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quarta-feira, 19 de março de 2014

MINISTÉRIO PÚBLICO VAI À JUSTIÇA PEDIR O RECOLHIMENTO DE LEITES DAS MARCAS LIDER E PARMALAT NO RS

Por ipuemfoco   Postado  quarta-feira, março 19, 2014   Sem Comentários


                                   

Além do leite, a solicitação abrangerá outros derivados produzidos pela LBR que possam ter sido processados com formol.

O promotor da Promotoria da Defesa do Consumidor do Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul, Alcindo Bastos Filho, anunciou nesta quarta-feira que o órgão vai ingressar na Justiça com um pedido para que sejam recolhidos todos os produtos das marcas Líder e Parmalat em estabelecimentos comerciais do estado gaúcho. 

Além do leite, a solicitação do MP deverá abranger outros derivados produzidos pela LBR em Guaratinguetá (SP) e Lobato (PR), que possam ter sido processados usando matéria-prima contaminada com formol.


Na sexta-feira, o MP flagrou uma resfriadora de leite que adulterava o produto com ureia e formol durante a quarta etapa da Operação Leite Compen$ado. As substâncias podem provocar câncer nos consumidores. A Operação cumpriu mandados de busca e apreensão em oito municípios da região Noroeste do Estado. O dono da resfriadora, Odir Pedro Zamadei, foi preso.

A informação obtida pelo MP é de que 300 mil litros de leite haviam sido enviados de uma indústria de Tapejara (RS) para unidades de fabricação da LBR em São Paulo e no Paraná, chegando depois aos consumidores.
 A matéria-prima foi processada nos dias 13 e 14 de fevereiro. Na terça-feira, entretanto, o promotor recebeu uma caixa de leite UHT da marca Parmalat processada no dia 13 em Guaratinguetá comprada em um supermercado de Porto Alegre. A compra foi feita no dia 18 de fevereiro, cinco dias depois da fabricação.

O promotor não soube informar se o leite recebido está contaminado com formol, mas disse que a falta de informações por parte da empresa sobre os lotes adulterados cria “uma vazio” de informação que prejudica os consumidores.

- Não podemos esperar definitivamente que a empresa informe quais lotes usaram a matéria-prima contaminada e se foram de fato recolhidos ou não. O Ministério (da Agricultura) soliciou a informação há 20 dias e a empresa não atendeu. O consumidor não pode ficar no escuro. Diante da recusa (em informar), não resta alternativa senão ingressar com medida judicial – disse Bastos Filho.

O promotor relatou que recebeu a caixa de leite de um consumidor, que entregou também a nota fiscal de compra em um grande supermercado da cidade. Segundo Bastos Filho, ao perceber a data de fabricação o consumidor entrou em contato com o call Center da LBR – a atendente confirmou que o lote correspondia aos produtos contaminados, que deveriam ser retirados do mercado. Metade do produto foi consumida pela família do comprador antes dessa informação. Segundo Bastos Filho, os produtos fabricados em Guaratinguetá podem ter sido comercializados também com hospitais e escolas do Rio Grande do Sul.

Além de acionar a empresa judicialmente, o MP deverá determinar à Vigilância Sanitária do Estado que proceda o confisco dos produtos com as marcas Líder e Parmalat devido ao descumprimento de medida administrativa. A empresa, que está em processo de recuperação judicial, assinou um termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o MP no ano passado se comprometendo a analisar amostras de leite in natura antes de processar a matéria-prima.

Se não for cumprido, a empresa, além de ter os produtos confiscados, pode ser acionada pelo MP para o pagamento das multas estipuladas no acordo. Na avaliação do promotor, diante da falta de informações os consumidores devem evitar qualquer produto fabricado pela LBR.

No total, 34 mil litros de leite saíram de Tapejara para abastecer as unidades de fabricação de Guaratinguetá e Lobato. Seis transportadores foram flagrados pela quarta etapa da Leite Compen$ado transportando leite adulterado nas cidades de Vitória das Missões, Panambi, Santo Augusto, Capão do Cipó, Ijuí, Bossoroca e Tupanciretã.OGLOBO

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