Após as eleições municipais de 2024, muitos decretaram o fim da era dos Ferreira Gomes.
A derrota de Izolda Cela em Sobral e de José Sarto em Fortaleza, apoiados respectivamente por Cid e Ciro Gomes, foi interpretada como o golpe final de uma dinastia política que, para alguns, já parecia cansada.
Mas a política, como um tabuleiro de xadrez, guarda movimentos imprevisíveis. E quem conhece o jogo não se desespera; recua uma peça para dar o xeque-mate mais à frente. O que se observa hoje na política cearense é um cenário bem diferente do que previram os analistas: os irmãos Gomes não saíram de cena, apenas mudaram de estratégia.
Na oposição, Ciro Gomes ressurge como a peça central da engrenagem. O apoio à sua eventual candidatura ao Governo do Estado é quase unânime dentro do campo oposicionista. Dos bastidores, Ciro move-se com a habilidade de um maestro que rege, com uma só batuta, as dissonâncias de um coro fragmentado. Seu poder de articulação é grande, e bastará um gesto seu para definir o rumo de toda a oposição. O tabuleiro político do Ceará volta, aos poucos, a girar ao som de seu comando.
No campo governista, Cid Gomes opera de forma diferente: menos barulho, mais precisão. Sem bravatas ou manchetes, costura alianças com o fio da paciência e da estratégia. Transformou o PSB, seu atual partido, em uma das forças mais robustas do estado: são 73 prefeitos e uma base sólida de deputados. Cid ganhou fôlego, influência e, hoje, tem o poder de indicar até dois nomes na chapa majoritária, sendo visto por muitos como o fiel da balança da política cearense.
Gostem ou não, os Ferreira Gomes continuam no jogo. E há uma diferença crucial entre quem entra em campo para jogar e quem um dia escreveu as regras.
Texto: Micael Sousa
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