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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

TIROTEIO LEVA PÂNICO AS FAVELAS NO RIO DE HANEIRO

Por .   Postado  quinta-feira, fevereiro 28, 2013   Sem Comentários


                              
Noites de tensão. O Morro do Chapéu Mangueira, no Leme: briga de traficantes tem assustado moradores da área
Foto: Gustavo Stephan / O Globo

Depois dos problemas ocorridos semana passada na Mangueira — assassinatos e o comércio fechado por ordem do tráfico —, moradores de outras favelas pacificadas temem a volta da violência. O som de tiros tem assombrado quem vive nas comunidades da Babilônia e do Chapéu Mangueira, no Leme.

 Pacificadas há três anos, as favelas têm sido palco de uma disputa entre remanescentes de duas facções criminosas, agravada há pouco mais de um mês pelo retorno à região de um antigo chefe do tráfico. 


Um bandido foi baleado e preso. Numa casa na favela, foram encontradas drogas e uma pistola.

Conselheiro do Leme Tênis Clube e morador do bairro há 14 anos, Sebastian Archer afirma que bandidos vinham invadindo as instalações de madrugada. No último dia 20 de janeiro, após receberem denúncias de sócios, PMs prenderam no clube um suspeito de ligação com o tráfico.

Na noite da última terça-feira, houve novo confronto entre os remanescentes das duas quadrilhas. A troca de tiros teve início às 20h, pouco após uma interrupção no fornecimento de energia elétrica nas duas comunidades, e se estendeu madrugada adentro.

— Chovia bastante, e a favela estava apagada. Cheguei cansada do trabalho, mas não tive coragem de subir no meio dos tiros — disse uma moradora que trabalha como diarista.
Traficante teria voltado

Apesar da presença dos policiais da UPP, ela só aceitou falar ficando no anonimato. Não foi a única. Na manhã de quarta-feira, O GLOBO percorreu trechos das duas comunidades e ouviu relatos semelhantes sobre a presença de traficantes. Na noite anterior, vários moradores tinham ficado na subida da Ladeira Ary Barroso, impedidos de chegar às suas casas por causa dos tiros.

O agravamento da situação estaria relacionado ao retorno de Jony Paulo Gomes de Oliveira, de 33 anos. Preso em 2009 por associação ao tráfico, ele recebeu o direito de cumprir o restante da pena em regime semiaberto. 

Jony, contudo, não cumpriu as exigências e já é considerado foragido da Justiça. Em novembro de 2006, ele foi apontado como o responsável pelo roubo de 90 armas que estavam sendo transportadas numa van da produção do filme “Tropa de Elite”.

O comando das UPPs informou que vem monitorando supostas movimentações suspeitas no Babilônia e no Chapéu Mangueira. Segundo o comandante da UPP, major Felipe Magalhães, não ocorreram confrontos armados, mas episódios durante os quais foram ouvidos tiros disparados do alto do morro. Ontem, PMs fizeram buscas em áreas de mata na região, mas nada encontraram.
Histórico de resistência

O processo de pacificação das comunidades controladas por traficantes tem passado por altos e baixos nos últimos meses. Confrontos entre bandidos e policiais, mortes e a reação de moradores em algumas localidades mostram que a instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) tem ainda um longo percurso pela frente. 

Este mês, em Manguinhos, moradores enfrentaram PMs, enquanto na Vila Cruzeiro traficantes trocaram tiros com policiais da UPP, ferindo um deles. Três pessoas ligadas ao Morro da Mangueira foram assassinadas, o comércio fechou por ordem de bandidos e um policial da UPP teve sua arma roubada.

A reação dos bandidos, contudo, já vem ocorrendo desde o ano passado. No dia 8 de dezembro, o PM Alexandre Antônio Barbosa, da UPP das favelas da Fé e do Sereno (no Complexo do Alemão), foi assassinado por bandidos na Rua Santa Mariana, em Higienópolis.

 Em 6 de dezembro, outro PM da mesma UPP foi morto, dessa vez na Favela Nova Brasília. Fábio Barbosa da Silva, de 36 anos, foi baleado quando fazia patrulhamento na localidade de Areal. Ele foi atingido na cabeça e chegou a ser levado para o hospital, mas morreu no dia seguinte.

Na Rocinha, o PM Diego Bruno Barbosa Henriques, que fazia patrulhamento a pé, foi morto por traficantes com um tiro na cabeça em setembro. Em julho, a PM Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, foi morta com um tiro de fuzil durante um ataque de 12 traficantes à sede da UPP de Nova Brasília. Ainda no Complexo do Alemão, houve outros ataques de bandidos às sedes das Unidades de Polícia Pacificadora após a saída do Exército.

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