MANIFESTAÇÃO POR MORADIA TERMINA EM CONFRONTO

Um grupo de aproximadamente 600 pessoas que protestava por moradia entrou em confronto com a Guarda Municipal de Fortaleza (GMF), na manhã de ontem, em frente ao Paço Municipal, sede da Prefeitura. 

Os manifestantes pediam para receber unidade no Residencial Cidade Jardim II, que está sendo erguido através do Minha Casa, Minha Vida, no bairro José Walter. 

Uma reunião de líderes do grupo foi agendada com o prefeito Roberto Cláudio (Pros) para a próxima semana. Membros do movimento Luta por Moradia, formado por 36 comunidades, dizem que foram removidos do terreno utilizado para erguer o empreendimento com a garantia da Prefeitura de que também seriam beneficiados pelo projeto.

O embate foi registrado por volta das 10h30min. Parte do grupo tentou derrubar o portão principal do Paço, provocando reação dos guardas, que atiraram bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e spray de pimenta, dispersando o grupo - formado majoritariamente por mulheres. No confronto, um homem foi atingido no rosto e uma jovem desmaiou. Os dois foram levados para o Instituto Doutor José Frota (IJF) e liberados em seguida.

Diálogo

Após o confronto, o grupo recuou e ocupou a rua Sobral, interditando o trânsito. Representantes da Prefeitura conversaram com lideranças do movimento e informaram que uma comissão os receberia caso houvesse uma dispersão. A proposta foi negada pelo grupo, que exigia ser recebido pelo prefeito.

Até que por volta das 14 horas Roberto Cláudio apareceu e conversou com as lideranças em frente ao portão do Paço. A Prefeitura Municipal de Fortaleza informou, em nota, que o prefeito agendou reunião com líderes do movimento e com secretários municipais para a próxima terça-feira, 18. 

O encontro está marcado para o meio-dia, no auditório do Paço Municipal. Ainda de acordo com a nota, o prefeito adiantou que o pedido de moradia será atendido. O recurso já está garantido, segundo ele.

Denise Brito, uma das integrantes do movimento, afirma que os manifestantes pretendem processar a Prefeitura por causa do confronto. “Se não resolverem nossas questões na reunião, vamos acampar de novo”.(Lusiana Freire)