esses caras são únicos, fazem a diferença”, afirma David Luiz.

O caso Neymar é ainda mais simbólico diante da escassez de gênios na atual Seleção Brasileira. Em 1962, Garrincha jogou ao lado de monstros como Nilton Santos, Didi, Vavá e Amarildo. Em 1994, Romário tinha Bebeto, outro atacante extraordinário, para servi-lo. 

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Em 1970, é covardia fazer comparações: Pelé trocava passes com Rivelino, Tostão, Gérson e companhia. Em 2002, Ronaldo Fenômeno brilhou na conquista do penta, mas ladeavam com ele estrelas como Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho. Sobre Ronaldo, vale lembrar de sua convulsão, em 1998, no mesmo dia da final contra a França. Ronaldo tinha então 21 anos. 

Além da juventude, Neymar tem agora o desafio de ganhar a Copa ao lado de Oscar, Luiz Gustavo e Fernandinho, indiscutivelmente bons jogadores, mas que não parecem destinados a entrar na lista dos gigantes do futebol brasileiro.

Quem foi próximo diz que Neymar é bom de cabeça. Em entrevista à BBC, a psicóloga Juliane Fecchio, que trabalhou com o craque quando ele jogava no Santos, relatou a surpreendente capacidade de Neymar dormir nas horas que antecedem partidas importantes. 

Enquanto os outros jogadores demonstravam ansiedade natural, Neymar apagava. O tricampeão mundial de Fórmula 1 Ayrton Senna, lenda do esporte nacional, fazia algo parecido. 

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Antes das corridas, Senna tirava uma soneca dentro do próprio carro. Que Neymar é um talento especial, está mais do que provado. Resta saber até que ponto a juventude será decisiva para as ambições brasileiras na Copa.

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