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domingo, 5 de agosto de 2012

AS CONEXÕES ENTRE O CEARÁ E O MENSALÃO.

Por .   Postado  domingo, agosto 05, 2012   Sem Comentários



O julgamento que hoje domina o debate político em Brasília guarda com o Ceará uma relação menos remota do que se pode imaginar. A controversa narrativa do mensalão, suposto esquema de desvio de recursos para compra de apoio no Congresso Nacional, tem alguns capítulos escritos em terras alencarinas. O Estado está representado desde o banco dos réus às frentes de acusação.
Nasceu em Quixeramobim, a 206 km de Fortaleza, um dos 38 suspeitos de envolvimento no escândalo: José Genoíno. Irmão do deputado federal cearense José Guimarães (PT), ele era presidente nacional do PT à época em que as denúncias vieram à tona, em 2005. Hoje, responde no Supremo Tribunal Federal (STF) por formação de quadrilha e corrupção ativa.
Genoíno foi apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como operador de negociações com deputados federais e com os bancos Rural e BMG, instituições citadas na acusação por supostamente terem liberado empréstimos fraudulentos para alimentar o esquema.
A situação do ex-dirigente do PT ficou insustentável quando, em julho de 2005, um assessor de seu irmão foi preso, no aeroporto de São Paulo, tentando embarcar para Fortaleza com US$ 100 mil dólares escondidos na cueca. O episódio, que ocorreu em meio ao calor das denúncias sobre o mensalão, foi o estopim para a queda de Genoíno da cúpula petista.
O episódio dos “dólares na cueca” também atingiu José Guimarães, que chegou a responder judicialmente pelo caso, mas foi inocentado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no último mês de junho. 
Com o desenrolar das investigações, apurou-se que a origem do “dinheiro da cueca” não tinha relação com o mensalão. Entretanto, outra situação acabou reconduzindo Guimarães aos holofotes das suspeitas.
Em agosto de 2005, o jornal Folha de S. Paulo, publicou que o parlamentar teria recebido R$ 250 mil da empresa de publicidade SMP&B, do publicitário Marcos Valério, um dos principais personagens do mensalão. De acordo com a PGR, a empresa era uma das que captavam recursos públicos que, depois, seriam desviados para a compra de apoio político e para o pagamento de dívidas de campanha eleitoral.
Os R$ 250 mil teriam sido usados, em 2002, na campanha de José Airton Cirilo (PT) para o Governo do Estado. Guimarães não virou réu da Ação Penal do mensalão, mas teve de responder a processo por suposto caixa 2 de campanha. De acordo com o site do STJ, o Ministério Público Federal pediu arquivamento do caso.

Os acusadores
O Ceará também aparece em outra frente do mensalão: a da acusação. Nasceram em Fortaleza os dois procuradores-gerais da República responsáveis por denunciar o suposto esquema ao STF. Em 2006, foi o cearense Antônio Fernando de Souza quem apresentou à Corte uma lista com o nome de pessoas envolvidas no que ele chamou de “sofisticada organização criminosa”Souza foi substituído no cargo, em 2009, pelo conterrâneo Roberto Gurgel, que acompanhou toda a tramitação da Ação Penal 470 e, na última sexta-feira, relatou aos 11 ministros da Suprema Corte os detalhes escândalo.
ENTENDA A NOTÍCIA
O mensalão começou a ser julgado pelo STF na última quinta-feira. A previsão é que a última sentença seja dada em meados de setembro. A PGR pediu a condenação de 36 dos 38 réus do caso. Não haveria provas contra os demais. 
Saiba mais
Questões que vão dominar o debate
Houve compra de apoio político? A PGR diz que o mensalão foi organizado para garantir apoio ao governo Lula, comprando votos no Congresso. Os políticos que receberam dinheiro do esquema dizem que usaram os recursos para pagar dívidas de campanhas eleitorais 

Houve corrupção? Ao dizer que o dinheiro era para campanhas, os beneficiários assumiram um crime eleitoral para tentar se livrar da acusação de corrupção. 

Houve desvio de dinheiro público? A PGR acusa Marcos Valério de desviar recursos dos contratos que tinha com o setor público. Valério e os petistas dizem que o dinheiro distribuído pelo esquema tem como origem empréstimos bancários
Números
38
É a quantidade de pessoas suspeitas de terem integrado o esquema do mensalão, principal escândalo do governo Lula
Os personagens cearenses
Direta ou indiretamente, eles participam do julgamento ou tiveram o nome envolvido em suspeitas

É um dos 38 réus do mensalão. Acusado pela Procuradoria-Geral da República de formação de quadrilha e corrupção ativa.
José Genoíno 
É o atual procurador-geral da República, acusador do escândalo. Nasceu em Fortaleza, mas fez carreira no Rio.
Roberto Gurgel 
Foi o procurador-geral da República responsável por apresentar denúncia do mensalão ao STF, em 2006.
Antônio Fernando

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