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terça-feira, 20 de novembro de 2012

CASO BRUNO; COMEÇA O JULGAMENTO

Por .   Postado  terça-feira, novembro 20, 2012   Sem Comentários



O primeiro dia do julgamento do goleiro Bruno Fernandes pelo assassinato de Eliza Samúdio, nesta segunda-feira, foi marcado por um depoimento considerado esclarecedor pela acusação.


Primeira testemunha arrolada pelo Ministério Público (MP) a falar em juízo, Cleiton da Silva Gonçalves, motorista do goleiro do Flamengo na época do crime, confirmou a ordem de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, de lavar com óleo diesel a Land Rover do jogador.

— Isto foi importantíssimo para a acusação. Aquele veículo já havia passado por uma lavagem na água, e as manchas de sangue não saíram. Por qual motivo uma pessoa pode querer lavar seu carro com óleo diesel? — indagou o promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro, em entrevista, ao fim da sessão desta segunda-feira.

Segundo o membro do MP, a lavagem com o óleo só não ocorreu porque o veículo foi apreendido pela Polícia Militar (PM) numa blitz. Durante a abordagem, o carro ficou retido por falta de documentos obrigatórios. A Land Rover, segundo as investigações, foi usada para trazer Eliza do Rio até o sítio de Bruno em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No veículo, foram encontrados vestígios de sangue da ex-amante do goleiro do Flamengo. Na terça-feira, deve ocorrer uma acareação entre Cleiton e João Batista, que testemunhou o depoimento do ex-motorista à Polícia Civil.


Depois de aproximadamente dez horas, a juíza Marixa Fabiane Rodrigues encerrou, por volta das 19h40m, o primeiro dia do júri que vai julgar os réus acusados de matar a modelo Eliza Samúdio. O encerramento se deu logo após o término do depoimento de Cleiton, primeira das testemunhas a ser ouvida. Ele começou a depor por volta das 17h e, a pedido do Ministério Público, ficará retido até o fim das oitivas das demais testemunhas. O ex-motorista será encaminhado para um hotel.
Na primeira parte do julgamento, a defesa de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, conseguiu desmembrar o processo. Os advogados do ex-policial reclamaram do tempo de 20 minutos destinado para apresentar seus argumentos. Com isso, a juíza Marixa Fabiane Lopes deferiu o pedido para o réu ser julgado em outra oportunidade, provalmente no início de 2013, junto Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, e Elenilson Vítor da Silva, ex-caseiro do sítio do goleiro. Para o promotor, foi uma manobra para Bola não ser julgado agora.

Após a escolha dos jurados (seis mulheres e um homem), Cleiton Gonçalves ouviu da juíza Marixa Fabiane a leitura do seu depoimento que consta no processo. Indagado pela magistrada, ele confirmou o que havia dito durante as investigações, mas depois voltou atrás ao ser interrogado pelo promotor de Justiça. Em 2010, ele disse ter aconselhado Bruno a libertar Eliza e a criança do sítio.

— Não me lembro há dois anos atrás. Ameaçaram me prender por homídio. Fiquei algemado de 3h da manhã até 15h. Cheguei a ficar sem sentir o braço — alegou.
Sobre a lavação da Land Rover, Gonçalves afirmou que a ordem partiu de Macarrão, tendo em vista que Bruno estava no Rio de Janeiro.

— Não era motorista do Bruno. Só estava dirigindo o carro naquele dia porque o primo do Bruno era menor. Nem sei como se lava um carro — afirmou a testemunha.
Por fim, ele falou que o goleiro é “uma boa pessoa”, “não presenciou ele fazer mal a ninguém” e que não tem medo dos acusados.
Ainda durante indagação do MP, o ex-motorista alegou que os óculos da marca Ray-Ban encontrados em sua casa não pertenciam à Eliza:

— A mãe da minha namorada comprou os óculos para ela. Óculos são fáceis de comprar.
Questionado pelo promotor se havia visto Fernanda acompanhando Bruno em comemoração do Time 100%, de Ribeirão das Neves, Cleiton disse:

— O Bruno já teve várias loiras e várias gostosas.
Neste instante, Bruno abaixou a cabeça e começou a sorrir.

O ex-motorista, no entanto, disse não ter conhecido Eliza Samúdio. Ainda indagado pelo promotor, ele disse ter ouvido de Sérgio, primo de Bruno, a versão de que Eliza "já era”, mas não tinha condições de dizer que a modelo havia sido realmente assassinada.
Mais cedo, o advogado Leonardo Diniz, que representa Luiz Henrique Romão, o Macarrão, informou que, após conversar com seu cliente, decidiu voltar atrás na decisão de abandonar o julgamento dos cinco envolvidos no assassinato de Eliza Samudio, em 2010. A defesa de Macarrão chegou a anunciar, antes do intervalo do júri, que abandonaria o plenário juntamente com a equipe de advogados de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.

— Primeiro realmente nós resolvemos sair. Mas, depois, vimos que o direito de decidir é dele. Ele merece uma defesa — afirmou Diniz.

Macarrão já não estava mais presente no plenário do Fórum de Contagem, em Minas Gerais. Ele foi retirado durante a tarde, após se sentir mal. O amigo de Bruno pediu para sair do local e foi encaminhado de volta para o presídio de Contagem. De acordo com o advogado dele, Macarrão não se sentiu bem porque ficou muito tempo sentado e teve uma indisposição. Ainda de acordo com Diniz, ele voltará ao plenário nesta terça-feira. O réu alegou estar se sentindo mal minutos após a entrada do goleiro Bruno no plenário.

A segunda parte do primeiro dia de julgamento começou com o pronunciamento do promotor Henry Castro. Em seguida, foram escolhidos os sete jurados. São eles: Ana Lídia Costa Gouveia, Tania Márcia Caetano Moreira, Ivone Bispo Dias, Elizangela Rosilene Costa, Roberto Severo, Lilian Queiroga e Ana Lúcia de Oliveira. No discurso, o promotor afirmou que as defesas pediram para incluir no processo fotos vulgares e pornográficas com o objetivo de aviltar a memória da vítima.O GLOBO


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