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sexta-feira, 3 de setembro de 2021

NÃO COMPRE FEIJÃO, COMPRE FUZIL

Por ipuemfoco   Postado  sexta-feira, setembro 03, 2021   Sem Comentários



Sim, como estamos em tempo de discutir os brioches lançados pelo capitão, na sua versão mal-ajambrada de uma

Maria Antonieta às vésperas da Revolução Francesa, vamos aos fatos em voga. 


Parece inacreditável, surreal, mas trata-se do corriqueiro delírio vindo de quem sempre produziu asneiras: Messias, tal qual um soberano dos trópicos a debochar de súditos, evocou a necessidade de todo brasileiro ter um fuzil em casa e, assim, de posse do poderoso armamento em mãos, conquistar o que é desejado. 


Na base da força mesmo? Parece que sim. Bolsonaro assenhora ser “idiota” quem defende comprar feijão e desenrola daí a ilação providencial de recomendar uma alternativa bélica. Bem ao estilo psicopático, que lhe cai muito bem: “tem todo mundo de comprar fuzil, pô! Eu sei que custa caro. Aí vem o idiota a dizer: ah, tem de comprar feijão! Cara, se você não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar”. 


A reprodução do comentário na íntegra obedece ao intuito de tentar entender — e aceitar — o alcance do enunciado. Nunca é demais lembrar: a convocação às armas parte diretamente do presidente da República, aquele que alguns resolveram tratar pela alcunha de “mito”, vai saber lá por quais motivos. Sugestivamente, o Messias dos trópicos tinha até argumento para o caso do artefato — muito comum entre policiais e bandidos — custar a bagatela de, no mínimo, R$ 15 mil, nas melhores casas do ramo. 


No recado curto e grosso do capitão: deixem de pensar em besteira de feijão, não torrem a paciência dele, financiem o armamento e saiam logo à caça do que precisam. Faz sentido? Na mente perturbada de arrivistas, talvez. Afinal, em tempos de barbárie como a construída pelo mandatário, onde a baderna impera e a desobediência à lei também, é cada um por si e as conquistas, na teoria conflituosa dessa turma, vão para a esfera da bala mesmo. Assim pensa o presidente. Não duvide disso. Lunático?


Imagina! Bolsonaro é o de sempre, perverso sem limites, que pratica tiro ao alvo até com violão e ensina bebês a fazer o gesto de “arminha” com a mão. Vive louco por uma guerra para chamar de sua. Desde os tempos da farda. De espectros de comunistas aos adversários de carne e osso, estejam eles onde estiverem — até no Supremo Tribunal, quiçá no Congresso. 


Não descarta nem a ofensiva a inimigos externos. Chineses, alemães, franceses já sentiram e reagiram aos petardos e fanfarronices do capitão. Na tática de guerrilha seguida pelo inquilino do Planalto, todos que lhe fazem frente ou o questionam precisam ser sumariamente abatidos. Quase uma sanha totalitária. Vão morrer 40 mil, 600 mil? Faz parte. É da vida. 


Bolsonaro (não dá para esquecer) foi expulso do Exército quando, insatisfeito com o soldo, ameaçou jogar bombas em depósitos de armazenamento. Era mero tenente. Acabou preso por insubordinação e delinquência (que já exibia naqueles tempos) e, para sair da caserna, como é de praxe, acabou agraciado com a patente de capitão, que nunca de fato exerceu. Entrou na política para, em 27 anos de carreira, fazer o que gosta. 


Ou seja: nada, além de vociferar loucuras radicais à granel. Falou sempre em matar. Cada vez mais. Recorra, prezado leitor, aos arquivos de declarações pretéritas do capitão e irá constatar a escalada. Em quase três décadas de mandato produziu apenas um único e mísero projeto, como já é do conhecimento até do mundo animal, e, por circunstâncias de vacância de lideranças nacionais, em virtude de uma facada e por absoluto desconhecimento dos brasileiros sobre o que exatamente representava a figura, acabou presidente. Nos descaminhos típicos do Brasil. 


Deu no que deu: o caos armado e as ambições grandiloquentes e recorrentes desse golpista fora de hora tomaram conta. Bolsonaro ambiciona o controle absolutista da Nação, mandando e desmandando, sem freios ou contrapesos. Pensa apenas nisso. Mas se equivoca. Sinto informar, não vai dar. 


O protótipo de reizinho está nu, a expor delírios risíveis para espanto da plateia. Como a Maria Antonieta de outrora, na versão bananeira reeditada, corre o risco de ser decapitado. Figurativamente, é claro. Afinal, vivemos em uma sociedade mais civilizada. Ou, ao menos, assim se pretende. Do fracasso nas urnas, do impeachment ou mesmo da prisão, ele não escapa. 


E, talvez, por isso esteja esperneando tanto aos quatro ventos. Jair Messias sabe! Até já admitiu de público o desfecho que espera sobre seu destino e, temendo qualquer um dos fins trágicos, parte à ofensiva. Pelo caminho da ruptura, da algazarra nacional e na base das afrontas, praia de mar revolto onde ele adora nadar de braçadas. 


Um ser deplorável, inclassificável, que deixa de marca ao Brasil o terrível retrocesso. Todos contam as horas para se ver livres dele. Exceção feita — anote-se! — aos fanáticos seguidores, a quem a balbúrdia é o único caminho aceitável. No que tange à esmagadora maioria — milhões na escala de carência alimentar —, o feijão importa mais que o fuzil e Bolsonaro terá de brincar de soldado em outras paragens.CARLOS JOSE MARQUES

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