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terça-feira, 4 de setembro de 2018

ALERTA BRASIL; "QUANDO O DISCURSO DO ÓDIO ATINGE UMA DIMENSÃO EM QUE AS VIDAS DAS PESSOAS ESTÁ EM PERIGO,A GENTE TEM DE TOMAR UMA ATITUDE"

Por ipuemfoco   Postado  terça-feira, setembro 04, 2018   Sem Comentários



Não foram poucas as vezes em que Ursula Haverbech, de 89 anos, apresentou publicamente sua versão para a história

do nazismo alemão: o genocídio dos judeus não existiu, nem sequer havia câmaras de gás no campo de extermínio de Auschwitz. 

Chamada graciosamente de Vovó Nazi pela imprensa e mais notória representante do "revisionismo histórico", foi condenada à prisão pelo crime de negar o Holocausto, gesto proibido na Alemanha e punível com até cinco anos de detenção.

Vovó Nazi recorreu ao Tribunal Constitucional de seu país, argumentando que suas declarações deveriam estar protegidas pelo seu direito de dizer o que pensa. Agora, em agosto, o tribunal decidiu: a propagação, com conhecimento de causa, de alegações cuja falsidade está estabelecida, "ultrapassa os limites da serenidade dos debates públicos e constitui uma perturbação da paz pública", portanto, não está coberta pela liberdade de expressão. Vovó Nazi vai continuar na prisão.

Ninguém gosta de se ver envolvido com o nazismo, com o Brasil não é diferente. A ideia de que sempre fomos uma democracia racial, quando comparados a germânicos, prevaleceu até o dia em que a pesquisadora Maria Luiza Tucci Carneiro revelou a existência de 27 circulares secretas do governo Vargas proibindo a entrada de judeus no país, seis delas formuladas já na reta final da Segunda Guerra Mundial. 

"Quando publiquei meu doutorado, caíram em cima de mim, foi um escândalo", conta, 31 anos depois. Era uma história que não estava nos livros, e ainda hoje vem sendo recuperada em entrevistas com sobreviventes que relatam a perda de pai, mãe e irmãos que não conseguiram aqui chegar por causa da nossa política de Estado.

A identidade brasileira racista e antissemita se atualiza, na visão de Tucci, por isso deve ser sempre lembrada, "até para que seja repudiada". Está refletida na relação de certos grupos com gays, negros, índios, nordestinos e imigrantes refugiados. 

Gente seduzida pela euforia de uma estética que invariavelmente desemboca em cenário sombrio. "Quando o discurso de ódio atinge uma dimensão em que a vida das pessoas está em perigo, a gente tem de tomar uma atitude", defende.

Na última terça-feira, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) disse no Jornal Nacional que os presidentes do período militar não tomaram o poder, foram eleitos. E tratou como natural o fato de seu parceiro de chapa, o general Hamilton Mourão, ter declarado recentemente que a caserna precisava "impor uma solução" à crise política brasileira, a despeito da Constituição Democrática. 

"As palavras dele estão em consonância com o que grande parte da sociedade fala", defendeu.

O Brasil tinha uma eleição direta marcada para 3 de outubro de 1965, com Juscelino Kubitschek, Carlos Lacerda, Brizola e Jânio Quadros como pré-candidatos. Foi cancelada no ano anterior, depois de o presidente João Goulart ser deposto e uma junta militar autodenominada "Comando Supremo da Revolução" determinar que os próximos presidentes seriam escolhidos pelo Congresso.

Em duas das cinco votações que se seguiram, o candidato imposto pelas Forças Armadas "disputou" sozinho. Nas outras, companhias do Exército estavam de prontidão para fechar o Congresso caso alguém tentasse fazer alguma surpresa. Muitos dos que sonharam com o poder civil, emanado do povo, foram sequestrados e mortos. 

Um dos mais emblemáticos torturadores do período foi Carlos Brilhante Ustra, frequentemente elogiado e citado como herói por Bolsonaro. O que Ustra comprovadamente fez com quem ousou se opor ao regime deixaria até Vovó Nazi corada.


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