No grupo governista, a licença do senador Cid Gomes (PDT) é vista como estratégica diante da necessidade de organização, especialmente no interior.
A oposição também se movimenta em atos com ares de campanha.
A semana que se encerrou no sábado (7), inesperadamente, jogou todos os holofotes nas articulações e movimentos dos agentes políticos cearenses que, pelo que se espera, terão um peso decisivo nas Eleições 2020, principalmente no tocante à Prefeitura de Fortaleza, a principal do Estado do Ceará e um dos campos políticos mais estratégicos do País para os partidos que estão mirando 2020 para acertar em 2022, a disputa para governador e presidente da República.
A notícia que agitou a política cearense, revelando um dos principais movimentos políticos deste ano pré-eleitoral, dada com exclusividade pelo site do Diário do Nordeste, foi a licença do senador Cid Gomes (PDT).
Ele deixa o cargo por 120 dias para organizar o partido para o período eleitoral, assumindo temporariamente a presidência do partido, que estava nas mãos do deputado federal André Figueiredo. Isso deve acontecer com uma licença de Figueiredo.
A informação gerou diversas especulações dentro e fora do grupo governista, liderado pelo senador. No PDT, embora haja muitas versões sobre o assunto, é consenso entre lideranças que o partido precisa se estruturar melhor para o embate do ano que vem, na Capital e no interior.
Reservadamente, pedetistas apontam que, em diversos municípios do interior, a sigla enfrenta dificuldades e precisa de organização - em alguns casos, até de troca no comando dos diretórios.
Para Ciro Gomes, que pretende disputar a Presidência da República em 2022, é fundamental que o PDT permaneça como a maior legenda do Ceará, com as forças demonstrando coesão para o embate maior.
Essa coesão, aliás, é citada como o maior ganho do grupo com a licença de Cid Gomes. Dada a amplitude da base aliada, que reúne muitos partidos e diversas forças na Capital e no interior, há embates até mesmo entre aliados dentro do grupo político, que necessitam de uma liderança atuante para baixar a temperatura. "É claramente um freio de arrumação", diz um pedetista sobre a licença de Cid Gomes.
O caso de Fortaleza é emblemático. O partido está no poder, tem uma gestão bem avaliada, sob comando de Roberto Cláudio, mas a ausência de um candidato natural faz com que muitas peças se movam no tabuleiro, em busca de se viabilizar. Essa agitação nos bastidores tem gerado uma guerra de versões a respeito do peso que cada um terá na decisão do comando sobre a candidatura.
De fora
Além das querelas internas, o grupo governista vê os opositores com o bloco na rua. E é aí que entra outro fato considerável na semana passada: a mobilização de policiais militares e bombeiros para um protesto que ocorreu na Assembleia Legislativa na última quinta-feira (5).
O que estava em discussão era uma reivindicação salarial da categoria, mas o ato acabou virando um comício em que o deputado federal Capitão Wagner (Pros), pré-candidato a prefeito na Capital, foi chamado de "prefeito", aos gritos, pelos manifestantes no meio da sessão plenária. Ao lado de parlamentares aliados e muitos assessores, Wagner promoveu um ato político.
O ato foi visto por alguns como afronta dos opositores ao grupo governista, principalmente ao presidente da Casa, José Sarto (PDT), apontado como um dos pré-candidatos do PDT para o embate de 2020. Na Assembleia, Wagner garantiu que fica no Pros para o ano que vem, descartando a aproximação que havia sido ensaiada com o DEM.
Também com pretensão de candidatura, o executivo Geraldo Luciano (Novo) tem feito muitas sinalizações no sentido de mergulhar de cabeça na eleição. Ele tem mantido diálogo frequente com o senador Eduardo Girão (Pode).
Os dois são torcedores influentes do Fortaleza Esporte Clube, que vive boa fase no Brasileirão, mas certamente não estão se reunindo para tratar de futebol. Girão é aliado de primeira hora de Capitão Wagner, com quem também tem conversado. Não está descartada uma possível aliança na oposição.
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