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sábado, 3 de dezembro de 2016

CEARÁ;A CADA TRÊS CRIANÇAS,DUAS VIVEM EM LOCAIS SEM ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Por ipuemfoco   Postado  sábado, dezembro 03, 2016   Sem Comentários


Pesquisa do IBGE mostra que 68,4% das crianças do Ceará com idade entre 0 e 14 anos vivem sem esgotamento sanitário.

A dona de casa Francisca Sombra, 25, é mãe de Maria Valentina Sombra, de 10 meses. As duas residem nas proximidades da rua Caio Facó, no bairro José de Alencar, em Fortaleza, onde uma correnteza de esgoto a céu aberto divide a via, de terra batida. “Desde que eu me entendo por gente é desse jeito, com esgoto por todo o lado. Minha filha vive sendo picada pelos mosquitos”, resume Francisca.

A exposição de Valentina à falta de esgotamento sanitário não é incomum. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015, divulgada ontem, a cada três cearenses na faixa etária de 0 a 14 anos, duas vivem em localidades onde não há esgotamento sanitário na rede geral ou fossa séptica — o que representa 68,4% da população dessa faixa.


O alerta de Francisca é o mesmo apresentado pela dona de casa Luciana Silva, 43. Mãe de uma menina de 14 anos e avó de dois meninos de 1 e 4 anos, ela conta que há 26 anos, desde quando se mudou para o José de Alencar, o cenário é este: ratos, baratas e outros bichos encontram morada nas casas. “Quando aqui chove, o esgoto entra dentro de casa. Os meninos vivem com febre também”, aponta.


A situação não é uma realidade apenas do Ceará. Dos nove estados do Nordeste, exceto a Bahia, mais de 50% das crianças encontram-se em localidades onde o esgotamento sanitário é escasso. Piauí e Maranhão são os estados com os piores indicadores: 92,8% e 88,5% de meninos e meninas de até 14 anos convivem com falta da rede de esgoto, respectivamente.


Se compararmos os dados mais recentes do Estado com os de 2005, pior ano da componente analisada, o contraste é mais alarmante. À época, 20% das crianças com a faixa etária estabelecida tinham acesso a condições razoáveis de esgotamento — contra 31,6% em 2015.

Saúde pública

A falta de esgotamento é questão de saúde pública, principalmente no que tange ao perfil infantil. Conforme o coordenador do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Ceará (UFC), Ivo Castelo Branco, as crianças ficam mais expostas a doenças virais e bacterianas que os adultos. Segundo o especialista, isso só pode ser resolvido com participação mútua da população, “não desaguando de forma inapropriada”, e do poder público. “Como esgotamento é uma coisa que fica enterrada e as pessoas não veem, acabam não cobrando”, lamenta.

A pouca abrangência de esgotamento sanitário no Ceará perpassa um contexto em que a cobertura do serviço ainda é limitada. De acordo com a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), que atende 151 dos 164 municípios do Estado, somente 40,50% do território coberto pela companhia tem esgotamento. Na Capital, o índice é de 57,85%.

Saiba mais

Quando se fala em saneamento básico, não é somente o esgotamento sanitário e o abastecimento de água que devem ser considerados. É preciso abordar componentes como drenagem urbana e coleta de lixo.


Conforme a Cagece, quando não há esgotamento sanitário, cada morador é responsável pelo despejo dos resíduos. Em casos em que há o sistema, mas o morador não interligou o imóvel à rede, a responsabilidade também é do habitante.

A rua Caio Facó, informou a Cagece, não é atendida pela empresa.
OPOVO

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