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terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

PRESIDENTE DO BNDES DEFENDE CORTE GRADUAL DOS SUBSÍDIOS A AGRICULTURA

Por ipuemfoco   Postado  terça-feira, fevereiro 26, 2019   Sem Comentários



O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu o que chamou de "desmame" do setor agrícola quanto aos subsídios concedidos pelo governo federal. 

O discurso foi feito nesta terça-feira (26), em São Paulo, durante a 20º CEO Brasil 2019 Conference, organizada pelo banco BTG Pactual.

"A ideia é de que o 'desmame' tem que acontecer. O 'desmame' tem que acontecer", enfatizou o presidente do BNDES . A fala de Levy foi uma resposta à declaração da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, feita em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no último dia 11. Na ocasião, a ex-deputada disse que o corte radical nos subsídios poderia desarrumar o agronegócio, que responde por 20% do PIB (Produto Interno Bruto) do País.

Para embasar sua opinião, o ex-ministro citou as distorções causadas pelos subsídios agrícolas, como as pedaladas fiscais , por exemplo, que causaram um passivo bilionário que precisou ser devolvido ao Tesouro Nacional. "Tem R$ 20 bilhões de pedaladas, R$ 20 bilhões de crédito rural que não tinha sido pagos e que devolvemos", destacou Levy.

O presidente do BNDES ainda afirmou que o banco, ao financiar máquinas para a agricultura, se tornou "o parceiro número um do aumento da produtividade" no setor, e que "ninguém se toca" disso. Como exemplo, Levy citou a cultura da cana de açúcar. 

"Algumas áreas do setor eram pastagens, que passaram a ser usadas para plantação mecanizada. As áreas com um setor sucroalcooleiro moderno criaram classe média que não existia", apontou.

Ao ser questionado sobre a crise que posteriormente atingiu o setor, marcada pelos pedidos de recuperação judicial e o fechamento de dezenas de unidades produtoras de açúcar e etanol, o ex-ministro foi pragmático. 

"Se não funcionou, não funcionou. Temos que ser absolutamente capitalistas. É a perda do capital do investidor", concluiu.

Durante o evento em São Paulo, Levy também comentou sobre as dívidas da Venezuela com o BNDES. A recuperação dos empréstimos concedidos ao país vizinho, segundo o presidente, é uma das prioridades do banco. 

"Há alguns empréstimos pagos, outros nem tanto. Mas a [questão da] Venezuela vai envolver uma grande negociação internacional que deve acabar no Clube de Paris. Vamos ver", comentou.

Para Levy, mudar o atual sistema previdenciário do País é fundamental para criar um ambiente fiscal estável e atrair investidores estrangeiros para a infraestrutura. 

“A reforma [da Previdência] é importante para dar estabilidade e atrair o investidor. Só assim terei parceiro do setor privado para financiar projetos comigo”, avaliou o ex-ministro.

O presidente do BNDES ainda acrescentou que trazer previsibilidade fiscal é o que vai possibilitar que o mercado brasileiro assuma riscos mais longos. “O sistema só destrava com previsibilidade fiscal, que começa com a Previdência. Se tiver reformas setoriais, estas são também indispensáveis”, completou Joaquim Levy.


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