O senador Romero Jucá (PMDB-RR) apresentou parecer contrário à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 58/2012,
do senador Roberto Requião (PMDB-PR), que acaba com a vitaliciedade no cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) para fixar em oito anos a duração do mandato.
— Reconheço que em algumas partes do mundo existe mandato para ministro do Supremo, mas entendo que a rotatividade de oito anos geraria instabilidade sobre a jurisprudência nacional — declarou Jucá, ao defender seu parecer.
A matéria é mais um tema polêmico que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) tem para analisar. Nesta quarta-feira (12), após a apresentação do relatório, houve debate entre os senadores, mas a decisão foi adiada porque o senador Eduardo Suplicy encaminhou pedido de vista, transferindo a análise sobre a proposta para a próxima quarta-feira (19).
Perspectivas distintas
O ponto central dessa discussão é a prerrogativa da vitaliciedade assegurada aos membros do Poder Judiciário, além do viés político presente nas indicações — de acordo com a Constituição, os membros do STF são nomeados pelo Presidente da República, após aprovação da escolha pela maioria absoluta do Senado Federal — questões vistas de formas diferentes pelo autor e pelo relator.
Um pouco dessa argumentação já foi antecipada na justificação apresentada por Requião e na fundamentação do parecer de Jucá.
Romero Jucá acredita que a delimitação de mandato poderá comprometer a independência dos ministros do STF, direcionando seus julgamentos pelos interesses de um governo que, eventualmente, possa acenar com a promessa de futuros cargos ou vantagens. Ele também considera “incongruente” retirar dos membros do Supremo uma prerrogativa mantida para os demais juízes.
Já o senador Roberto Requião sustenta que a instituição não só se impõe como órgão essencialmente político, como também tem uma composição distinta das demais instâncias judiciais do país.
“A composição do tribunal não tem elementos que o caracterizem como parte da carreira da magistratura”, afirmou Requião ao justificar a PEC 58/2012.
Outras mudanças
A fixação de mandato para os ministros do STF, se aprovada, implicará outras mudanças na estruturação do tribunal. A medida elimina, por exemplo, a compulsoriedade de aposentadoria aos 70 anos. Encerrado o mandato de oito anos, o juiz, membro do Ministério Público ou servidor público nomeado ministro do Supremo deverá voltar a exercer suas funções no órgão de origem.
A PEC 58/2012 proíbe ainda a recondução ao cargo a qualquer tempo; estabelece o cumprimento do restante do mandato por ministro substituto caso o cargo fique vago; e estipula as datas finais dos mandatos dos ministros empossados nas vagas abertas a partir da vigência da emenda constitucional.
Na hipótese de o parecer de Jucá ser derrubado e a CCJ aprovar a proposta como está, a PEC seguirá para dois turnos de votação no Plenário do Senado para depois ser analisada pela Câmara dos Deputados.Agência Senado
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quinta-feira, 13 de março de 2014
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TEMA POLÊMICO;FIM DA VITALICIEDADE NO STF CAUSA POLÊMICA NA CCJ
Por ipuemfoco
Postado quinta-feira, março 13, 2014
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