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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

MACARRÃO RESPONSABILIZA BRUNO PELO SUMIÇO DE ELIZA

Por .   Postado  quinta-feira, novembro 22, 2012   Sem Comentários



Em depoimento considerado surpreendente, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, complicou a situação do ex-goleiro Bruno Fernandes, acusado de ser o mandante da morte de Eliza Samúdio.


 A pedido do goleiro do Flamengo, Macarrão revelou ter levado Eliza até a Toca da Raposa, Centro de Treinamento do Cruzeiro, na região da Pampulha, junto com um menor primo do jogador. Lá, ela entrou em um Pálio preto e nunca mais foi vista. Durante mais de cinco horas de interrogatório, Macarrão, a todo momento, deixou claro que foi Bruno o responsável pela morte de Eliza. 

O interrogatório varou a madrugada. Começou às 23h08m e durou até 4h13m. Segundo Macarrão, seu silêncio nesses últimos dois anos só beneficiou o seu amigo de infância


- Nossa amizade acabou aqui. Tenho medo do Bruno - afirmou.

Macarrão disse no depoimento que pressentiu que Eliza ia ser levada para morrer.

- Percebi que o clima estava estranho. Pressenti que ela (Eliza) ia ser levada para morrer. Falei com o Bruno: cara deixa ela em paz. Qualquer coisa que acontecer as pessoas vão colocar a culpa em mim, a corda arrebenta no lado mais fraco. Sua família vai dizer que eu acabei com sua vida, com sua carreira - declarou.

Segundo Macarrão, Bruno respondeu, batendo no peito: "Deixa comigo. Eu sou pica, aqui é o Bruno". "Cara tô de pedindo, sou seu irmão", relatou Macarrão. Bruno devolveu: "larga de ser bundão"

- Guardei isso tem dois anos. Não sou monstro, não sou traficante. Foi ele (Bruno) quem acabou com minha vida. Virei X 9, sou um arquivo vivo. Não quero perder minha mãe, meus filhos. Tenho medo de morrer. Pedi para ele de coração. Não faz isso, irmão. Deixa isso para lá. Sou um cara tranquilo, trabalhava na Ceasa como puxador de carrinho. Nunca fui um cara ruim, nunca encostei na minha esposa. Hoje temo pela minha vida.

A revelação é mais uma reviravolta no julgamento, marcado pelas tentativas protelatórias da defesa desde o início. Durante o dia, havia uma expectativa por parte do Ministério Público (MP) de que Macarrão poderia confessar o crime para tentar livrar Bruno. A acusação chegou a preparar um questionário com perguntas.

Foi a primeira vez que o réu falou em juízo sobre a morte e o desaparecimento de Eliza.

- Quero colaborar com a Justiça contando a verdade dos fatos. Quero falar porque hoje tenho a oportunidade de falar porque meus ex-advogados não me deixavam falar. Não sou o mostro que as pessoas estão falando - avisou, emendando que iria falar a verdade.

Macarrão falou que foi traído por Bruno e citou a reportagem do programa "Fantástico", da Rede Globo. Na reportagem, oex goleiro do Flamengo tentou transferir para Macarrão a responsabilidade pelo sumiço de Eliza.

- Não estava com o cara por causa do dinheiro e da fama do Bruno. Fiquei dez meses preso com o Bruno na mesma unidade. O Bruno pedia: irmão me perdoa por causa daquela gravação do "Fantástico". Acredito que ele não foi honesto comigo e com ele mesmo.

Logo no início do depoimento, ele foi indagado pela juíza se havia cometido os crimes apontados pelo MP, e respondeu: “em parte é verdade”. Acusado de ter participado diretamente do crime, ele é réu por sequestro, cárcere privado, assassinato e ocultação de cadáver. Inicialmete, a magistrada fez uma reconstituição do caso, detalhando as ações dos réus do Rio de Janeiro até Vespasiano, onde Eliza foi assassinada pelo ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.

Bola, aliás, foi poupado por Macarrão.

- Fui conhecer o Bola dentro da cadeia.
Confrontado com informações de quebra de sigilo telefônico as quais apontam quatro diálogos entre os dois no dia do crime, Macarrão alegou:

- O telefone ficava em cima da mesa do sítio. O Bola tem um garoto. Meu envolvimento com ele no telefone é por causa de um DVD de futebol. O menino queria jogar no Time 100%, mas ele tinha estourado, já tinha 19 anos. Mesmo assim, eu cresci o olho e tentei emplacá-lo no São Cristóvão ou Madureira. Queria a metade do salário dele.
Nos primeiros minutos do interrogatório, Macarrão confirmou que Eliza foi agredida pelo menor, ainda no Rio de Janeiro. 

A agressão, uma cotovelada no nariz, foi por causa que a vítima exigiu de Macarrão R$ 1.500 em dinheiro.
- Seu primo tá achando que é o Rogério Ceni. Seu primo é um filho da puta.
Em seguida ocorreu a agressão, relatou Macarrão.

- Hora nenhuma mandei lavar o carro. Sabia que o menor estava todo arranhado. Mas não sabia que tinha sangue no carro - declarou.

Segundo o MP, no entanto, Eliza foi agredida com uma coronhada quando vinha para Minas na Land Rover do jogador. Ele nega. Alegou que a agressão aconteceu na Avenida Atlântica quando voltavam do banco após ter sacado R$ 800.

- Já tinha feito vários saques durante o dia. Para provar que estava falando a verdade, eu e o menor levamos a Eliza numa agência do Bradesco para sacar o que era possível naquela hora”.

Novo desdobramento

Graças a uma manobra da defesa, o goleiro Bruno Fernandes conseguiu adiar seu julgamento para 4 de março de 2013. A estratégia usada foi a de remanejamento de advogados. Pela legislação, o réu tem a prerrogativa de escolher seu defensor. Logo no início do terceiro dia do julgamento ontem, a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues acatou pedido da defesa e decidiu desmembrar o processo em relação ao jogador. 

A reviravolta se deu após o novo criminalista do goleiro, Lúcio Adolfo da Silva, ter assumido o caso no terceiro dia do júri. Ele substitui o advogado Tiago Lenoir, que, por meio de sua página no Twitter defendeu que Bruno confessasse o assassinato de Eliza Samúdio.

Lúcio Adolfo alegou que desconhecia o processo de 15 mil páginas. Portanto, precisava de um tempo para preparar a defesa. Com o adiamento, Bruno será julgado juntamente com o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, e Elenílson Vitor da Silva, ex-administrador do sítio. O julgamento de Bola e Dayanne já havia sido desmembrado. Luiz Henrique Romão, o Macarrão, amigo e braço-direito do goleiro, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do jogador, ainda serão julgados nessa semana.

O advogado Francisco Simim, que assumiu a defesa depois da destituição de Rui Pimenta na terça-feira pediu sua substuição no processo. Ele apresentou um documeto chamado substabelecimento para que o advogado Luiz Adolfo assumisse a titularidade da defesa. No segundo dia do júri, a defesa já havia tentado adiar o julgamento com a saída de Rui Pimenta, mas a juíza determinou a continuação do julgamento, pois o jogador ainda contava com o advogado Francisco Simim. 

Bruno chegou também a pedir a destituição de Simim, mas a juíza entendeu que o ato seria abandono da defesa, e não uma substituição de defensores, como ocorreu hoje.
O promotor de Justiça Henry Wagner Vasconcelos fez duras críticas à atuação da banca de advogados. Considerou que o pedido foi uma manobra da defesa, que agiu “sob a capa da astúcia e da bravata para protelar o julgamento. Bruno seria julgado por um conselho de sentença formado por seis mulheres e um homem.

A juíza Marixa Fabiane também classificou a atitude como manobra, mas foi obrigada a deferir, caso contrário o júri poderia ser anulado por cerceamento de defesa.
- Não obstante haver claras evidências de manobra, por outro lado também é verdade que o documento que foi apresentado a mim foi de substabelecimento. Estou acolhendo o pedido da defesa para conceder ao advogado prazo para o conhecimento do processo - alegou a magistrada.O GLOBO



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