A Folha de S. Paulo, que apoiou o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff, vive agora seu próprio golpe de estado. Numa assembleia de acionistas extraordinária, o empresário Luis Frias, um dos herdeiros do jornal fundado por Otavio Frias, destituiu do comando da redação a sua irmã Maria Cristina Frias.
Em seu lugar, assume o posto o jornalista Sérgio D'Ávila, que, como primeira medida, eliminou a coluna "Mercado Aberto", que era feita pela pela própria Maria Cristina.
A intervenção na Folha ocorreu porque Maria Cristina, que é jornalista, vinha defendendo maiores investimentos na redação, o que poderia obrigar a família Frias, que é uma das mais ricas do País e tem bilhões aplicados em fundos no Brasil e no exterior, a realizar aportes de capital na empresa.
Mais frio e sem conexões afetivas com o jornalismo, Luis Frias se recusou a colocar dinheiro no negócio. Recentemente, ele conduziu uma operação que rendeu bilhões para a família, que foi o lançamento de ações do PagSeguro, uma maquininha de pagamentos usada no comércio.
Em estado de choque, Maria Cristina se reuniu com advogados e promete resistir. A seu lado, ela tem apoio dos principais jornalistas da casa, que não enxergam em D'Ávila uma liderança comprometida com os profissionais. Ou seja: tudo indica que a Folha viverá nos próximos dias, semanas e meses uma guerra fratricida por seu comando.
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