Pages

domingo, 18 de novembro de 2012

LI E GOSTEI;UMA NOITE EM 64, A DITADURA NO BRASIL

Por .   Postado  domingo, novembro 18, 2012   Sem Comentários



Madrugada de 31 de março de 1964, tropas do exército ocupam postos estratégicos em vários estados e exigem a deposição do então presidente, João Goulart. A verdade da manhã de 1º de abril, o Brasil já possuia novos governantes.

Engana-se quem pensa que os militares simplesmente organizaram as tropas e tomaram o poder, assim como que eles agiram sozinhos. Quem os conduziu ao poder foi a própria burguesia brasileira, medíocre e hipócrita, reagindo às transformações sociais do então presidente.
Para entendermos o golpe civil-militar de 64, é necessario primeiro voltarmos a alguns fatos que o antecederam:

1º O sistema eleitoral da época

Bem diferente de hoje em dia, o vice não era necessariamente do partido do presidente. Isto é, nas eleições, o mais votado se elegia tendo o 2º colocado como seu vice. Este sistema permitiu a bizarrice de termos, nas eleições de 1961, Jânio Quadros (União Democrática Nacional - UDN) e João Goulart (PTB). Em termos de hoje, imagine um governo composto por um presidente do PSDB e um vice do PT. Tinha tudo pra dar errado...


2º Jânio Quadros, o "presidente vassorinha"
O Brasil acabava de sair da Era JK, o "presidente bossa nova", um período de grande efeverscência cultural, desenvolvimento industrial e de astronômico crescimento da dívida externa. Desta forma, o demagogo Jânio Quadros se apresentou nas eleições de 61 com uma vassora, que usaria para "varrer" a corrupção do país, rejeitando a herança populista de Juscelino Kubtschek.

Vencendo, seu governo foi marcado por tantas trapalhadas que acabaram por desgasta-lo tanto entre os setores mais conservadores da sociedade brasileira, a quem representava, até o povo em geral.

Assim, numa jogada mal calculada, afirmou que reunciaria se sua aprovação popular não melhorasse. Obviamente o povo não o carregou em seus braços como previra, e ele teve que cumprir sua sentença.
3º Jango e as reformas de base

Com a renúncia de Jânio Quadros, naturalmente o poder passou para o vice João Goulart, conhecido como Jango. Herdeiro político de Getúlio Vargas, uma de suas primeiras ações foi lançar um projeto de "reformas de base", que incluíam o início de um processo de reforma agrária, distribuição de renda, além de várias mudanças sociais e políticas que visivelmente beneficiavam a população em geral. Jango também limitou a remessa de lucros das multinacionais para suas sedes, fortacelendo o operariado.

Jango passava longe do que na época era ser um comunista, mesmo assim a Direita brasileira, intimamente ligada aos interesses dos EUA, iniciou uma intensa campanha difamatória contra o presidente, ainda mais depois da aproximação comercial do Brasil com a China de Mao-Tsé-Tung.
Não pode ser desconsiderado aqui que estávamos no auge da guerra fria, e no ocidente eram difundidas as mais absurdas propagandas anticomunistas.

Receosos da dimensão que poderiam tomar estas medidas populares, parlamentares agiram rapidamente, impondo um plebiscito para trocarem o sistema presidencialista pelo parlamentarismo, onde o eles próprios governariam e o presidente seria apenas uma figura decorativa. No entanto, a população rejeitou este novo sistema, e Jango saiu fortalecido.
Não obstante, a campanha difamatória se intensificou, e a mídia alardeava que o país estava rumo a um governo comunista em que a população seria massacrada e a religião destruída. Acusações falsas brotavam a todo instante e eram exaustivamente exploradas pela impensa.

A paranóia chegou ao ápice em 13 de março de 64, quando cerca de 500 mil pessoas saíram às ruas do Rio de Janeiro na "marcha com Deus pela liberdade". O circo estava armado e a maioria dessas pessoas talvez nem desconfiasse ou sabia exatamente o que estava "combatendo", e que os militares já estavam prontos para assumir o poder.

4º "Lições" do golpe

É importante termos em mente que o golpe civil-militar de 64 não foi necessariamente dos militares, mas da burguesia brasileira. Os militares, convocados para "colocar ordem" no país, por outro lado, seguiram suas por outras trilhas e endureceram o regime em dezembro de 1968, quando através do Ato Institucional nº 5 (AI-5), mostraram a face mais cruel da repressão. Nesta época, o cidadão brasileiro tinha 3 opções: vivia como se nada estivesse acontecendo, fugia ou se exilava do país ou ficava na clandestinidade lutando contra o governo, colocando a própria vida em  risco nas mãos dos milicos militares.

No começo, essa elite fez vista grossa ao que estava acontecendo, dando total apoio aos desmandos do governo. Quando a situação mudou e o povo já não conseguia mais conter a insatisfação, ela colocou seu rabinho entre as pernas e se revestiu de libertadora, escondendo que fora ela própria que os havia conduzido ao poder.

Bom, este foi um texto bastante didático e sintetizado sobre um período tão nebuloso e cruel da nossa história, mas que precisa ser bastante compreendido para que não se repita. Preste atenção ao nosso moomento histórico, esteja sempre vigilante e tenha senso crítico em relação a tudo que lê e assiste. Ao ler as notícias, sempre questione: quem escreve, pra quem escreve, e com quais interesses escreve. Assim você saberá discernir  um jornalismo sério de outro que age em favor de interesses econômicos e, sem a mínima ética, descaradamente manipula a verdade e a população.
FONTE; ALESSANDRO SANTANA

Sobre o autor

Adicione aqui uma descrição do dono do blog ou do postador do blog ok

0 comentários:

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
.
Voltar ao topo ↑
RECEBA NOSSAS ATUALIZAÇÕES

© 2013 IpuemFoco - Rádialista Rogério Palhano - Desenvolvido Por - LuizHeenriquee