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domingo, 13 de outubro de 2019

FORTALEZA;INDEFINIÇÕES DOMINAM O DEBATE SOBRE ELEIÇÃO DE VEREADOR EM 2020

Por ipuemfoco   Postado  domingo, outubro 13, 2019   Sem Comentários



Metade dos vereadores de Fortaleza deve mudar de partido para o pleito, por conta do fim das coligações.

Articulação entre partidos e parlamentares corre nos bastidores para não causar insatisfação nos pré-candidatos já filiados.

Quando o assunto é a formatação das chapas para vereador de Fortaleza nas eleições do próximo ano, há uma grande interrogação na cabeça de boa parte dos vereadores com mandato sobre por qual partido buscarão a reeleição no próximo ano. 

Vereadores, tanto da base como da oposição, vivem momento de incertezas enquanto aguardam as definições do cenário partidário para fazerem a migração.

O fim das coligações na disputa ao Legislativo, que entra em vigor na Eleição 2020, traz uma nuvem de dúvidas e deve retirar do jogo partidos que não estiverem organizados e com estrutura para a disputa.

No momento, um ano antes do pleito, as articulações estão sendo feitas nos bastidores e quase em silêncio por um componente a mais: os partidos médios e pequenos que já têm uma organização mínima sobre a sua chapa de candidatos dialogam com os vereadores que têm mandatos, mas não podem nem pensar em divulgar neste momento, sob pena de desestimular os filiados que já estão no partido. 

O entendimento dos pré-candidatos é que os detentores de mandato têm muito mais chances de alcançarem um patamar superior de votos e acabarem se elegendo, dificultando a vida dos que têm menor patamar de votos.

Janela

O imbróglio, segundo dizem alguns parlamentares, deve causar um fato inusitado no próximo ano. A janela de transferência partidária, prazo para que parlamentares possam mudar de partido sem o risco de terem os mandatos questionados na Justiça, no próximo ano, deve ser entre março e abril. 

Para evitar a debandada de pré-candidatos que já estão filiados, muitos partidos devem deixar as filiações de vereadores com mandato para o fim do prazo, o que vai gerar, certamente, ainda mais inquietação e incertezas no ambiente da disputa proporcional na Capital.

Alguns vereadores da base do prefeito Roberto Cláudio (PDT) já estão batendo à porta do Paço Municipal em busca de saberem o direcionamento da sigla para onde vão migrar no próximo ano. Têm recebido algumas orientações, mas principalmente, o pedido para aguardarem mais para as definições.

Nos corredores da Câmara Municipal de Fortaleza, sem dúvida, as articulações para troca de partido e formação das chapas têm dominado as conversas entre os parlamentares. E o diálogo com muitos deles indica que o prefeito Roberto Cláudio será mesmo o principal articulador das chapas proporcionais da base aliada e que ele deve montar o mapa estratégico da atuação dos parlamentares em busca de votos, conduzindo, assim, o processo de definições eleitorais em sua sucessão.

Cenários

Entre as preocupações dos parlamentares, está também a conjuntura política nacional que vem passando por rápidas modificações e pode ser alterada drasticamente antes do período eleitoral de 2020. O principal desafio, porém, deve ser mesmo o fim das coligações. 

Se em eleições anteriores não era fácil a tarefa de montar uma chapa de candidatos a uma cadeira na Câmara Municipal, com o fim das coligações, vereadores exercendo mandato devem encontrar obstáculos ainda maiores na filiação a partidos. Antes, as coligações funcionavam como um único partido, independentemente de quantas legendas integrassem o grupo. 

“Um partido tinha 15 ou 20 candidatos, com um ou dois deles fortes, e outro (partido) a mesma coisa. Então, cada partido (separadamente) fazia dois vereadores. Quando se junta, tem a possibilidade de fazer cinco, ganhando mais um”, exemplifica o vereador Jorge Pinheiro (DC). Segundo ele, isso dava maiores chances a candidatos com votação menos expressiva de serem eleitos.

Em 2020, cada partido terá que alcançar sozinho o quociente eleitoral para conquistar as cadeiras no Legislativo municipal. Por conta disso, “seja o partido grande ou pequeno, deve haver dificuldade (para a filiação de vereadores com mandato), mas nos menores isso faz mais sentido. Se os candidatos sem mandato percebem que tem cinco candidatos grandes ali, eles pensam duas vezes antes (de se filiar)”, detalha Pinheiro. 

O parlamentar é um dos que deve mudar de legenda para as eleições 2020. Sem querer dar absoluta certeza da saída do Democracia Cristã, porque “tem muita coisa para ocorrer daqui para março”, Pinheiro afirma que “a preço de hoje” teria como destino o PSL, por já ter convite. A decisão definitiva, contudo, deve ocorrer apenas em abril, período da janela partidária. 

Assim como ele, pelo menos metade dos 43 vereadores devem mudar de partido no período. “Será uma eleição mais disputada. Potenciais candidatos e os suplentes (de vereador) não vão estar junto com o partido que já tenha vereador de mandato”, acredita Benigno Júnior (PSD). 

O parlamentar está tendo conversas com o PP e com o PDT, legendas que o convidaram para filiação. Aliado a Roberto Cláudio, ele relata que houve um desconforto com o PSD quando a legenda, em 2016, saiu da base aliada ao prefeito. Com reaproximação manifestada pelos atuais dirigentes, ele deve conversar também com a legenda antes de decidir pela saída. 

Uma reunião com Roberto Cláudio, ainda em outubro, também deve ter o assunto na pauta. “Mas até abril, tem muito prazo ainda”, pondera. 

Mudanças

Se o tempo que falta para a janela partidária é utilizado pelos vereadores para desconversar quanto a uma definição, isso também ocorre pelas constantes mudanças nas articulações. Nos bastidores, alguns parlamentares já mudaram duas ou três vezes a legenda de destino para 2020. 

O vereador Idalmir Feitosa terá que tomar uma decisão antes dos colegas de Casa. Com a absorção do PR pelo PL, Feitosa deve decidir uma nova legenda “levando em consideração que ninguém do PL conversou comigo”, informa o parlamentar. 

A escolha deve ser pelo retorno: ou para o DEM, no qual iniciou a carreira política, ou para o PSDB. A decisão deve ser tomada até o final de novembro. 

Sobre a possibilidade de dificuldades de filiação, devido ao receio quanto ao ingresso de vereadores com mandato nos partidos, Feitosa caracteriza como um “raciocínio rasteiro” o de que candidatos que já exercem mandato, ou que têm votação forte, podem prejudicar aqueles com votação menor. 

“Demonstra um despreparo para eleição proporcional. Eles estão trabalhando contra eles mesmos, tiram os votos de candidatos maiores que poderiam somar na chapa”, aponta, demonstrando a guerra de interpretações e a temperatura do debate.DN


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