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sábado, 24 de fevereiro de 2018

CEARÁ;EUNÍCIO E MANIFESTO DE LULA GERAM ATRITOS ENTRE PT E PDT

Por ipuemfoco   Postado  sábado, fevereiro 24, 2018   Sem Comentários

Aliados nas últimas duas eleições no Ceará, o PT do governador Camilo Santana e o PDT dos irmãos Ciro e Cid Gomes têm se estranhado nesse início de 2018.

 O abalo na relação está relacionado a uma possível aliança do PT com o MDB e a entrega de uma das vagas para a disputa ao Senado a Eunício Oliveira, atual presidente do Senado.

Embora a aliança não seja confirmada pelo PT, o MDB não mais se declara como oposição ao governador petista na Assembleia Legislativa do Ceará. A inclinação à esquerda, no entanto, já era vista desde o fim do ano passado. 

Durante um evento de lançamento de unidades do Minha Casa, Minha Vida no Ceará, o senador Eunício Oliveira fez um discurso enaltecendo as conquistas do ex-presidente Lula para a região, o que em nada lembrava a sua atuação como um dos integrantes principais da base governista de Michel Temer no Congresso.

O presidente do PT no Ceará, Francisco de Assis, explica que a estratégia eleitoral do partido é eleger uma bancada nacional federal e construir um palanque forte para o ex-presidente Lula

“Para isso, temos uma estratégia de diálogo montada com a base, que inclui o PDT, PSB, PCdoB, PT, PTB, PRB, enfim, uma lista de quase 18 partidos que dão sustentação ao governo”.

Assis reconhece que há uma relação institucional do governador Camilo com Eunício. 

“A relação é benéfica ao Estado por gerar uma agenda positiva com a construção de uma pauta comum, mas ainda não desdobrada para o campo eleitoral”, afirma. “Definimos que até o dia 24 de janeiro, não traremos nada sobre o espaço eleitoral para 2018”.

Sobre a aproximação entre as legendas ocorrer por um pedido do ex-presidente Lula, Assis desconversa. “Quando estivemos juntos, o Lula fez uma referência sobre a necessidade de construir um programa de governo que teria como centro o referendo revogatório e estabelecer uma base de desenvolvimento com todos que estiveram ou não envolvidos com o impeachment da ex-presidenta Dilma”, colocou.

O presidente do partido afirma ser importante dialogar. “O senador Eunício sabe da dimensão do eleitorado do Lula no Ceará. As pesquisas indicam que Lula tem 62% de apoio enquanto o PT tem 26%. Talvez por esses elementos o senador tenha tanto interesse em construir políticas de aliança para preservar o seu mandato”, avalia. 

Os benefícios, no entanto, se projetam em via de mão dupla. Se por um lado, a força do ex-presidente Lula na região atrai os emedebistas, aos petistas interessa o fato do MDB ser o partido com o maior tempo de TV e ter o maior número de prefeituras no País.

A situação, no entanto, não é bem vista pelo PDT e considerada “das mais críticas” pelo deputado André Figueiredo (PDT-CE). 

“Temos um candidato à República que se opõe a tudo o que o MDB tem representado nos últimos anos. Se houver uma sinalização de composição com o atual presidente do Senado isso pode atrapalhar os planos presidenciais do Ciro Gomes. Não estamos falando de um MDB qualquer, mas de um partido do presidente do Senado, que é da cozinha de Michel Temer. Isso é extremamente constrangedor para gente”, “critica.

Informações veiculadas pelo jornal O Povo, no entanto, apontam um interesse do ex-governador do Estado e padrinho político de Camilo, Cid Gomes, pela aproximação entre as legendas. 

Figueiredo atesta, porém, que não há sinalização oficial para o partido seguir este caminho. “Temos a convicção de que vamos brigar muito contra isso tanto no nível nacional quanto estadual, de forma a não prevalecer incoerência entre lados políticos que até pouco tempo estavam extremamente distantes."

O parlamentar credita a possível aliança entre PT e MDB a uma troca de favores entre as legendas. 

"O que os uniu foi a necessidade de ter recursos sendo liberados ou autorizações de empréstimos encaminhados para o Senado da República, e o presidente do Senado tem essa autoridade, tanto por ser amigo muito próximo de Michel Temer, quanto pela importância institucional da função que ele exerce”, avalia.

O apoio ao governador Camilo não está em discussão para o PDT. O que certamente estará em disputa é uma das cadeiras do Senado, caso a aliança entre os petistas e o MDB se estabeleça. Para formalizar o apoio a Camilo, o PDT pretende, segundo Figueiredo, reivindicar os dois candidatos ao Senado na chapa, possivelmente Cid Gomes e o próprio deputado. 

Outro possível mal estar na relação entre PT e PDT se projetou com a negativa de Ciro Gomes, presidenciável do PDT, em assinar o manifesto “Eleição sem Lula é fraude”, iniciativa do projeto Brasil Nação, do qual o próprio Ciro é integrante.

Lançado em 19 de dezembro e com mais de 100 mil adesões, entre elas o compositor Chico Buarque, o escritor Raduan Nassar, os ex-presidentes Pepe Mujica, do Uruguai, e Cristina Kirchner, da Argentina, o documento sai em defesa do ex-presidente que será julgado no dia 24 de janeiro em segunda instância.

A negativa de Ciro foi acompanhada de um elogio à rapidez do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) em agendar o julgamento. A frase “Justiça boa é Justiça rápida”, publicada em suas redes sociais, teria irritado os petistas.

Figueiredo fala em “excelente relacionamento com o PT” e coloca que “é de se lamentar uma eventual condenação de Lula nesse momento”. No entanto, alega que não cabe ao partido ou a sua liderança se posicionar diante de uma decisão da Justiça. 

“O Ciro já tinha se manifestado que tomaria uma posição de neutralidade justamente por não ser uma questão de ordem política e sim jurídica. O PDT se manifesta solidário ao ex-presidente Lula, foi uma decisão do Ciro não assinar”, comentou.

Na segunda 22, o presidenciável Ciro Gomes se manifestou em suas redes sociais sobre o dia do julgamento de Lula. Na publicação, Ciro fala que torce para que Lula seja considerado inocente e que não crê que o Judiciário brasileiro faça parte orgânica de uma conspiração política que levaria a "desdobramentos tão graves que a um democrata e republicano só restaria a insurgência revolucionária". 
Dia 24 de janeiro é o dia do julgamento da apelação de Lula contra a sentença que o condenou em primeira instância.
Torço para que seu recurso seja reconhecido pelo tribunal regional, órgão de segunda instância da Justiça Federal, e ele seja declarado inocente.
O Judiciário brasileiro, assim como os outros poderes de nossa frágil República, tem graves defeitos - nunca me abstive de criticá-los - mas imaginá-lo parte orgânica de uma conspiração política ofende a inteligencia m...
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Ele também fala ser "constrangedor e inexplicável que nenhum quadro relevante do PSDB esteja preso apesar de fartas e robustas evidências de seu orgânico e ancestral envolvimento em corrupção".

Já o presidente do PT no Ceará, Francisco de Assis, considera a postura equivocada. “As falas que Lula tem feito sobre o Ciro são de muita generosidade. Não se está discutindo o apoio do Ciro ao Lula, apenas o direito dele de se candidatar. O caminho de sua eleição é o povo quem vai decidir”, finalizou.Carta Capital

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