O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, usou a cerimônia de entrega de seu relatório anual à Assembleia Nacional, na noite de quinta-feira, para anunciar a primeira grande ação política contra a violência no país, uma semana depois do assassinato da ex- miss Mónica Spear.
E surpreendeu ao colocar as novelas venezuelanas no centro da luta repressiva do chavismo. Seu pecado, segundo Maduro, está na “incitação à violência e ao ódio na sociedade”.
- Eu dei ordens ao ministro da Comunicação e à Conatel (órgão que regula as telecomunicações) para revisar toda a programação nacional e de canais a cabo. Não deixaremos que tomem o centro de nossas casas - disse o presidente.
Ele citou “De todas maneras Rosa”, uma das novelas da programação atual, para defender seu argumento.
- A protagonista matou mais de nove pessoas até que a mãe a matou. E é a heroína - disse o presidente do país onde uma pessoa é morta a cada 20 minutos. - Quantos milhões veem isso? Crianças, pessoas com problemas, todos assistem.
Se antes os culpados pela violência eram heróis fictícios como o Homem-Aranha ou o Super-Homem - além do capitalismo - agora são as novelas as responsáveis por transmitir programas que estimulam “valores de morte, culto à droga, culto às armas e culto à violência”.
- Não é um problema de paz, é um problema de segurança. A manipulação surte efeito - resumiu Blanca Mármol de León, ex-juíza da Suprema Corte, depois de ouvir os argumentos do presidente.
A novela em questão é estrelada por Norkys Batista, atriz muito popular que foi perseguida por seu ativismo na oposição. O ex-presidente morto Hugo Chávez chegou a impedir a realização de uma peça sua - chamada “Orgasmos”. Após o anúncio de Maduro, a atriz reagiu.
- Acalmem-se, senhores! Eu entendo que “De todas maneras Rosa” é vista por toda a Venezuela e que meu personagem é uma psicopata. Mas atenção, é um personagem! - defendeu.
No ano passado, foram registrados 24.763 homicídios no país, um número real, não de ficção. O governo venezuelano e a sociedade civil local divergem sobre o tamanho da tragédia que, seja qual for a estatística de referência, não pode ser considerada um problema menor.
Seguindo os números oficiais ou os divulgados pela ONG Observatório Venezuelano de Violência (OVV), a Venezuela chegou ao fim de 2013 entre os dez países com as maiores taxas de homicídio no mundo. Para as autoridades, o índice é de 39 assassinatos por 100 mil habitantes; para a ONG, mais que o dobro: 79 por 100 mil habitantes.
- Maduro pretende atacar um problema complexo de uma maneira muito simples. Com esses critérios, teria proibido Dickens, Víctor Hugo e Dostoiévski - afirmou Alberto Barrera, escritor e roteirista, ao jornal argentino “La Nacion”.OGLOBO
- Eu dei ordens ao ministro da Comunicação e à Conatel (órgão que regula as telecomunicações) para revisar toda a programação nacional e de canais a cabo. Não deixaremos que tomem o centro de nossas casas - disse o presidente.
Ele citou “De todas maneras Rosa”, uma das novelas da programação atual, para defender seu argumento.
- A protagonista matou mais de nove pessoas até que a mãe a matou. E é a heroína - disse o presidente do país onde uma pessoa é morta a cada 20 minutos. - Quantos milhões veem isso? Crianças, pessoas com problemas, todos assistem.
Se antes os culpados pela violência eram heróis fictícios como o Homem-Aranha ou o Super-Homem - além do capitalismo - agora são as novelas as responsáveis por transmitir programas que estimulam “valores de morte, culto à droga, culto às armas e culto à violência”.
- Não é um problema de paz, é um problema de segurança. A manipulação surte efeito - resumiu Blanca Mármol de León, ex-juíza da Suprema Corte, depois de ouvir os argumentos do presidente.
A novela em questão é estrelada por Norkys Batista, atriz muito popular que foi perseguida por seu ativismo na oposição. O ex-presidente morto Hugo Chávez chegou a impedir a realização de uma peça sua - chamada “Orgasmos”. Após o anúncio de Maduro, a atriz reagiu.
- Acalmem-se, senhores! Eu entendo que “De todas maneras Rosa” é vista por toda a Venezuela e que meu personagem é uma psicopata. Mas atenção, é um personagem! - defendeu.
No ano passado, foram registrados 24.763 homicídios no país, um número real, não de ficção. O governo venezuelano e a sociedade civil local divergem sobre o tamanho da tragédia que, seja qual for a estatística de referência, não pode ser considerada um problema menor.
Seguindo os números oficiais ou os divulgados pela ONG Observatório Venezuelano de Violência (OVV), a Venezuela chegou ao fim de 2013 entre os dez países com as maiores taxas de homicídio no mundo. Para as autoridades, o índice é de 39 assassinatos por 100 mil habitantes; para a ONG, mais que o dobro: 79 por 100 mil habitantes.
- Maduro pretende atacar um problema complexo de uma maneira muito simples. Com esses critérios, teria proibido Dickens, Víctor Hugo e Dostoiévski - afirmou Alberto Barrera, escritor e roteirista, ao jornal argentino “La Nacion”.OGLOBO
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