Uma comunicação mais eficiente no Poder Judiciário servirá para torná-lo “um poder diferente, sem medo da imprensa, trabalhando com transparência e contribuindo para o estabelecimento da cidadania”.
É o que defendeu ontem a vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Eliana Calmon. Ela proferiu palestra para porta-vozes de tribunais de todo o País, reunidos em Brasília no Encontro Nacional de Comunicação do Poder Judiciário.
A ministra disse que o trabalho de comunicação social no Judiciário “não deve se destinar a promover o Poder e os magistrados, mas contribuir para a garantia dos direitos humanos e das políticas públicas, além de proteger os cidadãos dos interesses políticos e econômicos”.
Eliana defendeu também o uso de redes sociais, como Twitter e Facebook, para a difusão e o compartilhamento das informações sobre o Judiciário. Ressaltou que esses canais “dão ao público a oportunidade de emitir suas opiniões”.
Para o consultor de comunicação e marketing digital Nino Carvalho, que proferiu palestra no encontro, as redes sociais são uma oportunidade para as marcas públicas “saírem da frieza e mostrarem seu modo real”. Esses canais podem disseminar de forma mais rápida e mais leve a comunicação dos entes públicos, segundo destacou.
Carvalho citou pesquisa preparada nos Estados Unidos segundo a qual 95% da comunicação sobre o cidadão norte-americano provêm do setor privado e não do governo. “Daí a importância de o Judiciário brasileiro mudar, da sua parte, a mentalidade em torno da comunicação, para se aproximar mais do público”, avalia.
Para a jornalista Andrea Mesquita, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a presença do Judiciário no Facebook e no Twitter ajuda a melhorar o quadro de “carência de informações vivida pelo público, que também não as recebe de forma qualificada”. De acordo com ela, as redes sociais representam “convívio mais atrativo com a comunicação”. Sua colega no CNJ, Raiana Quintas, declarou que a comunicação tem o desafio de levar informações a pessoas que têm dificuldade até para interpretar um texto. (das agências de notícias)
Quem
A ministra Eliana Calmon se notabilizou quando era a Corregedora Nacional de Justiça, por questionar o posicionamento de pessoas proeminentes do Judiciário, o que a fez ganhar espaços na opinião pública.O POVO
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