O ESTREBUCHAMENTO DAS OLIGARQUIAS QUE QUEREM SE MANTER NO PODER.

A oito dias das eleições, ultimam-se as providências voltadas para garantir a segurança pública em várias cidades interioranas onde as tensões políticas são mais acentuadas. Sete comandos regionais da Polícia Militar concentrarão as operações. Além disso, a participação da Polícia Civil e da Polícia Federal complementa a cobertura.

As razões para criar esquemas especiais para algumas pequenas cidades são justificadas visto que o acirramento eleitoral é até mais forte do que em municípios de médio e grande portes, tendo em vista que as disputas envolvem famílias com tradição na política local, e a incompatibilidade tem causado inquietação e violência.

As oligarquias ainda resistem ao processo de avanço da cultura democrática e tentam manter currais eleitorais num tempo em que a informação chega com mais facilidade aos mais recônditos rincões. Há notícias de atentados, de atuação de grupos armados contra candidatos ou apoiadores, chantagens, compras de votos, prisões e ameaças de morte. Antes mesmo da finalização do esquema de segurança, já foram enviadas tropas para algumas localidades mais problemáticas.

A vigilância contra a corrupção, sobretudo a compra de votos e outras formas de manipulação – inclusive o transporte de eleitores – deve ser redobrada. Apesar de mecanismos preventivos como a Lei da Ficha Limpa, há quem não desista de utilizar meios sub-reptícios para driblar os sistemas de controle. Por isso, a difusão da informação é elemento fundamental para imunizar o eleitor contra tais recursos ilícitos.

O uso do dinheiro não contabilizado encontra pela frente um maior rigor da Justiça, e a alegação de caixa 2 não livra mais ninguém de consequências penais graves. A esperança é que se caminhe para dar meios mais efetivos de controle ao próprio povo. A possibilidade de o próprio eleitor promover a cassação do representante desonesto ou incapaz, por exemplo, seria um instrumento eficaz para depurar o meio político de vícios tão arraigados. Até se chegar lá, entretanto, é preciso montar um esquema de segurança para conter a investida dos que querem manter seu anacrônico domínio sobre comunidades inteiras a qualquer custo.O POVO.