A DIFÍCIL MISSÃO DE LUIZIANE LINS

Além do apoio da máquina, PSB aparece como oposição

No que depender da avaliação da população quanto à atual administração de Fortaleza, o cenário não deverá ser tão favorável ao candidato da prefeita Luizianne Lins (PT). Mesmo levando consigo o aparato da Prefeitura da Capital, o ex-secretário de Educação, Elmano de Freitas, terá de reverter a desgastada imagem da gestão petista em Fortaleza, que esse ano, terá o seu julgamento nas urnas

Em menor proporção, segundo especialistas, o candidato do governador Cid Gomes, que ainda será definido pelo PSB, também terá desvantagens na corrida pela Prefeitura da Capital. Entretanto, contará com o apoio da máquina do governo estadual.

Para a professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Rejane Vasconcelos, a situação da prefeita na campanha é “complicada”, já que ela está terminando o mandato e deixou de realizar várias obras prometidas nos dois pleitos anteriores.

“Como muita coisa não foi feita, fica difícil para ela prometer que, agora, o seu candidato vai fazer”, destaca. Contra o governador, pesam episódios de desgaste da sua gestão em Fortaleza, como a greve dos professores, em 2011, e da Polícia Militar, no início deste ano.

Serviços diretos
Publicitário de campanhas eleitorais, Ricardo Alcântara pondera que, apesar de o governo de Luizianne alcançar altos índices de reprovação, a máquina pública municipal ainda é a instância que mais oferece serviços diretos à população. Isso, continua Alcântara, pode trazer grandes benefícios ao candidato da prefeita, se o eleitor estabelecer relação entre a prestação dos serviços com a imagem de Freitas.

Além disso, conforme explica o publicitário, outra vantagem é que a máquina municipal do governo petista construiu uma ampla rede de apoios locais, em especial por meio do relacionamento pragmático com a Câmara de Vereadores e com lideranças com forte influência nas comunidades. “O PT é um partido que sempre teve uma grande representatividade nos movimentos sociais. Então, comparativamente, eu diria que a candidatura do PT estaria melhor instrumentalizada para fazer uso dos recursos diretos da máquina do que o Governo do Estado”, compara Alcântara.

Porém, uma outra maneira como a máquina intervém no processo eleitoral, que não apenas através dos serviços prestados pela Prefeitura e sobretudo pela capacidade de captar recursos para a campanha, coloca o governador em situação mais favorável do que a prefeita. “Nesse sentido, como o governador pode utilizar os recursos para cooptar lideranças locais, vai disputar igualmente nesse campo de força. Aliás, o candidato do PSB tem uma grande vantagem, porque ele tem o bônus de ter a máquina estadual e não tem o ônus de ser gestão municipal desgastada. O candidato do PSB vem como um candidato de oposição e com grana”, diz. O POVO