O vice-presidente, Hamilton Mourão, declarou nesta quarta-feira (15) que o governo tem "falhado" na comunicação e precisar explicar melhor o bloqueio de recursos no Ministério da Educação.
Mourão, que está no exercício da Presidência da República em razão da viagem do presidente Jair Bolsonaro a Dallas (EUA), deu a declaração ao sair de seu gabinete no Palácio do Planalto.Nesta quarta, foram registradas manifestações contra o bloqueio de recursos em 26 estados e no Distrito Federal. Universidades e escolas também tiveram paralisações.
Para Mourão, a convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para explicar o bloqueio de recursos no plenário da Câmara dos Deputados, nesta quarta, será uma "oportunidade" para esclarecer a situação.
Ao comentar o assunto, Mourão foi questionado se o governo precisa explicar melhor à população e ao Congresso sobre os bloqueios de recursos, que atingiram universidades e institutos federais.
"Nós temos falhado na nossa comunicação e agora é uma oportunidade, lá dentro do Congresso, que o ministro [Weintraub] vai ter para explicar isso tudo", disse.Mourão afirmou que as manifestações registradas nesta quarta são normais dentro de uma democracia, dese que "pacífica" e "ordeira".
"A manifestação faz parte do sistema democrático, desde que seja pacífica, ordeira e não limite o direito de ir e vir das outras pessoas, é uma forma que aqueles que se sentem inconformados têm de apresentar o seu protesto. Então, normal", comentou.
Bloqueio
Em abril, o Ministério da Educação divulgou que todas as universidades e institutos federais teriam bloqueio de recursos. Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado.
De acordo com o Ministério da Educação, o bloqueio é de 24,84% das chamadas despesas discricionárias — aquelas consideradas não obrigatórias, que incluem contas de água, luz, compra de material básico, contratação de terceirizados e realização de pesquisas.
O valor total contingenciado, considerando todas as universidades, é de R$ 1,7 bilhão, ou 3,43% do orçamento completo, incluindo despesas obrigatórias.
Segundo o governo federal, a queda na arrecadação obrigou a contenção de recursos. O bloqueio poderá ser reavaliado posteriormente caso a arrecadação volte a subir. O contingenciamento, apenas com despesas não obrigatórias, é um mecanismo para retardar ou deixar de executar parte da peça orçamentária devido à insuficiência de receitas e já ocorreu em outros governos.
Em entrevista ao colunista Valdo Cruz na GloboNews, o ministro interino da Economia, Marcelo Guaranys, afirmou que o contingenciamento pode ser revertido.G1
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