Pages

segunda-feira, 5 de março de 2018

O ENCANTO PETISTA ACABOU

Por ipuemfoco   Postado  segunda-feira, março 05, 2018   Sem Comentários



Em um cenário político de terra arrasada para o PT, o ex-governador da Bahia (2007-2014) Jaques Wagner despontava como a melhor opção para substituir Lula na cabeça de uma chapa à Presidência em 2018. 

O político baiano era um dos poucos nomes graúdos do partido a ter escapado incólume aos escândalos de corrupção que atingiram a legenda, levando seus principais líderes aos tribunais e prisões. 

 
O acarajé azedou na segunda-feira 26, quando a Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram a Operação Cartão Vermelho, que investiga a obra de reforma para a copa da Arena Fonte Nova, em Salvador. 

Jaques Wagner e outros são suspeitos de participar de um esquema de fraude em licitações, superfaturamento, desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro. 

O superfaturamento na reforma do estádio seria 190% acima do valor inicial, atingindo R$ 684 milhões. Atual secretário estadual de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Wagner estaria no centro desse esquema de propinas e caixa 2 envolvendo as empreiteiras OAS e Odebrecht, integrantes do consórcio Fonte Nova Participações (FNP), encarregado da obra. 

De acordo com a PF, o político recebeu R$ 82 milhões em doações eleitorais e propinas que ajudaram a financiar a campanha vitoriosa de Rui Costa ao governo baiano. A prisão preventiva de Wagner foi pedida, mas negada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), sediado em Brasília. 

Sete mandatos de busca foram cumpridos na residência do político, em Salvador, em seu gabinete no governo e locais ligados ao secretário estadual da Casa Civil Bruno Dauster e ao empresário Carlos Daltro, que agiriam como intermediários. 

Wagner disse que as acusações são “infundadas” e que a PF se engana por desconhecer o funcionamento de parcerias público-privadas (PPPs), “onde não existe a figura do superfaturamento”. 

Esse argumento não passou despercebido. Um estudo da Universidade Federal da Bahia (UFBA) já apontava em 2013 que a contratação desse tipo de obra no modelo PPP não seria bom para a saúde dos cofres públicos. As investigações também detectaram fortes indícios de direcionamento dos editais, a fim de favorecer o consórcio vencedor. 

Como ladainha em procissão, o PT manteve o mantra da “perseguição contra o partido” e disse que o político seguirá como alternativa caso Lula seja barrado pela Ficha Limpa – o que segundo o Tribunal Superior Eleitoral é liquido e certo.

Colocou a mãe no meio 

A PF chegou ao ex-governador por caminhos diferentes. De um lado vieram delações de executivos e funcionários da Odebrecht, de outro, pistas, documentos e informações obtidas em outra operação na sede da OAS. 

Um cruzamento de dados apontou que dos R$ 684 milhões gastos para reconstruir a Fonte Nova, R$ 450 milhões (65%) foram objeto de superfaturamento. 

A delegada encarregada da operação, Luciana Matutino Caires, afirmou que os R$ 82 milhões destinados a Wagner vieram de desvios das duas empreiteiras para a campanha política de 2014. Essa bolada equivale a 12% do valor total da obra. 

Nem todos os caminhos que o dinheiro percorreu para chegar ao petista estão claros. Todavia, a PF acredita que pelo menos um pagamento de R$ 500 mil em espécie foi feito na casa da mãe de Wagner, no Rio de Janeiro. Ou seja, para se locupletar o petista colocou até a mãe no meio: 

“Existe a informação de que os doleiros em Salvador não tiveram capacidade de entregar tal quantia, e, por isso, fizeram o pagamento no Rio, na casa da mãe de Wagner”, afirmou o superintendente da PF na Bahia, Daniel Justo Madruga. 

O resto do dinheiro teria passado aos poucos pelas mãos de Dauster e Daltro ou na forma de doações de campanha. Um pagamento de R$ 3,5 milhões veio na forma de doação eleitoral da Cervejaria Itaipava, empresa que atuaria como “laranja” da Odebrecht no esquema.

De acordo com a PF, o superfaturamento na obra seria uma forma do então governador da Bahia quitar uma dívida de R$ 390 milhões da Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (Cerb) com a Odebrecht. 

O acerto da negociata teria passado pelo crivo de Marcelo Odebrecht, então presidente da empreiteira e hoje cumprindo pena por envolvimento em corrupção na Petrobras.

Sobre o autor

Adicione aqui uma descrição do dono do blog ou do postador do blog ok

0 comentários:

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
.
Voltar ao topo ↑
RECEBA NOSSAS ATUALIZAÇÕES

© 2013 IpuemFoco - Rádialista Rogério Palhano - Desenvolvido Por - LuizHeenriquee